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O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer (PMDB), respondeu com severas críticas aos apontamentos de improbidade administrativa e homicídio culposo feitos pela polícia no inquérito sobre a tragédia da boate Kiss. Como não possui poder para indiciar um prefeito, os delegados encaminharam ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Justiça (TJ) notícias de possíveis práticas por parte de Schirmer. O prefeito classificou o resultado da investigação policial como "manipulação política".

Assim que ouviu pelo rádio o anúncio feito pela polícia sobre as conclusões da investigação, ele deixou a prefeitura em direção à sua casa. Lá, reunido com o advogado, escreveu de próprio punho o conteúdo do discurso que faria mais tarde. Ao deixar a residência, Schirmer não deu declarações. Na prefeitura, foi recepcionado por assessores, funcionários públicos municipais e vereadores da base aliada. Logo, dirigiu-se à mesa disposta diante de todos e, de pé, começou a dizer: "Esperei calado durante esses 50 dias na expectativa que tivéssemos uma investigação isenta e responsável. Hoje, fui tomado de surpresa, talvez a maior da minha vida". "Percebi desde logo que prevaleceu a vontade do Estado de se exonerar de suas responsabilidades, imputando a mim e à prefeitura responsabilidade que não temos, muito menos na dimensão proposta", afirmou.

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Tão logo as investigações tiveram início, ainda em janeiro, o secretário de Segurança Pública do Estado, Airton Michels, desembarcou em Santa Maria, onde deu algumas declarações ao lado dos delegados que presidiram o inquérito. Michels sempre isentou o governo do Rio Grande do Sul de responsabilidade. Numa das últimas declarações na cidade, ele encerrou a fala sugerindo: "Quem é a responsável pela fiscalização municipal?".

De volta à prefeitura, Schirmer salientou: "Já que se fala em indício, eu também posso falar. Desde o começo desse inquérito, percebemos indícios no que diz respeito à prefeitura municipal, indícios de tentativa de manipulação política. Desde o início, houve manifestação pública de altas-autoridades estaduais incriminando a prefeitura".

No fim, o prefeito argumentou: "Se houvesse indício ou coparticipação do prefeito, todo o inquérito deveria ser levado ao Tribunal de Justiça. Portanto, não há indícios dessa participação. Estamos diante de um absurdo jurídico, de um processo de natureza política e que, como tal, será respondido".

A Polícia Civil gaúcha confirmou que uma série de falhas provocou o incêndio que matou 241 jovens durante uma festa na boate Kiss e apontou o nome de 28 pessoas como responsáveis diretas ou indiretas pelo desastre, ao final do inquérito que investigou o caso, nesta sexta-feira. A tragédia ocorrida na madrugada de 27 de janeiro, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, foi considerada a maior da história no Estado e teve repercussão mundial.

O resultado da investigação foi apresentado pelos delegados Marcelo Arigony, Sandro Meinerz, Marcos Vianna, Luisa Souza e Gabriel Zanella, na presença do chefe da Polícia Civil Ranolfo Vieira Júnior, no auditório do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria.

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Do total, 16 pessoas foram indiciadas criminalmente. Se o Ministério Público confirmar a acusação e a Justiça abrir o processo nos termos da conclusão do inquérito, elas irão a júri popular. Além disso, foram apontadas outras 12 pessoas, entre as quais o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), por indícios de prática de crimes ou irregularidades, mas eventual processo contra elas ocorrerá em foro específico. No caso do prefeito, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. No caso de bombeiros, a Justiça Militar. E no caso de funcionários públicos, juizados de primeiro grau ou, se forem denunciados junto com o prefeito, a mesma instância do administrador.

Os delegados Marcelo Arigony e Sandro Meinerz entregaram o inquérito que investigou a tragédia da boate Kiss à 1ª Vara Criminal, no Fórum de Santa Maria, no início da tarde desta sexta-feira. A peça tem cerca de dez mil páginas e aponta as causas e nomes dos responsáveis pelo incêndio que matou 241 pessoas, a maioria jovens estudantes que participavam de uma festa na cidade gaúcha.

Acompanhados de outros delegados que participaram da investigação e da cúpula da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, os policiais vão expor suas conclusões à imprensa em um auditório da Universidade Federal de Santa Maria durante a tarde desta sexta.

