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Peritos da Polícia Civil do Distrito Federal começaram nesta terça-feira a elaborar uma maquete virtual da boate Kiss, em Santa Maria (RS). A primeira tarefa foi coletar imagens do interior da casa noturna com um scanner alemão de alta precisão para reconstruir em três dimensões o cenário da tragédia que matou 239 pessoas.

O delegado Marcelo Arigony disse que a peça vai perpetuar o estado exato de como ficaram as coisas depois do incêndio, o que facilitará as análises da investigação e poupar o trabalho de voltar à boate constantemente para novas análises. O desastre ocorreu na madrugada de 27 de janeiro, depois de uma fagulha de um artefato usado em show pirotécnico atingir o revestimento de espuma da casa.

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Segundo dados do boletim mais recente da Secretaria Estadual da Saúde, emitido na noite de domingo (17), 33 feridos no incêndio ainda estão em seis hospitais da capital gaúcha e um em hospital de Santa Maria. Das 145 pessoas internadas inicialmente, cinco morreram e 107 tiveram alta até esta terça.

O Ministério da Saúde desativou o gabinete de crise que havia criado para auxiliar as famílias de vítimas e os feridos do incêndio da boate Kiss em Santa Maria (RS), mas manteve o atendimento em Porto Alegre. Do total de 145 pessoas que necessitaram de internação depois da tragédia, 27 ainda estão em seis hospitais da capital gaúcha e seis em um hospital de Santa Maria. Cinco pacientes permanecem em estado crítico.

Ao mesmo tempo, União, Estado e município vão trabalhar na criação de um centro de atendimento às vítimas e familiares para acompanhar e prestar assistência às famílias dos 239 mortos da tragédia e a todos que foram internados ou que, mesmo sem hospitalização, tenham respirado a fumaça tóxica produzida pela queima do revestimento da casa noturna. O serviço poderá durar dois anos ou mais, se houver necessidade, segundo fontes da Secretaria Estadual da Saúde.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul acredita que vai conseguir concluir o inquérito que investiga as causas da tragédia, ocorrida em 27 de janeiro, no prazo de 30 dias. Cerca de 200 testemunhas serão ouvidas nos próximos dias, inclusive funcionários da Prefeitura de Santa Maria que emitiram os alvarás de funcionamento da Kiss.

A apuração também contará com análises técnicas e laboratoriais. A Polícia Federal já periciou 60 de 94 celulares das vítimas da tragédia e encaminhou o resultado à Polícia Civil. O objetivo é analisar imagens da casa noturna antes e durante o incêndio, para detectar o estado das instalações, e também buscar eventuais descrições da situação feitas pelos portadores dos aparelhos.

Laudos

Em outra frente, a investigação da causa da morte das vítimas, a Polícia Civil vai receber laudos dos exames de sangue feitos pela perícia com ajuda do Laboratório Policial de Química Forense de Buenos Aires. Nesta segunda-feira, o jornal Zero Hora afirmou que a análise de 235 amostras não teria identificado presença de cianeto em quantidade suficiente para matar as vítimas. Isso mudaria a hipótese de que tal gás teria provocado os óbitos.

A investigação pode apontar asfixia por outro componente tóxico, também formado a partir da queima do revestimento. Mas, mesmo que mude a explicação técnica, vai manter a responsabilização das mesmas pessoas pelas instalações inadequadas. O Instituto Geral de Perícias ainda não comentou o caso.

Deputados das comissões estadual e federal montadas para acompanhar as investigações da tragédia da boate Kiss visitaram nesta sexta-feira o Comando da Polícia Militar, a prefeitura e a Delegacia Regional da Polícia Civil, em Santa Maria (RS). As duas equipes de parlamentares vão trabalhar na elaboração de leis que tratem de prevenção de incêndios, de atribuições de competências para emissão de alvarás e fiscalização de casas noturnas. A ideia é consolidar as normas e evitar que gestores possam transferir responsabilidades em caso de falha. "O poder público não pode ser tolerante com as lacunas na legislação", afirmou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

A Polícia Civil quer concluir o inquérito que apura as causas e vai apontar as responsabilidades pela tragédia até o final do mês. Nesta semana foram colhidos depoimentos de bombeiros que prestaram socorro na noite do incêndio. Na semana que vem será a vez dos secretários e funcionários municipais responsáveis pela área de emissão de alvarás e fiscalização de casas noturnas.

