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A primeira advogada trans do Norte e Nordeste, Robeyoncé Lima, co-deputada estadual eleita pelas Juntas, fez história na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta sexta-feira (1°), ao tomar posse do cargo junto da ambulante Jô Cavalcanti; da produtora audiovisual Carol Vergolino, da estudante de Letras Joelma Carla, e da professora Kátia Cunha. Em entrevista concedida ao LeiaJá, logo após a solenidade, a deputada garantiu que não se incomodou com alguns olhares diferentes porque enfrentou preconceito a vida inteira. 

“Eu sei lidar com as críticas. Preconceito a gente já sofre a vida toda muito antes da gente entrar aqui, a gente sofria preconceito e risco de vida, inclusive. A gente provoca um incômodo, mas é um incômodo que, no final das contas, é bom porque traz para a sociedade a necessidade de mudar esses paradigmas, de mudar esses padrões”, declarou. 

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Robeyoncé expôs que muitos chegaram a duvidar da vitória. “Quem diria que teria uma advogada travesti e, agora, quem diria uma deputada travesti na Alepe. O sentimento é de alegria, de muita felicidade, mas ao mesmo tempo é uma vontade de fazer uma política nova, de fazer algo diferente, de trazer o povo para ir a um projeto político participativo, que a gente diz que é cinco, mas na verdade somos cinquenta, quinhentas, cinco mil, somos cinquenta mil pessoas em um projeto de política popular com as pessoas”. 

A parlamentar pediu por reflexão sobre essa nova forma de fazer política em Pernambuco. “No sentido de desconfigurar esta política porque, caso não, a gente vai continuar nessa mesma estatística de mais de 180 anos de historia de assembleia legislativa, mas de mil deputados em toda essa história, e menos de 50 mulheres deputadas”. 

“Será um mandato histórico. Já está sendo. Nós, cinco mulheres, co-deputadas em um espaço institucional como este de tomada de decisão já é um fato político. Nosso corpo está aqui neste plenário já é um fato histórico”, concluiu. 

O quinteto do Psol quer presidir Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Casa. Esta é a primeira vez que a Alepe terá entre seus 49 deputados um mandato coletivo. Em outubro, na corrida por uma cadeira na Casa, elas pretendiam reproduzir no Estado uma iniciativa do PSOL que deu certo na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte e conquistaram êxito. Elas foram eleitas com quase 40 mil votos.  

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