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A Polícia Civil deve entregar o inquérito que investigou a tragédia da boate Kiss à Justiça na tarde da sexta-feira (22), em Santa Maria (RS). A peça deve ter em torno de 50 volumes de textos e de anexos e vai apontar as falhas prévias, as causas pontuais do incêndio e da morte de 241 pessoas e os responsáveis pelo desastre.

Segundo informações divulgadas durante a investigação, a banda Gurizada Fandangueira fez um show pirotécnico na casa noturna que não tinha instalações adequadas de prevenção e combate a incêndios, nem sinalização e saídas de emergência. Durante a apresentação, uma fagulha chegou ao teto do palco e começou a queimar a espuma do revestimento acústico. O fogo se espalhou rapidamente, gerando a fumaça tóxica que matou 234 pessoas no dia 27 de janeiro e outras sete, posteriormente, em hospitais.

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Os cinco delegados que comandaram as investigações evitaram a divulgação prévia dos nomes dos indiciados. Ao longo da apuração, admitiram que pelo menos dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, estarão entre eles. Os quatro estão presos preventivamente em Santa Maria.

A queima da espuma de isolamento acústico que revestia o teto da boate Kiss liberou o monóxido de carbono, dióxido de carbono e gás cianídrico (cianeto) que mataram 241 frequentadores da casa noturna de Santa Maria (RS) em 27 de janeiro. A conclusão é do Instituto-Geral de Perícias, que enviou o laudo aos delegados responsáveis pela investigação da tragédia nesta terça-feira. O resultado coincide com análises técnicas anteriores, feitas no corpo das vítimas, que mostraram a inalação de cianeto como principal causa dos óbitos.

A tragédia aconteceu durante um show musical e pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira, que animava a festa estudantil na boate. A fagulha de um artefato chegou à espuma e o fogo espalhou-se rapidamente, causando a fumaça escura que sufocou os frequentadores. O extintor de incêndio não funcionou e a casa não tinha uma via alternativa de saída. Cerca de mil pessoas estavam na casa e tentaram escapar pela porta que servia à entrada e saída. Muitas não conseguiram. Além de 234 que morreram no mesmo dia, outras sete faleceram posteriormente, em hospitais. Dois integrantes da banda e dois sócios da Kiss estão presos preventivamente. A Polícia Civil espera encerrar o inquérito até sexta-feira.

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Os delegados que investigam a tragédia de Santa Maria (RS) receberam nesta sexta-feira o último lote de laudos de necropsia das vítimas do incêndio da boate Kiss e viram confirmada a tese de que os 234 óbitos ocorridos no dia 27 de janeiro tiveram como causa a inalação de cianeto e monóxido de carbono. Outras sete pessoas que estavam na casa noturna morreram posteriormente, em hospitais, elevando o número de óbitos para 241. Dos 145 feridos que necessitaram de internação, 126 tiveram alta e 12 continuam em tratamento em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre.

Os laudos técnicos são uma das últimas etapas do inquérito. Havia a previsão de que a investigação terminaria nesta sexta-feira, mas a conclusão foi adiada para a segunda metade da semana que vem. Faltam ainda o laudo de análise da espuma de revestimento que, ao queimar, gerou a fumaça tóxica e os depoimentos de algumas testemunhas e do empresário Elissandro Spohr, um dos sócios da Kiss, marcado para a tarde de sábado (16). O chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior, disse que os delegados que investigam o caso já têm convicções sobre os indiciamentos, mas não divulgarão nomes antes de remeter o inquérito ao Judiciário.

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A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. Durante um show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira a fagulha de um artefato chegou ao teto da boate e começou a queimar a espuma do revestimento acústico. O fogo espalhou-se pela casa, que não tinha sinalização e vias de saída adequadas para a situação. Dois proprietários da Kiss, Spohr e Mauro Hoffmann, e dois integrantes do conjunto musical, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, estão presos preventivamente.

A investigação policial está verificando se os quatro têm responsabilidade direta pelo desastre e também deve identificar eventual culpa de outros integrantes da banda, sócios formais da casa e agentes públicos, estes por falhas na emissão de alvarás e na fiscalização.

O produtor musical do grupo Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão, disse que comprou os fogos, mas não participou do show pirotécnico que provocou o incêndio na boate Kiss, em depoimento prestado à polícia gaúcha nesta terça-feira. Os delegados que investigam a tragédia que matou 241 pessoas também tentaram ouvir o empresário Mauro Hoffmann, um dos sócios da casa noturna, mas foram informados pela defesa de que ele só falará em juízo.