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Nesta sexta o jornal Zero Hora, que teve acesso a parte dos primeiros depoimentos do inquérito, revelou que um dos sócios da Kiss, Mauro Londero Hoffmann, admitiu à polícia que, "em determinadas ocasiões", a boate já recebeu público próximo de mil pessoas. A capacidade da casa, segundo os bombeiros, é de 691 pessoas.

Histórico

A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. Uma fagulha de um artefato usado em um show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira chegou ao teto e começou a queimar o revestimento de espuma da Kiss. O fogo se espalhou rapidamente. A queima do material produziu gases tóxicos que mataram 234 pessoas no local e outras cinco, posteriormente, em hospitais.

O levantamento mais recente do quadro de feridos que ainda dependem de assistência ininterrupta foi divulgado no início da noite desta sexta-feira pela Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul. Os dados indicam que há 37 pacientes internados em seis hospitais de Porto Alegre e um em hospital de Santa Maria, com seis deles respirando por aparelhos. Não houve altas durante o dia.

O desembargador Manuel José Martinez Lucas, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, negou os pedidos de liminares de habeas corpus feitos pelos advogados de Mauro Hoffmann, um dos proprietários da boate Kiss, e de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, em decisões tomadas nos dias 7 e 13 de fevereiro e tornadas públicas na quinta-feira.

Conforme nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o magistrado entende que ainda são nebulosas as circunstâncias da tragédia, sobretudo as causas precisas do incêndio que destruiu o revestimento da boate e a responsabilidade dos envolvidos.

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Ressaltou, no despacho, que a concessão de liminar em habeas corpus é admitida quando a ilegalidade de prisão é evidente, o que não considera que seja o caso. Além de Hoffmann e Santos estão presos temporariamente outro sócio da Kiss, Elissandro Spohr, e o produtor musical do conjunto Luciano Bonilha Leitão. O incêndio, ocorrido no dia 27 de janeiro na casa noturna de Santa Maria, matou 239 pessoas.

A Associação Nacional para Exigência do Cumprimento das Obrigações Legais (Anecol), com sede em São Paulo, ajuizou uma ação civil pública na Comarca de Santa Maria (RS) pedindo que os proprietários da boate Kiss, os integrantes da banda Gurizada Fandangueira e a prefeitura local sejam condenados a pagar R$ 3 milhões à família de cada vítima da tragédia ocorrida na casa noturna no dia 27 de janeiro e R$ 300 mil a cada um dos feridos, pelos abalos morais que sofreram.

"Esses valores não devolvem vidas, mas são razoáveis para as famílias sentirem que a justiça foi feita", afirma o advogado Walter Euler Martins, da Anecol. A ação foi encaminhada à Justiça no dia 4 de fevereiro. Segundo Martins, a entidade é formada por pessoas ligadas à área jurídica e tem como objetivo defender, divulgar, promover e fomentar informações para assegurar o cumprimento de obrigações legais.

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O número de pacientes internados com ferimentos por causa do incêndio na boate Kiss caiu de 42 na quarta-feira (13) para 37 nesta quinta-feira. Entre os cinco que tiveram alta estavam dois internados em Canoas e um em Caxias do Sul, cidades que deixaram de ter pacientes da tragédia. Os 37 internados estão em seis hospitais de Porto Alegre e dois em Santa Maria. Oito deles dependem ainda de respiração mecânica para respirar.

Mais três pacientes que estavam em recuperação depois do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), tiveram alta neste domingo. Duas semanas após a tragédia que matou 238 pessoas, pelo 50 frequentadores da boate continuam internados em hospitais de Santa Maria, Porto Alegre, Canoas e Caxias do Sul e 14 dependem de ventilação mecânica para respirar.

Os números divulgados nesta noite pela Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul revelam a recuperação de boa parte dos hospitalizados. Da tarde de sexta-feira, quando havia 65 internados, até a tarde de domingo, 15 pacientes tiveram alta.

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No dia da tragédia e na semana seguinte 145 pessoas que procuraram atendimento médico tiveram de ser internadas. Quatro morreram em hospitais e, até agora, 91 voltaram para suas casas recuperadas.

A secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou que 53 pacientes seguem internados no Estado após a tragédia na boate Kiss, de Santa Maria (RS). Do total, 16 ainda estão respirando com auxílio de aparelhos. O incêndio na casa noturna, ocorrido no dia 27 de janeiro, matou 238 pessoas.

O fogo iniciou por volta das 2h30, após um dos integrantes da banda que se apresentava, Gurizada Fandangueira, utilizar um sinalizador durante o show. A faísca atingiu a espuma que revestia o teto para o isolamento acústico do local e o extintor de incêndio não funcionou.

