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Família de Miguel prestou diversas homenagens ao garoto. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Não haverá justiça para Miguel Otávio Santana da Silva. A única justiça para uma criança de cinco anos é ter o direito de se transformar no adulto que desejar. “Miguel tinha sonhos”, lembraram os familiares do garoto, em ato realizado às 15h desta sexta (5), diante do edifício Píer Maurício de Nassau, popularmente conhecido por integrar o conjunto das “Torres Gêmeas”, no centro do Recife. Foi ali que ficaram o policial, o jogador de futebol e as outras inúmeras possibilidades do garoto.

“Ele queria ser policial. inclusive nas redes sociais da gente vocês podem ver ele tirando selfies com os policiais, no dia 7 de setembro. Ele se soltava da mãe e ia se encontrar e abraçar os policiais”, lembra Erilurdes de Souza, tia do garoto. Afônica, ela foi uma das familiares de Miguel que agradeceu aos demais manifestantes pela participação no ato. Depois, a família fez uma oração pelo menino e se deitou no chão, verbalizando, um a um, as aspirações do garoto. “Ele fazia atletismo, gostava muito de correr, brincar com meus sobrinhos, ria muito”, completou Erilurdes.

Protesto ocorreu diante do edifício em que o garoto faleceu. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Risonho, alegre e sapeca. O pequeno Miguel não teve tempo para cativar o país por suas qualidades. O menino faleceu após cair do nono andar do Píer Maurício de Nassau. Ele foi deixado sozinho no elevador por Sarí Côrte Real, primeira-dama de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, e patroa de sua mãe, Mirtes Souza, que passeava com o cachorro dos Côrte Real durante o ocorrido. “ Imagine o turbilhão que é encontrar aquela vida...Ninguém poupou minha irmã de segurar aquela criança, de ser a primeira a pegar aquela criança. Preferiram que um ser humano cuidasse de um animal do que do próprio filho”, lamenta Erilurdes.

Homenagens

Bola de futebol lembrou paixão de Miguel pelo esporte. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Cartazes e flores foram deixadas na frente do Píer Maurício de Nassau. Transeuntes presentearam a memória de Miguel com brinquedos e com uma bola de futebol, acomodada ao lado dos dizeres “Justiça para Miguel”. O sorriso do garoto foi a única alegria desta tarde, impresso nas fotografias colocadas nos portões do edifício. “O dia pra gente é como se fosse o mesmo dia. Quando a gente pensa que dormiu cinco minutos, só se passaram um ou dois. Todos que estão aqui apoiando a gente são humanos, sintam-se todos extremamente abraçados”, afirma Erilurdes.

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