Uma médica participante do programa Mais Médicos está abrigada desde a noite da última quarta-feira (04) na liderança do Democratas na Câmara, onde foi acolhida após pedir asilo político, no último sábado (1°), após fugir de Pacajá (PA), onde trabalhava pelo programa.
Ela alegou que seu telefone havia sido rastreado pela Polícia Federal e pediu auxílio ao partido. “Fiquei com muito medo quando uma amiga me informou que a polícia foi atrás de mim e meu telefone estava rastreado. Foi aí que pedi apoio ao deputado. Esse contrato é um engano”, afirmou Ramona, que acrescentou que foi enganada ao saber que seu contrato foi assinado com a associação Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, e não com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), que responde às condições anunciadas pelo governo brasileiro, que oferece R$ 10 mil reais.
##RECOMENDA##O contrato, com valor de US$ 1 mil, dos quais US$ 400 ela recebia no Brasil e o restante ia para Cuba, na sua conta, onde teria acesso ao dinheiro somente com o fim do trabalho no Brasil, previsto para ser finalizado em três anos. A denúncia foi feita pelo deputado Ronaldo Caiado.
“O que o deputado Caiado trouxe hoje ao plenário desta Casa Legislativa é uma ação do governo cubano, com a cooperação nefasta do governo brasileiro, de perseguição a uma médica que foi trazida na ilusão de prestar serviços ao povo brasileiro. Não somos contra mais médicos que venham atender a população de baixa renda. Somos contra, sim, esse regime escravocrata, que cobra do governo brasileiro R$ 10 mil e paga menos de R$ 1 mil reais ao médico cubano. E mais: a médica foi impedida de se movimentar no território brasileiro, com a grave suspeita de que seu telefone foi grampeado, ilegalmente, pela Polícia Federal”, Mendonça Filho (PE), líder do partido na Câmara.
A médica afirmou ter percebeu a diferença no contrato cubano quando fez o curso inicial em Brasília, em outubro, quando chegou ao país. Seu contrato foi assinado em setembro com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A., ao contrario do anunciado pelo governo brasileiro de que seria um convênio com a OPAS, que em momento algum, segundo Ramona, é mencionada no documento de prestação de serviços.
A médica atua há 27 anos e é especialista em medicina geral, e informou que para se deslocar para outra cidade do país, teria que pedir autorização a seu supervisor cubano, instalado em Belém. “Nós juramos cumprir a Constituição, respeitar a Carta Maior deste País, que reza que qualquer brasileiro, ou qualquer estrangeiro legalmente admitido neste território, tem que ser respeitado na liberdade de ir e vir, de se movimentar, de falar ao telefone sem ser incomodado pela polícia brasileira como se vivêssemos numa ditadura semelhante à ditadura cubana. Não posso aceitar isso”, disse Mendonça.
“Vamos juntos à Justiça brasileira garantir o direito de que ela não será perseguida, de que ela terá direito a asilo político no território brasileiro. Não vamos aceitar que este país seja transformado na Bolívia, Venezuela, muito menos em Cuba”, destacou o deputado. O protocolo do asilo será oficializado hoje (05) no Ministério da Justiça.e seu telefone estava sendo grampeado pela PF e fugiu, pedindo asilo político ao Democratas