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A polícia civil gaúcha já apurou que o sinalizador utilizado era inadequado para ambientes internos e que a espuma era altamente inflamável, material proibido pela legislação municipal. A investigação segue tentando apurar quantas pessoas estavam na boate no momento do incêndio. A capacidade da casa noturna era para 691 pessoas. Os dois sócios da casa noturna e dois integrantes da banda estão presos.

A presidente Dilma Rousseff acompanhou na noite desta quinta-feira de uma celebração ecumênica em homenagem às vítimas da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A solenidade ocorreu na Catedral Metropolitana de Brasília e durou cerca de uma hora.

Dilma acompanhou a cerimônia na primeira fila, ao lado do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e José Eduardo Cardozo (Justiça). A realização da cerimônia foi um pedido da própria presidente, que chegou a cancelar reuniões bilaterais durante visita ao Chile para ir pessoalmente até Santa Maria prestar solidariedade aos familiares das vítimas.

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"Dilma quis demonstrar que o coração dela está com a comunidade de Santa Maria", disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Também estiveram presentes à cerimônia os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação), Miriam Belchior (Planejamento), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), Paulo Passos (Transportes), Paulo Bernardo (Comunicações), José Elito (Gabinete de Segurança Institucional), Antonio Patriota (Itamaraty), Celso Amorim (Defesa) e Eleonora Menicucci (Mulheres).

Durante a cerimônia, foram feitas orações para que "todos os jovens que ainda se encontram hospitalizados não se desanimem em sua dor" e "pelas famílias dos jovens vitimados no acidente de Santa Maria e que sofrem a sua perda". O arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, destacou que, mais do que o sentimento de perplexidade diante do episódio, prevalece a sensação de que "somos parte de uma mesma família". A presidente deixou a Catedral sem falar com a imprensa.

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou que seis pacientes internados por causa do incêndio na Boate Kiss tiveram alta nas últimas 24 horas. Com isso, cai para 75 o número das vítimas hospitalizadas em quatro cidades gaúchas. Dos pacientes liberados, cinco estavam em Santa Maria e um em Porto Alegre. Os hospitais das duas cidades estão com o maior número de internados, 45 e 26, respectivamente. Os demais pacientes estão em Canoas (três) e em Caxias do Sul (um).

Segundo a secretaria, caiu de 23 para 21 o número de pacientes que ainda necessitam de ventilação mecânica para respirar. O incêndio na casa noturna deixou 238 mortos. As responsabilidades pela tragédia estão sendo apuradas. A polícia investiga que tenha ocorrido uma sequência de erros, passando pela inadequação do ambiente para situações de emergência, falta de fiscalização e uso de um sinalizador proibido para lugares fechados.

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O juiz Ulisses Lozada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, negou pedido de relaxamento de prisão para os empresários e sócios da Boate Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr e para os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha e Marcelo Jesus.

A Justiça de Santa Maria (RS) negou os pedidos de revogação da prisão temporária dos envolvidos no incêndio da boate Kiss. A decisão, tomada na terça-feira (5) pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada, da Comarca de Santa Maria, foi divulgada nesta quarta-feira. Os advogados dos suspeitos alegaram que a prisão de seus clientes seria inconstitucional. O magistrado entendeu que a medida é necessária para que a polícia conclua a investigação dos fatos que desencadearam a tragédia e identifique os responsáveis.

"Ainda há diligências a serem realizadas, tais como acareações, buscas, reconstituições dos fatos, análise de documentos e perícias ainda por serem juntadas, reinquirições dos acusados e mesmo oitivas de novas testemunhas, bem como há circunstâncias do fato que não puderam ser esclarecidas no exíguo prazo em que os investigados se encontram presos", justificou o magistrado.

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Desde o dia 28 de janeiro, dois integrantes do Gurizada Fandangueira - o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Augusto Bonilha Leão - estão presos temporariamente, assim como os dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann. Spohr, que permanecia internado em um hospital de Cruz Alta sob custódia da polícia, teve alta na noite de terça e foi encaminhado à Penitenciária Modulada de Ijuí. Todos ficarão na mesma prisão, mas em celas individuais e separadas, pelo período de 30 dias.

Cerca de 150 artistas ligados ao teatro realizaram, no início da tarde desta quarta-feira, um protesto em frente à sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, região central da cidade. Eles reivindicam que sejam estipulados prazos para a reabertura dos equipamentos culturais administrados pelo município que foram interditados semana passada devido à falta de autorização do Corpo de Bombeiros. A medida foi tomada dias após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 238 mortos até o momento.