A polícia quer interrogar na quarta-feira (11)o outro sócio da casa, Elissandro Spohr. O advogado dele, Jáder Marques, quer ter acesso aos depoimentos de outras testemunhas para saber de acusações e informações que considera erradas. Caso não consiga, vai pedir o cancelamento do depoimento.

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Depois de cruzar informações das listas de mortos, feridos atendidos em hospitais e pessoas que informaram seus nomes pela internet, a polícia acredita que mais de mil pessoas estiveram na Kiss na noite da tragédia. Como a capacidade da casa era de 691 pessoas, o número confirmaria a superlotação. O advogado de Spohr questionou os números por considerar a internet pouco confiável e também por entender que a lotação conhecida é de um projeto antigo da boate, que teria aumentado sua capacidade posteriormente.

Spohr, Hoffmann, Leão e também o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos estão presos preventivamente na Penitenciária de Santa Maria como principais suspeitos pela tragédia, ocorrida no dia 27 de janeiro. A polícia vai concluir o inquérito nos próximos dias e pode apontar também outras pessoas como responsáveis pelo incêndio, por negligência na emissão de documentos e fiscalização.

Brasília – Vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), começam a ser atendidas hoje (9) em um mutirão para acompanhamento clínico e psicossocial. De acordo com o Ministério da Saúde, a ação deve dar maior agilidade ao monitoramento de pessoas envolvidas na tragédia.

O atendimento inclui tanto os pacientes internados e que tiveram alta, quanto as pessoas que estavam na boate ou que participaram do resgate e tiveram contato com a fumaça tóxica liberada durante o incêndio, além de parentes de vítimas. As consultas serão feitas no Hospital Universitário de Santa Maria.

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O ministério informou que, para o monitoramento, serão consideradas três prioridades: pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras; pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalantes; e amigos e parentes das vítimas que precisam de apoio psicológico.

Pacientes que ficaram internados em situação mais grave terão prioridade na avaliação clínica. Todas as pessoas que procurarem o serviço serão submetidas a uma triagem inicial para a realização de exames e definição do procedimento clínico que será adotado.

Quem teve contato com os gases tóxicos produzidos pela fumaça do incêndio mas não desenvolveu quadro pulmonar grave e, portanto, não foi internado também será chamado para avaliação clínica e pulmonar no hospital.

“Todos aqueles que se cadastrarem receberão uma ligação para informar o dia e a hora da consulta médica. As pessoas que não moram em Santa Maria serão orientadas pela Secretaria Estadual de Saúde a procurar unidades referenciadas para dar continuidade ao acompanhamento médico”, informou o ministério.

Dados do governo federal indicam que 570 vítimas do incêndio foram atendidas pelos serviços de saúde de Santa Maria. Entre os dias 1º e 25 de fevereiro, foram feitos mais de 1.300 atendimentos psicossociais. Ao todo, 241 pessoas morreram na tragédia.

O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer (PMDB), disse acreditar, em depoimento à polícia nesta sexta-feira, que nenhum secretário ou funcionário municipal tenha falhado nas autorizações de funcionamento e na fiscalização da boate Kiss. Ele também admitiu desconhecer alguns detalhes da tramitação de alvarás, solicitação de abertura de estabelecimentos e fiscalização porque são assuntos que não passam pelo gabinete. Reiterou, ainda, que a fiscalização e controle de documentos referentes à prevenção de incêndios são atribuições dos bombeiros.

O esclarecimento de eventual negligência de agentes públicos como bombeiros e funcionários municipais é a última etapa da investigação das causas do incêndio da casa noturna, ocorrido em 27 de janeiro, que matou 241 pessoas. A polícia já está convicta de que uma sucessão de falhas provocou o incêndio e a tragédia. O inquérito será concluído e remetido à Justiça na próxima semana.

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O corpo de Driele Pedroso Lucas, morta na quinta-feira, aos 23 anos, foi sepultado nesta sexta no Cemitério Ecumênico de Santa Maria. Ela foi a sétima vítima da tragédia da boate Kiss a morrer em hospitais. Outras 234 morreram no mesmo dia do incêndio. Ainda há 15 pacientes internados em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre, a maioria para tratar das queimaduras que sofreu dentro da boate.

