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O "supercomitê" do Congresso dos Estados Unidos mostrou-se mais pessimista hoje sobre a possibilidade de chegar a um acordo para reduzir o grande déficit do país, já que segue difícil aparar as diferenças partidárias em torno de cortes sociais e do aumento de impostos para os ricos. O painel de 12 integrantes tem como prazo a meia-noite da quarta-feira para adotar um plano de corte de US$ 1,2 trilhão no déficit ao longo de 10 anos, porém não há consenso sobre cortes duros em programas domésticos e nos gastos militares.

Ontem, a Casa Branca afirmou que o comitê precisa "fazer seu trabalho". O impasse partidário pode ser um dos grandes temas das eleições presidenciais de novembro de 2012, quando o presidente Barack Obama buscará um segundo mandato.

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Na última quarta-feira, o governo passou a marca de US$ 15 trilhões de dívida, ou 99% da economia total dos EUA, um nível que economistas consideram perigoso.

Qualquer acordo requer a aprovação da maioria do comitê, dividido igualmente entre democratas e republicanos. O Congresso precisa adotar as normas até 23 de dezembro para evitar cortes automáticos.

O senador e membro do comitê Pat Toomey, um republicano, comentou declaração desta semana de Obama de que "não é muito tarde para os Estados Unidos" evitarem uma crise fiscal semelhante à da Europa. "Está em cima da hora. Pela lei, nosso trabalho neste comitê precisa acabar nesta semana. Eu sigo esperançoso de que podemos cumprir nossa meta", afirmou Toomey.

O senador republicano Jon Kyl, porém, parecia menos otimista. "Eu acho que há muitas dúvidas nesse momento", notou, falando sobre a possibilidade de se fechar um compromisso. "Mas obviamente ninguém quer desistir antes da meia-noite" da quarta-feira. Instado a descrever as linhas gerais de um possível compromisso, Kyl disse que "não estou certo de que haja um".

O jornal Washington Post informou que o comitê estava "tentado a admitir a derrota talvez já na segunda-feira".

O painel foi criado em agosto para lidar com a dívida dos EUA, porém há impasse por causa da recusa dos republicanos diante dos pedidos dos democratas para criar impostos para os muito ricos, em troca de cortes em programas de seguridade social. Os republicanos argumentam que essas taxas para os mais ricos afetariam investimentos que criam empregos e piorarão a já ruim situação do desemprego, em mais de 9%. A oposição também não aprova cortes no setor militar. As informações são da Dow Jones.

Compras de dólares hoje por um banco estrangeiro no mercado doméstico pressionaram a moeda, que retomou o sinal positivo ante o real após um recuo momentâneo no começo da tarde. Essa movimentação amparou um aumento de operações casadas de dólar à vista com dólar futuro e um fluxo cambial negativo, confirmado pela abertura da taxa do cupom cambial, de -0,31% no fechamento ontem para -0,06% no último negócio até 16h20, informou o gerente da mesa de derivativos de uma corretora.

A alta da moeda norte-americana se deu paralelamente à queda forte da Bovespa em meio à volta de preocupações com o endividamento dos Estados Unidos e vendas de ações por um banco estrangeiro, o rebaixamento de dez instituições financeiras da Alemanha pela Moody's e o pagamento pelo governo da Espanha de yields recordes desde a implantação do euro, em um leilão de bônus de dez anos.

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No fechamento, o dólar à vista subiu 0,45%, a R$ 1,780 no balcão, ampliando a valorização acumulada em três dias para 2,06%. No mês, o ganho aumentou para 5,08% e, no ano, está em 6,97%. Na BM&F, o dólar à vista avançou 0,59%, para R$ 1,7821.

Nos Estados Unidos, cresce o receio com a possibilidade do chamado "supercomitê" do Congresso, encarregado de apresentar um plano de cortes nos gastos públicos até a próxima quarta-feira, não cumprir essa missão, o que resultaria na adoção automática de um outro plano para reduzir o déficit orçamentário norte-americano.

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