Não bastasse toda a rivalidade do confronto, o duelo entre Brasil e Argentina no próximo dia 10 é envolto em enorme expectativa por causa do local do jogo, marcado para o Mineirão, em Belo Horizonte. Será a primeira vez que a seleção brasileira vai jogar no estádio onde foi massacrada pela Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Sempre que é questionado sobre os 7 a 1, o técnico Tite não foge do tema, mas na entrevista coletiva que se seguiu à convocação da seleção, nesta sexta-feira (21), o treinador afirmou que "estamos em outro momento".
Para Tite, os jogadores não deverão sentir qualquer pressão extra. "O trabalho psicológico parece que ao longo do tempo já foi perfeitamente colocado, e segue sendo. É verdade esse fato (7 a 1), mas também é verdade que dois anos se passaram, assim como uma série de circunstâncias. É uma constatação. Aconteceu e passou. Estamos em outro momento", afirmou o treinador.
##RECOMENDA##Ele disse que mesmo os jogadores que estiveram em campo naquela semifinal e que foram convocados para o confronto diante da Argentina não podem receber uma cobrança maior. Para tanto, Tite lembrou um fato ainda da época em que foi treinador do Caxias, time do interior gaúcho, no ano 2000.
"Lembrei de uma história que tive com um diretor, Enio Costamilan (falecido em 2009), que eu tinha no Caxias. Estávamos falando de um momento de insucesso que nós tínhamos na equipe, e ele sabiamente disse assim: 'Não, eu não vou abrir mão desses jogadores pelo insucesso que eles tiveram'. Eu fiquei na dúvida, e ele me disse 'sabe por quê? Porque eles aprenderam. A vida é aprendizado, não só com sucesso'. Se serve para esses atletas, talvez sirva para todos nós", ponderou o técnico.
"Reitero: o resultado negativo que aconteceu não foi de uma equipe ou de um jogador. Foi de todos nós. Eu me senti perdedor nessa situação (7 a 1). A gente aprende com virtudes, acertos e erros. Eu tive insucesso em três meses como treinador em Minas. Acontece, é da vida", considerou Tite.
Para ele, o confronto contra a Argentina será especial. "É meu primeiro Brasil x Argentina, e eu não tenho adjetivo para colocar. Estou vivendo um sonho que todo técnico brasileiro gostaria de estar. Participar de um jogo desses com tamanha rivalidade e história... Não sei que adjetivo usar, talvez honra."