Mutirão. O mutirão de atendimento organizado pelo Ministério da Saúde para todas as pessoas que ficaram feridas ou respiraram a fumaça tóxica produzida pelo incêndio começa neste sábado (9), no Hospital Universitário de Santa Maria. Os médicos vão avaliar a situação de cada um dos inscritos para consultas e encaminhá-los aos exames e tratamento adequados, se houver necessidade.

Todos os que tiveram contato com a tragédia, inclusive os que não precisaram de medicação ou cuidados hospitalares, serão acompanhados por alguns anos, para identificação de eventuais sequelas.

A jovem Driele Pedroso Lucas, de 23 anos, morreu nesta quinta-feira, tornando-se a 241ª vítima da tragédia da boate Kiss, de Santa Maria (RS). Ela estava internada no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, onde permanece sua irmã, Ritiele, também ferida na casa noturna. Driele trabalhava em uma padaria. Ritiele passou no vestibular para o curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)e estaria cursando o primeiro semestre se não dependesse do tratamento médico.

A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. Durante um show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira, uma fagulha chegou ao teto e começou a queimar o revestimento de espuma que fazia o isolamento acústico da casa noturna. O fogo se espalhou rapidamente, gerando uma fumaça tóxica. Os primeiros oito laudos anexados ao inquérito que investiga o caso indicam que as vítimas inalaram cianeto e monóxido de carbono. Das 241 vítimas, 234 morreram no mesmo dia da tragédia. As outras sete morreram posteriormente, em hospitais. Dos 145 feridos que precisaram de internação, 123 tiveram alta até agora e outros 15 ainda estão em cinco hospitais de Porto Alegre e um de Santa Maria.

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A polícia acredita que a tragédia foi provocada pelo uso irregular de fogos de artifício dentro de um prédio que tinha instalações inadequadas, como revestimento com material impróprio e falta de saídas de emergência e que estava com lotação excessiva naquela festa. O inquérito deve ser concluído no início da próxima semana e vai apontar os responsáveis pelo desastre. Dois sócios da Kiss e dois integrantes do Gurizada Fandangueira estão presos preventivamente.

Os quatro presos como suspeitos de envolvimento com a tragédia da boate Kiss serão ouvidos pelas polícias Militar e Civil do Rio Grande do Sul nesta semana, na fase final dos inquéritos que investigam as causas e vão apontar as responsabilidades pelo incêndio que matou 240 pessoas em Santa Maria, na região central do Estado.

No inquérito militar, que investiga se houve falhas dos bombeiros na emissão de alvarás para a casa noturna e na operação de resgate das vítimas, os depoimentos começaram nesta terça-feira. O primeiro a falar foi o empresário Elissandro Spohr, um dos administradores da boate. Na quarta-feira (6) será a vez do outro sócio da empresa, Mauro Hoffmann, e dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.

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No inquérito civil, os quatro, que já falaram no início da investigação, serão ouvidos pela segunda vez na quinta-feira ou sexta-feira, quando a polícia tentará esclarecer contradições surgidas durante a apuração do caso.

O Ministério de Saúde começou a receber as inscrições para atendimento prolongado das pessoas afetadas pela tragédia de Santa Maria (RS) nesta segunda-feira. Os 20 feridos ainda internados em hospitais, todos os que já receberam assistência médica e foram liberados e todos os que tiveram algum contato com a tragédia, mesmo que não tenham apresentado qualquer sintoma, devem informar seus nomes e telefones de contato em página destinada ao cadastro no site do ministério ou pelo telefone 136, da ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

O número de inscritos no primeiro dia não foi divulgado pelo Ministério da Saúde. Desde 27 de janeiro, quando houve o incêndio da boate Kiss que matou 240 pessoas, os serviços de saúde do Rio Grande do Sul atenderam 570 pessoas. Todas elas devem se cadastrar. O número final tende a ser bem superior porque vai incluir também quem não procurou atendimento, mas esteve na boate ou participou da operação de resgate.

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Os inscritos receberão um telefonema do Ministério da Saúde com a data e horário da primeira consulta. Depois dela, eles serão acompanhados por pelo menos cinco anos, para tratamento, quando for o caso, ou observação da evolução de cada quadro. O atendimento será feito pelo Hospital Universitário de Santa Maria, com recursos do SUS, a partir do próximo sábado (9).