De acordo com Marcos Galiña, diretor da Companhia de Teatro Monte de Gente, uma comissão de quatro artistas foi recebida pelo secretário municipal de Cultura, Sérgio Sá Leitão. Foi entregue ao secretário uma lista de reivindicações, que inclui indenização aos produtores prejudicados pelo fechamento dos equipamentos culturais, divulgação de relatórios sobre as condições de segurança destes locais, além do aparelhamento e a contratação de técnicos para as salas.

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"Eu estava com estreia marcada para 13 de março, no Planetário da Gávea. Agora fomos surpreendidos com esse fechamento, que não tem data para acabar. Se o teatro não reabrir até lá, vamos ter que arcar com o prejuízo", disse Galiña.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu nesta quarta-feira (6) cinco mandados de busca e apreensão na casa dos integrantes do grupo musical Gurizada Fandangueira em Santa Maria e Mata. O objetivo da coleta de material é verificar se o conjunto usava pirotecnia em suas apresentações antes do show que fez na boate Kiss na madrugada de 27 de janeiro.

Naquele domingo, segundo depoimento de testemunhas, a fagulha de um artefato acionado no palco pela banda atingiu o revestimento acústico do teto, provocando um incêndio que matou 238 pessoas. O conteúdo das peças apreendidas não foi divulgado pelos policiais.

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Desde o dia 28 de janeiro, dois integrantes do Gurizada Fandangueira - o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Augusto Bonilha Leão - estão presos, assim como os dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann. Spohr, que permanecia internado em um hospital de Cruz Alta sob custódia da polícia, teve alta na noite de terça-feira e foi encaminhado à Penitenciária Modulada de Ijuí. Todos ficarão na prisão por 30 dias, período em que a polícia espera concluir o inquérito e apontar os responsáveis pela tragédia.

O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni, anunciou nesta terça-feira (5) que sobreviventes, parentes, voluntários e profissionais que participaram do socorro às vítimas da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, serão acompanhados por pelo menos dois anos por um serviço de assistência que o Estado está montando. Profissionais de saúde serão orientados a buscar envolvidos no episódio e convidá-los a passar por revisões periódicas, de acordo com cada caso.

"Há pessoas que podem ter problemas psicológicos e clínicos. Todos devem fazer exames rotineiros e periódicos para detectar eventuais patologias posteriores", explicou. "Em situações como essa, é certo que queimados graves terão de passar por diversos procedimentos para recuperar a pele e teme-se que alguns envolvidos tenham depressão, complicação pulmonar e até alterações neurológicas."

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Além de prestar assistência, o serviço do governo vai gerar conhecimentos para o futuro. "Em episódios como esse, há estatísticas como as de quem chega ao hospital e morre, quem chega e vai para a alta e até mesmo de suicídios", destaca Simoni, revelando que três internações feitas desde o incêndio foram motivadas pelo temor de que o paciente atentasse contra a própria vida. "Por circunstâncias como essas, tanto os pacientes quanto as famílias das vítimas precisam de acompanhamento prolongado."

Na mesma entrevista, Simoni e médicos que participaram do atendimento fizeram um balanço do uso de equipamentos e medicamentos enviados do exterior ao Rio Grande do Sul. Cedido pelo Canadá, o sistema de respiração extracorpórea - espécie de pulmão artificial que oxigena o sangue fora do corpo - foi aplicado em dois pacientes. O estado de um era muito grave e ele morreu no sábado. Outro ferido está evoluindo bem. "A máquina deve ser retirada amanhã (quarta-feira) ou na quinta-feira", disse o especialista em transplante de pulmão e cirurgia torácica da Universidade de Toronto, Marcelo Cypel, que atendeu à solicitação do Ministério da Saúde e participa do atendimento aos feridos.

O medicamento hidroxicobalamina, que chegou no sábado e foi doado pelos Estados Unidos, foi usado em 35 pacientes. Trata-se de um antídoto para o cianeto, veneno formado pela combustão do poliuretano - componente da espuma que revestia a boate Kiss. A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que 11 pacientes tiveram alta nesta terça. Dos 81 feridos que permanecem internados em sete hospitais de Porto Alegre, três são de Santa Maria, um de Canoas e um de Caxias do Sul. E 23 respiram com ventilação mecânica.

