Tópicos | terror ácido

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Conhecido pelas produções colaborativas, o cinema pernambucano traz na história um legado de produções de ‘guerrilha’. Pela escassez de incentivos público e principalmente privado, a maioria dos cineastas, ou praticamente todos, já viveu ou vivenciou a luta de fazer cinema, na qual, muitas vezes, a criatividade tem que ir além dos recursos existentes. 

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Para apresentar o cenário cinematográfico de terror em Pernambuco, o Portal LeiaJá conversou com o cineasta pernambucano Lula Magalhães. O diretor, que assume um viés mais ácido nas suas produções, trava um caminho tortuoso do ‘cinema de guerrilha’, como falta de incentivos e preconceito.

Segundo Magalhães, que trabalha com a temática, efetivamente, há dois anos, não é fácil. “Fazer cinema como eu faço é muito difícil, considero que é e um sacrifício enorme! O terror é um gênero que tem um preconceito grande e ainda vai permear muitas barreiras nos próximos anos”, fala, descontente descontente.

Para Lula, entre os vários desafios, dois assumem mais destaque: “A dificuldade financeira e a colaboração são as principais. Afinal, não é fácil você encontrar pessoas que pensam da mesma forma que você, que estão dispostas a abraçar um cinema de guerrilha, na maioria das vezes sem investimento nenhum”, desabafa o diretor, que mesmo com pouco tempo de estrada soma uma experiência extensa de sonhos e batalhas.


Durante entrevista ao Portal LeiaJá, o diretor relata quando começou o desejo de fazer cinema. “Na realidade, sempre quis fazer filme, desde os 18 anos, porém, migrei para o ramo da administração, lecionei e durante esse período, por quase dez anos, me capitalizei e iniciei a produção. Muitas pessoas economizam dinheiro para comprar uma casa, um carro, mas eu preferi arrecadar R$ 25 mil para fazer os meus dois filmes”, conta, satisfeito.

Com essa realidade, o diretor Magalhães desabafa e revela que, muitas vezes, a desmotivação é inevitável com a situação. “Algumas vezes você quer produzir algo, mas infelizmente está tolhido e sobrecarregado, pelas dificuldades. E é nesse momento que você tem que ser um ‘canivete suíço’, ter conhecimento, fazer e controlar tudo e acaba desanimando. É difícil fazer isso, mas para o cinema que eu faço é indispensável”, fala descontente.

Além dos desafios elencados, ele exalta o preconceito quanto ao gênero e defende seus trabalhos como produções que retratam a violência banalizada. Assista à entrevista no vídeo:

Mesmo com os percalços, Lula diz que a principal recompensa é poder ver as suas produções sendo exibidas em festivais locais e nacionais. O cineasta tem três filmes finalizados: Mandala Night Club, Invasor e Indutor. 

Mandala Night Club:  No submundo da prostituição na cidade de Recife, um estranho sujeito contrata uma cafetã para recrutar garotas de programa e um michê para realizar uma grotesca tarefa. O trabalho foi selecionado para os Grotesc O Vision (Curitiba - PR), Cine de Bordas do Itaú Cultural (São Paulo - SP), Festival Boca do Inferno (São Paulo - SP), Festival Cultural Mondo Estronho (Curitiba - PR) e Cine Jardim (Belo Jardim - PE).

Invasor:  Uma mulher é vítima de um estupro seguido de morte. Um médico se apodera do corpo dela para realizar uma experiência tecnológica de ressurreição, ao passo que mantém o agressor e assassino sendo torturado na mão de três sádicas. O trabalho foi selecionado para a Mostra Monstro (São Paulo - SP), Festival de Cinema de Caruaru (Caruaru - PE), Festival Cultural Mondo Estronho (Curitiba - PR), Zine Zombie Internacional Festival (Bogotá - COL), Fantaspoa (Porto Alegre - RS) e Cine Fantasy (São Paulo - SP).

Indutor: Uma misteriosa mulher (Heloysa Nunes) carrega um passado de sofrimento e mantém um homem em um cativeiro para realizar uma estranha vingança que mistura sensualidade, fotografias e muita violência. Seleção no Festival Mondo Estronho (Curitiba - PR).

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