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Moradores da comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio, fizeram, neste sábado (10), a decoração de uma rua para a Copa do Mundo que incluiu, ao mesmo tempo, um protesto pela melhoria de serviços públicos nos hospitais.

Em clima bem animado, que envolveu a participação de crianças, a rua recebeu bandeirinhas, pintura nas paredes e no chão com figuras em verde e amarelo e um troféu da Copa. No protesto, foi montado um cenário reproduzindo o setor de emergência de um hospital público. Vestidos como profissionais da saúde e pacientes, os moradores encenaram um atendimento que incluiu fila de espera e doentes deixados ao chão. A decoração e o protesto foram organizados pela organização não governamental (ONG) Rio de Paz.

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O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, destacou a diferença de condições em que vivem os moradores do Jacarezinho e a construção do Maracanã, distante 4 quilômetros da comunidade.

“O contraste é brutal entre o esplendor do Maracanã e o estado da comunidade e dos hospitais e escolas do entorno do Jacarezinho. E aí decidimos fazer esta manifestação usando elementos da cultura brasileira, que é a rua colorida e pintada para a Copa do Mundo, mas como meio de protesto e indignação da sociedade”, disse.

Antônio Carlos espera que a manifestação seja reproduzida em outras partes do país, para que a decoração relativa à Copa tenha um sentido social e reivindicatório. “O negócio não é boicotar a Copa, mas usar o momento de inversão de valores para mandar um recado para as autoridades públicas. Não pode gastar uma fortuna de dinheiro público, a revelia do povo, sem consultar a população investindo no que não é essencial e sem retorno para o brasileiro”, analisou.

O presidente da ONG acrescentou que ontem (9) esteve no Hospital Federal de Bonsucesso, e na entrada do setor de emergência viu um cartaz informando que só havia atendimento aos pacientes com risco de vida.

“O hospital atende à comunidade do Jacarezinho. E a gente pergunta, quem faz a triagem para fazer a divisão de quem merece ou não merece ser atendido? O que não é risco de vida de manhã, não pode se tornar à tarde? Era necessário que o hospital chegasse ao ponto de botar um cartaz como esse na porta do setor de emergência?”, questionou.

Antônio Carlos informou que a ONG vai fazer manifestações semelhantes em outras comunidades do Rio, mas ainda não está definida qual será a próxima.

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