O corpo de Pedro Falcão Pinheiro foi velado ontem no salão nobre da prefeitura e sepultado no Cemitério dos Sinos, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com o Uruguai. O jovem de 25 anos morreu no sábado (02) de manhã, no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, onde estava internado havia 34 dias, tornando-se a 240.ª vítima do incêndio da boate Kiss, de Santa Maria, em 27 de janeiro.

Cerca de mil pessoas foram ao velório ou acompanharam o cortejo fúnebre. Como amava as atividades tradicionalistas, o jovem foi homenageado por um grupo de cavaleiros. Vestidos com trajes típicos gaúchos, eles seguiram o caminhão dos bombeiros que transportou o caixão.

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Pinheiro havia estudado no Centro Universitário Franciscano e trabalhava na América Latina Logística. Ele estava na boate de Santa Maria quando um incêndio, provocado por fagulha de um show pirotécnico, destruiu o revestimento de espuma da casa. A maioria das vítimas morreu asfixiada por gases tóxicos. Pinheiro também sofreu graves queimaduras. Das 145 pessoas internadas por causa da tragédia, 21 ainda estão em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre.

Esvaziamento

Em Porto Alegre, centenas de frequentadores do bar Ocidente, no bairro Bom Fim, tiveram de sair da casa noturna na madrugada de domingo (03). A interrupção da festa e o esvaziamento do bar foram solicitados pelos bombeiros, que enviaram uma equipe ao local depois de receberem reclamações, por telefone, de superlotação do espaço.

Em Santa Maria, as casas noturnas que comprovaram estar com documentação e esquema de segurança em dia voltaram a funcionar no fim de semana, depois de cinco semanas de fechamento compulsório, imposto pela prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A perícia detectou a presença de monóxido de carbono e cianeto no sangue de duas das 239 vítimas da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS). Os dois laudos, encaminhados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) aos delegados que investigam o caso, foram anexados ao inquérito nesta sexta-feira. Outras análises devem chegar aos investigadores nos próximos dias e é provável que confirmem os resultados iniciais.

O delegado Marcelo Arigony, da equipe que investiga o caso, disse que os laudos iniciais confirmam as informações preliminares de especialistas de diversas áreas. Na madrugada da tragédia, centenas de frequentadores da boate inalaram os gases tóxicos gerados pela queima da espuma de revestimento da casa noturna enquanto tentavam sair. Muitos deles caíram desacordados em poucos minutos. O incêndio foi provocado pela fagulha de um artefato usado em show pirotécnico pela banda Gurizada Fandangueira. Os extintores não funcionaram. Não havia sinalização de emergência nem saída de emergência. Houve tumulto e muitas pessoas não conseguiram chegar à única porta para a rua.

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Os 239 mortos no incêndio da boate Kiss foram homenageados em diversas manifestações e cultos religiosos nesta quarta-feira, quando a tragédia completou um mês, em Santa Maria (RS). A pedido da Associação dos Pais e Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria (AVTSM), o tradicional minuto de silêncio foi substituído por um "minuto do barulho", que serviu tanto para lembrar que os mortos viviam uma fase muito alegre de suas vidas quanto para advertir as autoridades que a sucessão de falhas que provocou o incêndio não pode mais ocorrer.

As primeiras homenagens foram feitas ainda na madrugada, diante dos escombros da casa noturna, por familiares e amigos que deixaram flores, cartazes e fotos no local. Mas foi às 8 horas que quase toda Santa Maria se mobilizou. Na praça Saldanha Marinho, no centro, cerca de 600 pessoas vestidas de branco, com fotos de filhos, irmãos e amigos perdidos na tragédia estampadas em suas camisas, puxaram uma salva de palmas que durou 15 minutos, e não apenas um, como estava programado, e foi acompanhada por pessoas nas sacadas, janelas e calçadas de diversos bairros da cidade.

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O barulho das palmas foi acompanhado, ao mesmo tempo, pelo som dos sinos de todas as igrejas e pelas buzinas acionadas pelos motoristas ininterruptamente. O concentração na praça terminou com todos rezando a oração do "Pai Nosso". Diante dos hospitais também houve concentrações de pessoas e aplausos. Um grupo de jovens confeccionou adesivos com o desenho de um coração em vermelho e colou 239 deles - um para cada vítima - em espaços próximos à boate.

