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A equipe Superação Stand Up Paddle vai aproximar praticantes de SUP de Belém, Rio de Janeiro e São Paulo, em atividade única que relaciona turismo de experiência à prática de esporte de aventura, no período de 20 a 22 de novembro, na cidade de Soure, no Marajó. Essa é a proposta da IV SUP Expedição do Marajó, evento que surgiu da mobilização de praticantes de stand up paddle de Belém, na perspectiva de desbravar a maior ilha flúvio marítima do planeta. 

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Segundo o radialista e comunicador Ruy Montalvão, um dos idealizadores do evento, o movimento vem sendo construído desde 2017. "Nossa ideia foi de apresentar esse pedaço da Amazônia primeiramente para aqueles que mesmo morando numa cidade como Belém, formada por 39 ilhas, desconhecem esse potencial hídrico insular. O Marajó, com toda sua imensidão, cultura e belezas naturais fica somente há 87 quilômetros partindo do terminal hidroviário de Belém. Então, por que não apresentar a ilha aos nossos remadores por meio da prancha e ainda ajudar as comunidades visitadas gerando desenvolvimento local e estímulo ao turismo de base comunitária?”, reflete Montalvão.

As edições anteriores foram marcadas pela realização de oficinas e rodas de conversa com crianças e adolescentes de Soure que culminavam na limpeza dos rios da Reserva Extrativista Marinha de Soure. Com a pandemia da covid-19, a ação não será realizada para evitar aglomeração e disseminação do vírus, segundo as recomendações de segurança da OMS – Organização Mundial de Saúde.

A experiência da cultura local, seja pela oralidade de seus habitantes, gastronomia, belezas naturais e roteiros de remadas em mangues, rios, praias e fazendas, é o cenário perfeito para os amantes da natureza e para os esportes náuticos não motorizados, como o SUP, abreviação de stand up paddle, que significa remo em pé.

A SUP Expedição do Marajó está em sua quarta edição e recebe 25 remadores de Belém, São Paulo e Rio de Janeiro. A aventura de três dias na costa leste da ilha e será registrada para um documentário sobre SUP na Amazônia, com direção do comunicador Ruy Montalvão.

A experiência documentada pretende apresentar roteiros únicos, para o fortalecimento do turismo de base comunitária como potência de desenvolvimento local com sustentabilidade e protagonismo, a partir de um conjunto de ações capaz de consolidar Soure como um dos principais destinos turísticos de Water Sports na Amazônia.

Serviço

IV Sup Expedição do Marajó

Data: 20-22 de Novembro

Local: Soure (Ilha do Marajó)

Imprensa: 91 981388071

Da assessoria do evento.

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No final da tarde do último sábado, 18, aos poucos, uma das praças de Soure, no arquipélago do Marajó, começou a receber um grande número de pessoas. O local, às margens do rio Paracauari, que banha a cidade, havia ganhado cerca de 850 cadeiras de plástico, uma grande tela de cinema e um projetor de imagens para que os marajoaras pudessem acompanhar a pré-estreia do filme longa-metragem “Encantados”, dirigido pela cineasta gaúcha Tizuka Yamasaki. A trama conta a história real da pajé Zeneida Lima, que ainda reside em Soure, onde é muito reconhecida.

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A história foi filmada quase inteiramente no Marajó, há mais de dez anos, mas o filme só foi finalizado em 2014, quando começou uma carreira em festivais de cinema. Inspirado no livro de Zeneida, “O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó”, o filme conta a história da pajé (interpretada por Carol Oliveira) que sai de Belém, ainda menina, com a mãe Zezé (Letícia Sabatella), os sete irmãos e a empregada Cotinha (Dira Paes), e vai morar em uma fazenda do Marajó, por determinação do advogado Angelino (José Mayer), pai ilegítimo dos oito filhos que teve com Zezé. No Marajó, a menina sofre com a incompreensão da família por seus dons e por causa de sua paixão pelo jovem e misterioso Antônio (Thiago Martins), um encantado, um caruana, que ela conhece no local. “Encantados” traz ainda no elenco Ângelo Antônio (pajé Mundico) e Anderson Müller (capataz Fortunato), além da participação especial das atrizes Laura Cardoso e Cássia Kiss Magro. 

Na plateia da pré-estreia, além do público atento - estimado em 1.500 pessoas - que acompanhou as imagens sentado e muitos em pé, estavam a diretora Tizuka Yamasaki, o ator Ângelo Antônio e a pajé Zeneida Lima e seus filhos. Ao final da exibição, o filme foi longamente aplaudido.

Tizuka disse que teve contato com o livro que deu origem ao filme há muitos anos, mas que a princípio não havia dado muita atenção a ele. Depois que a Escola de Samba Beija-Flor ganhou o carnaval carioca, em 1998, com o enredo “Pará - O Mundo Místico Dos Caruanas nas Águas do Patu-anu”, quete a ajuda de Zeneida Lima na pesquisa, o ator Anderson Müller, filho do presidente da escola, entrou em contato com Tizuka e disse que aquele enredo poderia se tornar um filme. Foi aí que a diretora se lembrou do livro que havia ganhado, anos antes, quando esteve em Belém para ministrar uma oficina, e começou o projeto de filmar a história da pajé.

Muito feliz com a estreia do filme, Tizuka cuidava pessoalmente de cada detalhe da projeção na praça. Ela ressaltou que o Pará é um marco em seu trabalho. "Não poderia ser diferente. Faz todo sentido que a pré-estreia fosse na terra de Zeneida. É de grande importância que isso comece por Soure e o filme receba todas as bênçãos da natureza", comemorou.

Ao final da exibição, e em meio a aplausos, a pajé Zeneida Lima não segurou a emoção e chorou bastante. “Eu já tinha visto o filme uma única vez, mas estava nervosa e confesso que não prestei muita atenção. Aqui foi diferente, porque eu estou do lado da minha família e de amigos, e foi muito especial. Foi uma grande emoção, porque a forma como a Tizuka mostra a minha história é bem próximo de tudo o que aconteceu comigo e minha família”, avaliou Zeneida.

Atualmente, além dos trabalhos de cura de pessoas por meio de rituais de pajelança e uso de produtos da natureza, a pajé e seus filhos mantêm o Instituto Caruanas do Marajó, que é responsável por uma escola que atende a cerca de 240 crianças da periferia de Soure, e pela ONG Mãos Caruanas, que faz um resgate da cerâmica marajoara, produzindo peças como bijuterias, vasos, potes, utensílios e outros. Na área onde fica a sede do instituto também é possível visitar um parque temático, com muitas árvores frutíferas e grandes estátuas dos seres conhecidos como caruanas, segundo a descrição feita pela pajé Zeneida Lima.

Uma coprodução da Globo Filmes e Scena Filmes, com duração de 78 minutos, depois da pré-estreia em Soure, “Encantados” entra em cartaz no dia 7 de dezembro em Belém, na cadeia Cinépolis, do shopping Boulevard, e em salas de cinema de cidades como Santarém, Marabá, Parauapebas e Castanhal. A estreia nacional do filme será somente no primeiro trimestre de 2018.

O filme foi premiado na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, como melhor filme brasileiro na categoria Festival da Juventude, em 2014, e abriu o Brazilian Film Festival of Miami, em 2016. Tizuka também conquistou o prêmio de melhor diretora por “Encantados” no 31º Festival de Cinema de Trieste, na Itália, em 2016.

Por Dedé Mesquita, especialmente para o LeiaJá.

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