Tópicos | Retratos Fantasmas

A Netflix fez uma publicação, nesta terça-feira (24), que deu bastante o que falar. Nas redes sociais, a plataforma informou aos assinantes que o documentário Retratos Fantasmas, do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, será incluído em seu catálogo. O filme estará disponível no serviço de streaming a partir de 2 de novembro.

"Notícia sensacional", comentou um dos usuários do Instagram. "É um filme genuinamente bom. Quem tiver oportunidade, assista", escreveu uma pessoa no X (Twitter).

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Disputando uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional no Oscar 2024, Retratos Fantasmas ressalta a importância sociocultural dos cinemas de rua. A obra destaca a movimentação popular das salas de cinema em um resgate saudosista das memórias do Recife.

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Depois de ter sua estreia mundial em Cannes e nacional no Festival de Gramado, o longa-metragem “Retratos Fantasmas”, dirigido e escrito por Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor”, “Aquarius” e “Bacurau”), abre um circuito de pré-estreias em todo o Brasil no final da semana. 

Disponível em 50 salas, o longa passa por oito das nove capitais nordestinas (Aracaju, Belém, Maceió, Recife, São Luís, Natal, João Pessoa e Teresina), além das cidades de São Paulo, Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vila Velha (ES), Vitória (ES), Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Manaus, Macapá e Palmas. 

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Nos cinemas do Brasil e de Portugal, a estreia está programada para o dia 24 de agosto simultaneamente. Em outubro, será lançado nas salas da Espanha e, em novembro, nos cinemas da França e Estados Unidos.   

CANNES & TORONTO, NOVA YORK e OSCAR – "Retratos Fantasmas’ teve sua estreia mundial em maio, no Festival de Cannes na seleção Special Screening. O filme já conta com mais de 30 convites para Festivais Internacionais de cinema com exibições já cumpridas em Munique, na Alemanha, Sydney e Melbourne, na Austrália.  

Também foi confirmado para a Seleção Oficial de Toronto (TIFF), na categoria Wavelengths, que reúne “filmes que expandem nossas noções sobre cinema”. O festival acontece entre os dias 7 e 17 de setembro e aquece a temporada de indicações aos grandes prêmios do cinema. 

O prestigioso NYFF – New York Film Festival, que será realizado em setembro e outubro no Lincoln Center, anunciou a seleção de "Retratos Fantasmas” na categoria Main Slate – a seleção principal do festival. O NYFF reúne tradicionalmente os filmes de maior prestígio do ano no mundo e é a porta de entrada número um nos Estados Unidos de filmes lançados em Berlim, Cannes e Veneza. O NYFF e a imprensa em torno dos filmes no festival são também o início das conversas em torno da “temporada de prêmios”.  

“Com a carreira que ‘Retratos Fantasmas’ vem construindo, e com o que ainda será divulgado fora do Brasil, creio que devemos submeter o filme como representante do país no Oscar. Faz parte do trabalho e vamos aonde o filme vai”, vislumbra Emilie Lesclaux. 

GRAMADO – No Brasil, a primeira exibição foi na noite de abertura do 51º Festival de Cinema de Gramado, no dia 12 de agosto, em sessão única fora de competição. “Retratos Fantasmas” marca a volta de Kleber Mendonça Filho ao Festival de Gramado, onde também apresentou seus filmes “Crítico”, “O Som ao Redor”, “Aquarius” e “Bacurau”.  

Kleber Mendonça Filho segue de Gramado para uma agenda extensa de pré-estreias em nove cidades brasileiras. “Eu gosto de trabalhar no lançamento dos filmes, de estar nas sessões, ainda mais num filme sobre as cidades e, especialmente, sobre o ato de ir ao cinema”, afirma o cineasta. 

*Via assessoria de imprensa. 

Em seu discurso na vitória do Oscar de Melhor Filme, Bong Joon-ho, diretor de Parasita, citou uma frase atribuída por ele a Martin Scorsese: 'o mais pessoal é o mais criativo'. Há obras que, mesmo autobiográficas, fazem com que memórias perdidas sejam recuperadas, ainda que o que surja na tela sejam as lembranças e experiências de vida de outra pessoa.

Com Retratos Fantasmas (2023), o pernambucano Kleber Mendonça Filho (Aquarius, Bacurau) recorda um Recife que lhe moldou como fã e realizador de filmes, mas que também é parte do imaginário popular de várias gerações. E essa é uma mistura perfeita.

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A época de ouro e a decadência dos cinemas de rua costuram o antes e o hoje do centro da cidade, mas, como era de se esperar, não assistimos a uma simples “declaração de amor ao Recife” ou “uma viagem no tempo”. O significado que essas clássicas salas de exibição têm para a capital pernambucana vai além de um empreendimento cultural que deixou saudades. 

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Quando as imagens de arquivos surgem na tela, mostrando os nomes Trianon, Art Palácio, Moderno, é como rever velhos amigos. Talvez, um dia, os mais novos sintam o mesmo com o letreiro do São Luiz, único ainda de pé, infelizmente funcionando a duras penas.

Mas como fazer com que essa visão particular alcance pessoas que não viveram tal época ou sequer pisaram no Recife? Tornando o contexto universal. Mostrando como o fluxo de dinheiro saindo de uma localidade para outra deixa estragos, inclusive no segmento cultural.

Os cinemas não fecharam porque o público enjoou da sétima arte, mas sucumbiram a novos valores capitalistas, incluindo aí uma espécie bizarra de “especulação imobiliária pentecostal”. Sim, salas populares viraram templos em várias cidades do país e no Recife não foi diferente. 

Porém, vamos parar. É claro que não existem spoilers em um documentário, mas entrar em detalhes do que é mostrado em tela acabaria estragando boa parte de Retratos Fantasmas. E ninguém vai fazer isso aqui, porque 'cinema é a maior diversão'

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