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Um camaleão. Assim é descrita Sheila Monterola em seu perfil no site da emissora venezuelana Televen. Atriz e professora de teatro, a bela leonina usa seu carisma e simpatia para conquistar o público, a quem credita grande poder. "O público é o principal, o público é quem te leva para cima e quem te põe para baixo", disse. Cheia de sonhos e metas, ela conversou com a equipe do LeiaJá para divulgar o IV Festival Venezuelano de Cinema, que começou na última quinta (4) e vai até este sábado (6) no Cinema São Luiz.

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Quando surgiu a vontade de atuar?

Eu nasci para atuar, não me vejo fazendo outra coisa. Eu morreria e pediria a Deus que me deixasse ser atriz outra vez. Desde os seis anos que estou no teatro e creio que ficaria louca caso não o tivesse. Esta é uma carreira que você tem que amar, tem que correr atrás.

Qual dessas formas de atuar te encanta mais? O cinema, TV ou teatro?

O teatro é meu marido, mas o engano muito com meu amante que é o cinema. Fazer televisão é outra coisa. Com muito respeito nós trabalhamos nela, mas sabemos que é ela que nos mantém durante todo o ano nos holofotes. Ela é como um plus em nossas carreiras. É fascinante fazer teatro por que ele é ao vivo, nós temos que fazer com que esse barco não afunde, que ele flutue o tempo todo. Já a televisão, assim como o cinema, temos que esperar um tempo para saber como é a recepção do público, como esses personagens estão funcionando. Mas no cinema é mais gostoso, mesmo sendo complicado, por que temos que transmitir a emoção e tocar corações, alma e mente através de uma tela.

Qual a maior dificuldade de se fazer cinema na Venezuela?

Fazer cinema é muito caro, é muito custoso. Então o maior obstáculo é o dinheiro para fazê-lo. Há alguns anos fazíamos poucos filmes, em uns cinco ou seis anos atrás, estreávamos uma ou duas películas - quando muito - na Venezuela. Para este ano estavam marcadas trinta e oito estreias, então podemos ver que o cinema venezuelano cresceu. O que está acontecendo é que agora estamos falando sobre a nossa experiência, sobre o nosso cotidiano e está dando certo.

Por que você acredita que ocorreu esse despertar?

Há uma geração de artistas que estão se formando e estão ávidos de fazer muitas coisas. Na Venezuela se tem muito talento, com qualidade e n[os sempre estamos querendo mais. Estão nascendo novos diretores, atores, scripts, e isto nos convida a fazer parte desta história. Eu sempre digo que gostaria de ser a primeira atriz a levar o Goya - prêmio anual concedido pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha -, pois sinto que é uma forma de retribuir a Venezuela a nível internacional.

Como foi feita a composição de Juanita, personagem do filme Reverón?

Juanita é um personagem que você precisa regressar, que você tem que assumí-la desde o coração, desde o seu interior. Para interpretá-la eu tive uma árdua e longa preparação. Ela vive com o coração, me emociono muito ao lembrar dela.

Você contou que gostaria de fazer novelas brasileiras, quais você mais gostou?

Minha favorita é Vamp, também gostei muito de Cambalacho e Paraíso. Agora me encantam as novelas Xica da Silva e Da Cor do Pecado.

Você já fez novelas na Venezuela? Está trabalhando em algum canal de televisão?

Sim. Estou fazendo programas na TV em dois canais diferentes. Na Televen estou com um programa de comédia - Misión Emilio - e na Venevisión estou participando da série Los Segredos de Luzia, uma série policial. Antes já fiz uma novela no canal TVes, chamada Caramelo e'Chocolate.

Você já tinha vindo ao Brasil?

Não, mas tinha muita vontade de vir. Desde que entrei no avião, vejo que é um povo muito receptivo, sorridente. Somos muito parecidos, os venezuelanos também são bastante receptivos, mas os brasileiros com certeza são um pouco mais.

E o cinema brasileiro, o que você conhece?

Eu gosto de ver as coisas de verdade. Sou apaixonada pelos filmes Cidade de Deus, Central do Brasil e Carandiru.

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O consulado venezuelano promove o IV Festival de Cinema venezuelano que acontece nos dias 4, 5 e 6 de julho no cinema São Luiz, às 19h com entrada gratuita. A mostra, que traz o melhor do cinema venezuelano atual, incentiva o conhecimento e à reflexão sobre temas históricos e sociais. A programação conta com três filmes legendados em português e para maiores de 16 anos.

Na quinta (4), o diretor Alejandro Bellame Palacios abre a mostra com El Rumor de las Piedras que fala sobre a reconstrução de vida de uma família humilde que sofre uma tragédia natural. Na sessão da sexta (5), será a vez do diretor Diego Rísquez com o filme Reverón, sobre a vida do artista plástico venezuelano Armando Reverón, da história de amor, da sua enfermidade mental à criação de um universo lúdico. 

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Cheila, una casa pa’ maita, do director Eduardo Barbarena, encerra a mostra no sábado (6). O longa aborda a diversidade sexual, a história de um homem que quer trocar de sexo. O Festival de Cinema Venezuelano conta com o apoio do Centro Nacional Autônomo de Cinematografia de Venezuela (CNAC) e da Fundarpe. O evento comemora os 202 anos da Assinatura da Ata de Independência da Venezuela.

Serviço

IV Festival de Cinema Venezuelano em Recife

Quinta (4) a sábado (6) | 19h

Cinema São Luiz

Gratuito

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