Um dos proprietários da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, recebeu alta nesta terça-feira da clínica onde estava internado em Cruz Alta. Ele foi transferido para a Penitenciária Modulada de Ijuí, a 177 quilômetros de Santa Maria, onde deve cumprir a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Kiko não queria cumprir em Santa Maria a prisão temporária.

Perícia. Técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) passaram quatro horas ontem entre os escombros da boate Kiss para analisar e recolher mais materiais que possam ajudar a esclarecer as causas do desastre.

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A equipe vasculhou o que sobrou do palco em busca de restos do artefato usado para o show pirotécnico que deu início ao fogo, durante uma das músicas da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava quando o fogo começou. A suspeita é de que o vocalista acendeu um sinalizador e as chamas atingiram o teto da boate. Peritos não comentaram o resultado da busca.

Um jovem que estava hospitalizado na Santa Casa, em Porto Alegre, morreu no início da tarde de hoje (5). O jovem de 20 anos é a quarta vítima entre os pacientes internados em decorrência do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), no dia 27 de janeiro. A pedido da família, o governo do Rio Grande do Sul não divulgou o nome do jovem. Com esta confirmação, chega a 238 o número de mortes por causa do incêndio.

Outros pacientes continuam internados em hospitais de cinco cidades gaúchas. Nas últimas 24 horas, foram registradas 11 altas, sendo uma em Ijuí, duas em Porto Alegre e oito em Santa Maria.

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Na manhã de hoje, técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul iniciaram mais uma perícia na boate para identificar o ponto onde o incêndio começou e confirmar detalhes informados pelos feridos e demais pessoas envolvidas no caso que prestaram depoimentos à polícia.

O resultado da nova perícia ainda não tem data para ser divulgado. As investigações continuam com a tomada de mais depoimentos. A assessoria da Polícia Civil gaúcha informou que as conclusões sobre o incêndio só devem ser apresentadas no final do mês de fevereiro, quase 30 dias após o ocorrido.

Técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul começaram na manhã desta terça-feira mais uma varredura no prédio da boate Kiss, em Santa Maria, atrás de novos elementos que possam ajudar a esclarecer como o incêndio teve início. A tragédia já matou 237 pessoas, e outras 93 permanecem hospitalizadas - segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado.

Conforme o diretor do IGP, José Cláudio Garcia, a verificação visa a encontrar o local em que o incêndio começou especificamente e resquícios do foguete utilizado pelo vocalista da banda em sua ação pirotécnica, chamado de sputnik. O laudo dos peritos será entregue à Polícia Civil, responsável pelas investigações.

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É prevista para hoje a alta médica de Elissandro Spohr, o Kiko, sócio e gerente da Kiss. Internado desde o domingo da tragédia (27) no hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, Kiko deve ser levado para o presídio regional de Santa Maria, onde estão presos seu sócio Mauro Hoffman, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor Luciano Augusto Bonilha Leão.

Em entrevista gravada por seu advogado e veiculada na televisão nesse domingo, Kiko negou que a boate estivesse superlotada na noite da tragédia. Entretanto, conforme o número de vítimas e o de atendimentos registrados pela Secretaria de Saúde do RS, estariam no local no mínimo entre 750 e 800 pessoas, de acordo com o chefe de Polícia do RS, delegado Ranolfo Vieira Júnior. Oficialmente, a lotação máxima da Kiss deveria ser de 691 pessoas.

Situação de emergência

O governo federal reconheceu o pedido de situação de emergência na cidade de Santa Maria, após a tragédia na boate Kiss. Com a medida, a prefeitura tem acesso mais rápido a recursos da União.

Além disso, o reconhecimento permite que sejam feitas contratações emergenciais para serviços públicos urgentes e dispensa a licitação dos contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres. Tais contratações devem ser concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos. O decreto tem validade retroativa a 27 de janeiro e vale por 90 dias.

O governo federal anunciou formalmente que foi decretada situação de emergência no município gaúcho de Santa Maria. A decisão é da Secretaria Nacional de Defesa Civil, que faz parte do Ministério de Integração Nacional.

A portaria 21 informa que a situação de emergência foi reconhecida "em decorrência de incêndios em aglomerados Residenciais". Na madrugada do dia 27 de janeiro, houve um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, em uma tragédia que deixou mais de 200 mortos.

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A tragédia na boate em Santa Maria, no sul do país, continua refletindo na fiscalização em vários locais do Brasil. Em Frutal, no Triângulo Mineiro, bombeiros interromperam uma festa de formatura sob a alegação de que o salão não tinha licença para funcionar.

