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Os sul-africanos começaram a se despedir de Desmond Tutu, nesta quinta-feira (30), no velório com seus restos mortais realizado na Catedral de São Jorge, na Cidade do Cabo, de onde o arcebispo lutou durante anos contra o Apartheid.

Ornado com cravos brancos, o caixão simples de pinho - "o mais barato possível", havia pedido Tutu - chegou cedo à sua antiga paróquia sobre os ombros de seis padres anglicanos. Permanecerá neste local por dois dias, antes do funeral planejado para sábado (1º).

Pouco antes de o caixão entrar na catedral, o atual arcebispo da Cidade do Cabo, monsenhor Thabo Makgoba, fez uma oração, enquanto outros lançavam incenso. Depois disso, ao viúva deste incansável do defensor dos direitos humanos, carinhosamente apelidada de "Mama Leah", seguiu, devagar, atrás dele para dentro da igreja.

Desde sua morte no domingo (26), aos 90 anos, personalidades mundiais como o papa Francisco, seu amigo Dalai Lama e chefes de Estado homenagearam Desmond Tutu. Agora, é a vez dos sul-africanos, que se veem órfãos de uma de suas grandes referências.

"Viemos prestar nossa homenagem", disse Joan Coulson à AFP que, acompanhada da irmã, chegou bem cedo pela manhã para ser uma das primeiras a entrar na catedral.

"Eu o conheci quando tinha 15 anos, agora tenho 70", afirmou, comparando Tutu a uma estrela do rock, "como Elvis (Presley)".

O público poderá ir à catedral até as 17h locais. Inicialmente previsto para durar um único dia, p velório foi estendido até sexta-feira, "por temor de uma avalanche", explicou o reverendo Gilmore Fry à AFP.

- Sem ostentação -

Após uma cremação privada, suas cinzas serão enterradas na antiga paróquia do arcebispo, onde, desde segunda-feira (27), os sinos tocam a cada meio-dia durante dez minutos em sua memória.

Desde domingo, centenas de sul-africanos se aglomeraram na catedral, onde um registro foi aberto para que deixassem mensagens e flores.

O país decretou sete dias de luto, e todas as bandeiras tremulam a meio-pau. Na Cidade do Cabo, a icônica Montanha da Mesa se ilumina de violeta todas as noites em homenagem ao arcebispo, que costumava usar a batina desta cor.

A semana também foi marcada por inúmeras cerimônias, principalmente religiosas, em todo país.

No sábado, a cerimônia será sem ostentação e sem gastos extravagantes, já que Tutu deixou instruções rígidas a esse respeito. O único buquê de flores será o oferecido pela família. Devido à pandemia da Covid-19, a presença será limitada a 100 pessoas.

A cerimônia religiosa também será um evento oficial. A pedido de Tutu, os militares limitarão sua intervenção à entrega de uma bandeira sul-africana à sua viúva, Leah, com quem se casou em 1955 e teve quatro filhos.

Debilitado pela idade avançada e pelo câncer, Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1984, aposentou-se da vida pública nos últimos meses.

Dois ministros sul-africanos que contraíram a Covid-19 foram hospitalizados - anunciou nesta terça-feira (21) o governo do país que se tornou o quinto no mundo com mais casos confirmados da doença.

"O ministro do Emprego e Trabalho, Thembelani Thulas Nxesi, deu entrada no hospital na segunda-feira como resultado da Covid-19. O ministro dado positivo no teste há uma semana e esteve em quarentena em sua casa até a tarde de segunda-feira", relata um comunicado do governo divulgado hoje.

"Ele foi internado no hospital por recomendação de seus médicos para ter acesso a um acompanhamento adequado", acrescentou o comunicado, especificando que o ministro de 61 anos "é o segundo membro do governo hospitalizado".

O ministro da Energia, Gwede Mantashe, de 65, também foi hospitalizado na segunda-feira "por recomendação de seu médico de família para ser mais bem monitorado", segundo outro comunicado do governo.

Ele e sua mulher "deram positivo para Covid-19 há uma semana". Sua esposa continuará em quarentena em casa, de acordo com o governo, que desejou aos ministros uma "rápida recuperação".

Até o momento, a África do Sul acumula mais de 373.000 casos confirmados de Covid-19, entre os quais 5.173 óbitos, conforme o Ministério da Saúde.

É o quinto país mais afetado do mundo em termos de casos confirmados da doença, atrás de Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O pico da pandemia é esperado para acontecer nas próximas semanas.

As autoridades impuseram um confinamento muito rigoroso no final de março, que depois foi flexibilizado para evitar uma queda na economia da principal potência industrial do continente.

Um tribunal sul-africano condenou nesta sexta-feira (27) a 19 e 16 anos de prisão dois fazendeiros brancos que filmaram sua tentativa de prender um homem negro em um caixão.

"A conduta dos acusados foi desumana e repugnante", declarou a juíza Segopotje Mphahlele, do tribunal de Middelburg, a 165 km de Johannesburgo.

Os dois fazendeiros, Willem Oosthuizen e Theo Martins Jackson, foram acusados de tentativa de assassinato, sequestro, agressão e intimidação.

O caso explodiu depois que que um vídeo de 20 segundos foi divulgado na internet. As imagens mostram um homem negro, Victor Mlotshwa, vivo dentro de um caixão.

No vídeo é possível observar o momento em que um dos fazendeiros tenta fechar o caixão, enquanto a vítima grita e tenta impedir a todo custo.

Oito trabalhadores desaparecidos após um incêndio na terça-feira (4) em uma mina de ouro perto de Johannesburgo morreram, anunciou nesta quinta-feira (6) o Sindicato dos Mineiros da África do Sul.

O acidente aconteceu na mina de Doornop. Um mineiro permanece desaparecido. Na terça-feira à noite, um tremor de terra provocou a queda de pedras, que danificaram cabos e provocaram o incêndio na mina, que pertence à empresa Harmony Gold.

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