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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 31, a Operação João XXI, com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa especializada na concessão irregular de seguro defeso. Dentre os indivíduos presos, há nove servidores públicos, do Ministério do Trabalho (MTb) e do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Foram autorizados 25 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão preventiva, nas cidades de Caxias do Sul (RS), Belém (PA), além de Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Almeirim (AP). Até o momento, o prejuízo apurado aos cofres públicos supera R$ 69 milhões.

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Segundo a PF, os investigados "responderão pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem superar 40 anos de prisão".

Foram realizadas buscas na Superintendência Regional do MTb em Macapá e nas unidades do Sine de Macapá, Santana e Laranjal do Jari, além de residências.

"A operação de hoje - cujo nome é uma é referência à passagem bíblica que fala sobre a pesca milagrosa - é um desdobramento da Operação Timoneiro, deflagrada em abril deste ano. Na ocasião, foi preso um servidor do MTb que atuava em Caxias do Sul, e foi responsável pela concessão fraudulenta de 6.988 benefícios", afirma a PF.

A investigação foi conduzida pela Delegacia de Polícia Federal de Caxias do Sul (RS) e contou com apoio do Ministério Público Federal de Caxias do Sul (RS), da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (Coinp) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Assessoria de Pesquisa Estratégica da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho (APE/SE/MTb). Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Caxias do Sul.

Depois de assumir o comando da Secretaria da Pesca, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, suspendeu o período de defeso por 120 dias para coibir fraudes na concessão do seguro pago aos pescadores durante o período de reprodução em que a pesca é proibida. O prazo pode ser prorrogado.

A medida faz parte do ajuste fiscal do governo para garantir economia de gastos e reduzir o desequilíbrio fiscal das contas públicas brasileiras. Com o seguro defeso, os pescadores recebem um salário mínimo do governo federal por mês durante toda a temporada de suspensão da pesca.

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Fontes do governo informaram que os defesos suspensos têm impacto anualizado de R$ 1,5 bilhão em 2015. O valor corresponde à metade dos benefícios pagos aos pescadores. No acumulado de 12 meses, o custo do seguro defeso é de cerca de R$ 2,7 bilhões.

A justificativa oficial para a suspensão do benefício é o recadastramento dos pescadores artesanais pelo Ministério da Agricultura. Também haverá uma revisão dos períodos de defeso.

A portaria interministerial dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente com a decisão foi publicada nesta sexta-feira, 9, no Diário Oficial da União. A portaria é assinada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e data do dia 5 de outubro, data da posse dos novos ministros. A partir dessa data, a Secretaria da Pesca foi incorporada ao Ministério da Agricultura. A equipe econômica pressionava por mudanças no seguro defeso.

O recadastramento será presencial e solicitado por meio de formulário de requerimento de licença de pescador profissional, mediante a apresentação de originais e cópias de documentos para comprovar que o beneficiário não tem outra atividade a não ser a pesca artesanal.

O governo respalda a decisão em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), analisada pelo plenário em abril deste ano, que apontou desvio de R$ 19,5 milhões no pagamento do benefício entre janeiro de 2012 e junho de 2013. A principal irregularidade é o pagamento de parcelas a pessoas que não se encaixam nas condições necessárias para receber o benefício. Do total de desvio, R$ 12,4 milhões foram pagos a beneficiários que possuíam emprego, além da atividade de pescador - o que descumpre a exigência para o pagamento do benefício.

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