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Uma testemunha que depôs contra integrantes da Polícia Civil mineira foi executada uma semana depois de ser ouvida pela corregedoria da corporação na frente dos acusados. Diego Bruno de Oliveira foi morto ontem, em Contagem, com quatro tiros nas costas. Os policiais denunciados pelo rapaz são acusados de sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

Entre os acusados está ainda o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que responde processo também pelo assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Além dele, também foram denunciados por Oliveira os policiais Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Souza. Todos eram integrantes do extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil mineira.

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Hoje, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, deputado estadual Durval Ângelo (PT), encaminhou ofício à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) pedindo agilidade na apuração do assassinato. Para o parlamentar, é uma "grande coincidência" Oliveira ter sido morto uma semana após depor na corregedoria da Polícia. "O pior é que Diego foi ouvido na frente dos três policiais acusados, o que é totalmente incomum e pode ser interpretado até como intimidação", afirmou o deputado.

Pela investigação, os policiais são suspeitos de envolvimento nas mortes de Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, ocorridas em 2008. Pela denúncia, eles teriam sido mortos no sítio de Bola em Esmeraldas, onde o GRE fazia treinamento. Diego estava com as vítimas momentos antes de elas serem levadas em uma viatura do GRE. Os acusados chegaram a ser presos a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), mas foram libertados. A reportagem tentou falar com a defesa dos policiais, mas os advogados não foram localizados.

O ex-secretário nacional de Esporte Educacional Julio Filgueira negou ter presenciado uma reunião entre o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o ex-policial militar João Dias Ferreira, na qual teria sido discutido um acordo para evitar a apresentação de denúncias sobre desvio de verbas do ministério.

Filgueira foi apontado como testemunha da suposta reunião pelo próprio ex-policial, que acusa Silva de participar de um esquema para beneficiar seu partido, o PC do B, com recursos públicos.

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O ex-secretário, que também é filiado ao PC do B, disse que se reuniu com Dias - sem a presença do ministro - para discutir irregularidades detectados por uma auditoria do ministério em convênio com a Federação Brasiliense de Kung-Fu, entidade dirigida pelo ex-policial.

"Em 2007 conduzi uma força-tarefa de fiscalização e auditoria sobre a aplicação de recursos do programa Segundo Tempo", disse Filgueira ao Grupo Estado. "Recebi dirigentes de várias entidades. Era parte de um rito, para assegurar o direito de defesa."

Filgueira afirmou ter deixado o ministério, em outubro de 2009, para se dedicar a atividades privadas - é dono de uma empresa de comunicação e propaganda. Ele negou que sua saída do governo tivesse relação com irregularidades no ministério.

Antes de assumir o cargo federal, Filgueira foi secretário municipal de Esportes em São Paulo e em Guarulhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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