Os Policiais Civis decidiram, em assembleia nesta quinta-feira (17), no Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-PE), aderir à paralisação de 24 horas da categoria a ser deflagrada no próximo dia 30 (quarta-feira).
Segundo o Sindicato, o ato será uma forma de protestar contra o descaso com as negociações da campanha salarial 2012. A pauta, entregue dia 16 de abril ao governo, reivindica, entre outras coisas, garantir este ano a atual estrutura do Plano de Cargos e Carreiras, que é o segundo melhor salário inicial e final de polícia do Brasil, além da valorização profissional e a qualidade nas estruturas das delegacias de polícia.
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Em resposta à pauta, o Secretário de Administração, Ricardo Dantas, formalizou o posicionamento do Governo do Estado às demandas apresentadas, de que nada teria a negociar em relação ao reajuste salarial da categoria. "A impossibilidade de atendimento às postulações que ensejem elevação das despesas com pessoal", disse.
Cláudio Marinho, presidente do Sinpol, informou sobre o descaso ao trabalhador e as condições precárias em que os policiais civis estão trabalhando. “É um absurdo a condição das estruturas com que temos que trabalhar. A Delegacia Municipal de Vitória de Santo Antão, por exemplo, é vergonhosa. O policial não dispõe nem de um banheiro pra fazer suas necessidades básicas, sendo assim, são obrigados a usar o banheiro da ABB que fica perto”, lamentou.
Além das estruturas precárias, Marinho ressaltou o excesso de carga em que o policial tem que trabalhar. “Ninguém vai mais aceitar tirar hora extra para ficar fazendo evento de São João. O estado pega o policial que largou às 18h, coloca ele no ‘Pátio do Forró’, não tem hora pra largar, só saem quando acaba o evento, recebe apenas R$ 54 pela noite e ainda tem que estar no trabalho pra dar o expediente normal no outro dia. É humanamente impossível trabalhar nessas condições”, explicou.
A partir da meia noite do dia 30, todos os serviços emergenciais como lavratura dos flagrantes, condução dos presos aos presídios e levantamento cadavérico, serão garantidos a população. Mas os serviços como investigação, diligências, ouvidas de testemunhas, registros de boletim de ocorrência e expedição de intimações serão suspensos por 24 horas. "A paralisação é um alerta ao Governo do Estado pra mostrar em que condições nós estamos trabalhando", ressaltou o presidente.
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