Os alunos, familiares e convidados tiveram de deixar o local, ao mesmo tempo em que quem chegava era barrado na porta. A formatura era do curso de administração da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Com o apoio da Polícia Militar, os bombeiros lacraram o local na noite de sábado (02).

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Em Franca, no interior de São Paulo, foi suspenso o baile de escolha da rainha do carnaval, que ocorreria também na noite de sábado, por problemas no local do evento. A festa aconteceria no clube da Associação dos Servidores, que acabou interditado por falta de alvará. A União das Escolas de Samba remarcou o baile para quarta-feira (06), em outro local.

Para a polícia de Santa Maria (RS), os donos da boate Kiss e os dois membros da banda Gurizada Fandangueira, que tocou na madrugada do dia 27 quando o incêndio começou, assumiram o risco de matar. O inquérito pode levar 30 dias para ser concluído, mas os quatro devem ser indiciados por dolo eventual - quando se assume o risco de matar. A informação foi dada no final da tarde desta sexta-feira (1°), pelo delegado, Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação.

"Todas as evidências e provas testemunhais apontam de forma inequívoca que eles agiram de muitas maneiras, assumindo o risco da produção de um resultado." Segundo o delegado, mais de 70 testemunhas já foram ouvidas. Pelos depoimentos e provas colhidas no local do incêndio, os proprietários da casa falharam o quesito segurança. "Sobre a questão do dolo eventual, podemos imputar claramente aos proprietários pela falta de segurança, que ficou evidente."

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De acordo com Meinerz, apenas três extintores de incêndio foram encontrados dentro da boate Kiss. Além disso, conforme documentação entregue ao Corpo de Bombeiros anteriormente, a boate tinha capacidade para cerca de 640 pessoas. Entretanto, há relatos, inclusive do próprio Elissandro Sphor, o Kiko, em entrevista a um jornal da cidade há cerca de seis meses, que houve circunstâncias em que a casa comportou até duas mil pessoas.

Sobre a responsabilização dos dois integrantes da banda, está provado, segundo Meinerz, que o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o técnico de palco Luciano Augusto Bonilha Leão "manusearam indevidamente material que não poderia ter sido utilizado" no local. "Se eu uso um material que há uma orientação do fabricante e do vendedor, e mesmo assim eu ainda o faço de forma indevida em um local com grande aglomeração de pessoas, evidentemente eu estou assumindo o risco de um resultado", avalia o delegado. E completa: "Se por ventura o evento não tivesse acontecido no fundo, mas na parte da frente, certamente o número de vítimas seria infinitamente maior".

Obstáculos

Analisando o local do incêndio, os peritos recolocaram nos locais originais as estruturas de ferro que conduziam o público à entrada e saída da boate, e que acabaram no chão depois do tumulto. Para o delegado, ficou demonstrada a grande dificuldade em deixar o prédio durante a emergência. "A dificuldade de saída para as pessoas era muito grande, maior até do que nós tínhamos imaginado em um primeiro momento."

Na tarde desta sexta, policiais de Santa Maria cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento de Elissandro Spohr, o Kiko, que permanece internado no hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, sob custódia. Conforme a polícia, estavam sendo procuradas provas documentais que possam esclarecer as circunstâncias que a Kiss estava operando, se dentro das normas de segurança ou não.

Está em posse dos investigadores documentos remetidos pela prefeitura da cidade e pelo Corpo de Bombeiros. Dentre os papéis está presente o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), mas que não contém assinatura de um responsável técnico. "Existe esse documento, mas não está escrito o nome de um responsável. E eu quero saber o porquê", salienta Meinerz.

O juiz Regis Betolini, da Comarca de Santa Maria (RS), prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária de Elissandro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios-proprietários da boate Kiss, onde ocorreu o incêndio que matou 236 pessoas, na madrugada de domingo (27). Eles tiveram a prisão temporária, de 5 dias, decretada logo após o incêndio. Entre as vítimas estavam o cantor Marcelo de Jesus dos Santos, e o auxiliar da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha.

O pedido de prorrogação foi enviado para o juiz pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que viu indícios de crime hediondo na morte das 236 pessoas na boate. Em manifestação encaminhada na quinta-feira (31) à noite à Justiça, os promotores Joel Oliveira Dutra e Waleska Flores Agostin afirmam que houve "um crime de homicídio qualificado" e que os acusados assumiram "risco de produzir o resultado morte".

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