Tópicos | A Senhora

O compositor e músico Matheus Mota, radicado no Recife, lançou na segunda-feira (5) o single "A senhora" , em que transformou no ritmo de samba  trechos da famosa carta de Michel Temer, escrita em 2015, enviada a então presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, Temer ainda era vice-presidente e encaminhou o documento para se queixar de ser apenas "decorativo" na gestão da ex-presidente. 

A música está presente no álbum "As palavras voam" e ocupa a segunda faixa do disco, que deve ter o lançado entre junho e julho com seis músicas inspiradas na carta de Temer e outras quatro instrumentais. 

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Em entrevista ao LeiaJa.com, Matheus contou que é compositor há cerca de dez anos, mas atualmente também trabalha com publicidade e criação de vinhetas e jingles. A ideia de transformar a carta de Temer em música surgiu assim que ele leu o documento.

"Eu quis fazer assim que bati o olho na carta, mas na época estava envolvido em outros trabalhos e acabei adiando alguns meses. Em 2016, quando comecei o trabalho musical, me dediquei muito para destrinchar todas as palavras", explica o músico. O novo disco de Matheus reúne samba, rock e funk. 

Para ele, o processo criativo e o lançamento da música foi muito importante por trazer o teor daquela carta para ser discutido novamente. "É uma espécie de patrimônio nacional, aquilo que todo mundo conhece, rí, critica e se diverte. Tem extremo pra tudo alí", falou. 

Além das canções com discursos políticos, a capa do álbum de Matheus mostra Dilma e Temer como se fossem lutadores de video game com o Congresso Nacional ao fundo. A autoria da arte é da designer Iara Adeodato. "Eu pedi algo como um vídeo game 16bits e joguinhos de fliperama", comentou. 

Para ele, arte de política caminham juntas. "Eu acho chato ultimamente é misturar tudo com política partidária. Eu vejo a política como um lance mais sutil, entrelinhas, uma visão de mundo mesmo", ressaltou Matheus Mota, que aborda pela primeira vez o cenário da política em seus trabalhos musicais. "Acho que a arte tá aí pra virar o status quo de cabeça pra baixo e provocar. Mas nem toda arte visa uma meta específica  e utilitária", concluiu. 

Confira a canção:

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