O Observatório do Crack é um estudo realizado anualmente desde 2010, pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) que aponta o índice do consumo da droga em quase todos os municípios do Brasil (exceto aqueles que não divulgam os dados). A coordenadora do projeto, Mariana Barretos, conta que a ideia partiu da procura das famílias dos usuários e gestores municipais sobre mais informações. “As famílias que têm usuários buscam muito ajuda na área da saúde e assistência, e os gestores municipais precisavam saber se era um problema de saúde pública, segurança ou outra coisa”.
A última pesquisa apontou que 89,7% dos municípios que participaram, têm problemas com o vício. Em Pernambuco, o número é tão alarmante quanto: 96 cidades das 155 existentes fazem uso simultâneo da pedra com outras drogas. Os números são tão altos que as prefeituras de várias cidades precisaram tomar medidas.
##RECOMENDA##É o caso de Recife, que instalou, há menos de um mês atrás, a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Secod). A nova secretaria vem coordenando planos de conscientização e capacitação de pessoas envolvidas com o vício, como o Programa Atitude. Ele parte do princípio de que pessoas usuárias também são sujeitos de direitos, e por isso merecem ser respeitados e ouvidos, e prevê planos de conscientização e espaços de acolhimento, para que as pessoas possam diminuir o consumo ou entrar em abstinência por escolha própria.
A ideia desse e de outros programas realizados pela Prefeitura é enfrentar o problema em suas raízes, e combater medidas de "pseudo cuidado" que envolvem violência contra pessoas que fazem uso das drogas.