Pai de Jennefer Ferreira, 22 anos, uma das vítimas da tragédia, e presidente da AVTSM, o comerciante Adherbal Alves Ferreira, 48 anos, repetiu diversas vezes que as mobilizações comandadas pela entidade tentam incentivar as famílias a retomar suas vidas. "Com esse barulho, fizemos uma homenagem à alegria com que eles viviam", afirmou, emocionado com a solidariedade que todos receberam. "Toda Santa Maria nos abraçou".

Além das homenagens do dia, estavam programadas outras duas para o início da noite. A primeira seria uma passeata denominada "Sair do Luto e Ir à Luta". A segunda uma missa na Basílica de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Durante a tarde, três familiares de vítimas do incêndio que matou 194 pessoas na boate República Cromagnon em Buenos Aires, em 1994, chegaram a Santa Maria para prestar solidariedade às famílias das vítimas brasileiras.

Feridos

A tragédia da boate Kiss ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. Uma fagulha de um artefato usado em um show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira chegou ao teto e começou a queimar o revestimento de espuma da casa noturna. O fogo se espalhou rapidamente. A queima do material produziu gases tóxicos que mataram 234 pessoas no local e outras cinco, posteriormente, por causa dos ferimentos.

Das 145 pessoas que foram internadas por algum tempo, 22 permanecem em hospitais de Porto Alegre e Santa Maria sob cuidados médicos. Três delas ainda dependem de ventilação mecânica para respirar.

A Prefeitura de Porto Alegre interditou 17 casas noturnas desde sexta-feira (22), quando começou a fazer uma varredura em todos os estabelecimentos que não apresentaram alvarás. Entre as quatro lacradas nesta quarta-feira está a Planet Music Hall, da família do jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. Localizada no bairro Cavalhada, na zona sul da cidade, a casa não tinha o plano de prevenção contra incêndios nem alvará de funcionamento.

Também foram interditadas durante o dia as boates Faça Acontecer e Apolo 2, na zona sul, e Dublin, na região central. Os fiscais da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio ainda têm cerca de 50 estabelecimentos para visitar nos próximos dias.

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Os moradores de Santa Maria homenagearam os 239 mortos no incêndio do boate Kiss no amanhecer desta quarta-feira (26), quando a tragédia completou um mês. Denominada "Minuto do Barulho", a manifestação convocada pela associação dos familiares das vítimas espalhou-se por toda a cidade.

No centro, centenas de pessoas se concentraram na praça Saldanha Marinho e na rua dos Andradas, diante da casa noturna, e por vários minutos aplaudiram as vítimas. Quem não estava na rua, fez o mesmo da janela das casas. Os motoristas acompanharam acionando a buzina de seus automóveis. Ao mesmo tempo, as igrejas tocaram seus sinos. As homenagens prosseguem durante o dia com uma caminhada pelas ruas. À noite haverá uma missa na Basílica da Medianeira.

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O incêndio com mais mortes nos últimos 50 anos no Brasil causou comoção nacional e grande repercussão internacional. Em poucos minutos, mais de 230 pessoas - na maioria jovens - morreram na boate Kiss de Santa Maria - cidade universitária de 261 mil habitantes na região central do Rio Grande do Sul.

A tragédia começou às 2h30 do dia 27, um domingo, quando um músico acendeu um sinalizador para dar início ao show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira. No momento, cerca de 2 mil pessoas acompanhavam a festa organizada por estudantes do primeiro ano de vários cursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A maioria das vítimas, porém, não foi atingida pelas chamas - 90% morreram asfixiadas.

O advogado Jader Marques, defensor de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate Kiss, anunciou nesta segunda-feira que vai pedir a prorrogação da prisão temporária de seu cliente associada a um novo prazo para a conclusão do inquérito. Por decisão da Justiça, o empresário deve ficar em uma penitenciária de Santa Maria (RS) até o dia 3 de março.

Marques entende que, mantida a condição em que está agora, Spohr poderá, como quer, participar de acareações com bombeiros, o engenheiro responsável por obras internas na casa noturna, integrantes do grupo Gurizada Fandangueira e ex-funcionários da Kiss. Segundo o advogado, isso ajudaria Spohr a corrigir informações repassadas por aquelas pessoas, com as quais ele não concorda.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deve concluir a primeira parte do inquérito que investiga a tragédia até o final desta semana. Nesta etapa, deverá descrever o que houve dentro da casa noturna na madrugada de 27 de janeiro, quando um incêndio provocado pelo uso de um sinalizador em show pirotécnico queimou o revestimento de espuma e gerou a fumaça tóxica que matou mais de 230 pessoas. O documento deverá apontar também os responsáveis diretos pelo desastre.

"Com relação ao que aconteceu dentro da boate não temos mais dúvidas", disse nesta segunda o delegado Sandro Meinerz. "Que agiram com dolo eventual também não", complementou, referindo-se aos envolvidos e indicando que haverá pessoas acusadas de terem assumido o risco de matar, seja pelo uso de fogos de artifício em ambiente fechado, seja pela oferta de instalações inadequadas a encontros de centenas de pessoas.

Laudo

Além de cerca de 150 depoimentos a serem tomados nos próximos dias, os delegados responsáveis pela investigação também esperam os laudos das diversas perícias feitas na Kiss para confirmar se a causa da morte da maioria das vítimas foi mesmo a intoxicação por cianeto. Ou, ainda, se não havia sinalização e vias de saída adequadas na boate. A etapa seguinte pode ser mais demorada por questões burocráticas. Os investigadores terão de confrontar o emaranhado de leis estaduais e municipais para detectar a que estavam obrigados os agentes públicos de cada esfera e, se for o caso, responsabilizar titulares de secretarias que emitiram alvarás, fiscais da prefeitura e bombeiros.

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul vai mover uma ação civil pública contra os donos da boate Kiss e possivelmente contra o município de Santa Maria e o Estado do Rio Grande do Sul nos próximos dias. O órgão pedirá indenizações para as famílias das vítimas da tragédia ocorrida no dia 27 de janeiro que matou mais de 230 pessoas. Os empresários responderiam pelo dano direto aos frequentadores da casa noturna enquanto que o poder público responderia por falhas na emissão de alvarás e fiscalização do local, que também teriam contribuído para o desastre.

A equipe que trabalha na elaboração da petição inicial deve divulgar os detalhes da ação no dia em que encaminhar o caso à Justiça. O defensor público-geral do Estado, Nilton Arnecke Maria, diz que, em tese, pode-se discutir o dano moral, pela perda, o dano material, quando a vítima sustentava a família, e o dano coletivo, decorrente da comoção provocada pela tragédia. Nos dois primeiros, a indenização iria para pessoas prejudicadas. No terceiro, para a sociedade. Nesse caso, poderia ser para um fundo de defesa do consumidor ou bolsas de estudo. A Justiça bloqueou os bens de um dos sócios da Kiss na semana seguinte ao incêndio. Se os órgãos públicos forem condenados, o pagamento sairá do orçamento.

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A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou na tarde desta quarta-feira habeas corpus ao empresário Mauro Hoffmann, um dos proprietários da boate Kiss, e ao vocalista da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos, em julgamento de recursos contra decisões de primeiro grau. A decisão foi tomada por unanimidade.

O voto do relator, desembargador Manuel José Martinez Lucas, destacou que a prisão temporária ainda é necessária porque há diligências como acareações, buscas e perícias a serem feitas pela Polícia Civil, e foi seguido pelos desembargadores Sylvio Baptista Neto e Jaime Piterman.

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Além de Hoffmann, estão presos temporariamente, por 30 dias, o outro sócio da Kiss, Elissandro Spohr, e o produtor musical do conjunto, Luciano Augusto Bonilha Leão. Os quatro são apontados pela polícia como possíveis envolvidos no incêndio da casa noturna, no dia 27 de janeiro, que matou 239 pessoas. Naquela madrugada, o conjunto fazia um show pirotécnico quando uma fagulha atingiu o revestimento de espuma da casa, provocando o incêndio que asfixiou as vítimas.

O inquérito apura irregularidades como show pirotécnico em ambiente fechado, extintores sem carga, revestimento com material inadequado, sinalização de saída insuficiente e superlotação e de quem é a responsabilidade por tais falhas.

O promotor de Justiça norte-americano Patrik Lynch esteve com os promotores de Justiça de Santa Maria (RS) e os delegados que apuram o caso da boate Kiss nesta quarta para trocar experiências com os colegas e investigadores brasileiros. Lynch atuou na acusação no caso do incêndio da boate The Station, em West Warwick, Rhode Island. Constatou-se, na ocasião, que a casa noturna estava superlotada e não tinha saídas de emergência adequadas. A tragédia matou cem pessoas. Os dois proprietários da boate foram condenados a 15 anos de prisão. A pena foi reduzida para menos de três anos. Um músico teve de prestar serviços comunitários.

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