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Dados do Banco Central Europeu (BCE) revelam a outra face dos números divulgados ontem pelo Banco Central em Brasília: o rombo nas contas externas do País significa que volumes crescentes de recursos chegam ao exterior vindos do Brasil.

Segundo o Banco Central Europeu, o resultado negativo no comércio exterior, somado ao fluxo das operações financeiras, dá ao Brasil o título de segunda maior fonte de recursos para os europeus nas transações da Europa com parceiros de fora do continente.

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Relatório divulgado esta semana pelo Banco Central Europeu mostra que as transações correntes entre o Brasil e a zona do euro tiveram saldo positivo de 23,6 bilhões para os europeus no acumulado entre o segundo trimestre de 2013 e o primeiro trimestre de 2014. É o segundo maior valor entre todos os grandes parceiros comerciais fora do continente.

Essa cifra representa o montante que deixou o Brasil e foi transferido para a Europa para pagar importações e quitar a contratação de serviços, além de transferências em investimentos e remessas de lucros.

Transferência

Segundo o Banco Central Europeu, as transações financeiras são as maiores responsáveis pela transferência dos euros do Brasil para a Europa. Ao todo, essas transações geraram resultado líquido de 10,7 bilhões para os europeus no período de um ano. Não há abertura do dado, mas esse indicador agrega os fluxos de investimento direto e financeiro e o resultado dessas operações.

Entre os demais componentes da conta, a balança comercial de mercadorias foi positiva para os europeus em 8,1 bilhões no período e a balança de serviços gerou superávit de outros 5,6 bilhões.

Com esse resultado, o Brasil só ficou atrás dos Estados Unidos no ranking das economias de fora da Europa e que mais geram recursos para o continente. No período, transações com a economia dos Estados Unidos geraram saldo líquido positivo de 37,3 bilhões para a zona do euro.

Entre outras grandes economias, europeus tiveram superávit de 14,9 bilhões com o Canadá, saldo positivo de 3,3 bilhões com a Índia e amargaram déficit de 22,6 bilhões com o Japão e 30,5 bilhões de euros com a Rússia - grande fonte de energia para a região.

O dado da China não foi atualizado pelo Banco Central Europeu, mas tradicionalmente a Europa tem relação deficitária com os chineses - ou seja, gasta mais que recebe com a segunda maior economia do mundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O déficit de transações correntes brasileiro ficou em US$ 3,345 bilhões em junho, mas o saldo negativo na balança de bens, serviços e rendas com o exterior seria pior se não fosse a Copa do Mundo. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, os gastos de turistas estrangeiros no País foram recorde no mês passado e ajudaram a aliviar o rombo nas contas externas.

A conta de viagens de junho registrou um déficit de US$ 1,204 bilhão. Foi o menor saldo negativo para o mês desde 2009, quando a diferença entre o que os brasileiros gastaram no exterior e o que os turistas estrangeiros desembolsaram no País ficou em US$ 575 milhões.

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De acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, o efeito do Mundial de Futebol levou o saldo negativo em viagens em junho a ficar 17% inferior ao déficit registrado no mesmo mês de 2013. Nessa comparação, os gastos dos turistas que visitaram o País no mês passado aumentaram 76%.

"Os viajantes estrangeiros deixaram US$ 797 milhões no Brasil em junho. Esse é o resultado mais alto da série histórica do Banco Central", comentou Rocha. Com isso, as receitas com viagens no acumulado do primeiro semestre de 2014 chegaram a US$ 3,647 bilhões, valor também inédito.

Rocha adiantou ainda que os dados parciais de julho continuam mostrando um crescimento nas receitas de viagens, com alta de 50% na comparação com o mesmo mês de 2013. "Mas o crescimento deve ser menor no total do mês, porque o Mundial acabou no dia 13 de julho", ponderou. Até o dia 23 de julho, os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 609 milhões, enquanto os brasileiros deixaram US$ 1,648 bilhão nos países para onde viajaram, resultando num déficit parcial de US$ 1,039 bilhão.

Estabilidade

Com o resultado de junho, o déficit em transações correntes acumulado no primeiro semestre do ano chegou a US$ 43,311 bilhões, equivalentes a 3,84% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. O resultado está bastante próximo do registrado nos seis primeiros meses do ano passado, quando a balança estava negativa em US$ 43,180 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O investimento estrangeiro em ações brasileiras, dentro e fora do País, ficou positivo em US$ 1,303 bilhão em março, informou o Banco Central (BC). No mesmo período de 2013, estava positivo em US$ 1,850 bilhão. No acumulado do ano até março, o valor caiu de US$ 7,094 bilhões em 2013 para US$ 319 milhões em 2014.

O saldo para ações negociadas no País ficou positivo em US$ 1,310 bilhão em março e está positivo em US$ 317 milhões no acumulado de 2014. Em relação aos papéis negociados no exterior, o investimento estrangeiro ficou negativo em US$ 7 milhões no mês passado e está negativo em US$ 2 milhões no acumulado do ano.

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Renda Fixa

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 5,785 bilhões em março, informou o BC. No mesmo mês de 2013, o resultado havia sido positivo em US$ 1,448 bilhão.

No acumulado do ano, entraram no País US$ 11,643 bilhões para renda fixa, ante US$ 1,752 bilhão no mesmo período do ano passado. Em junho de 2013, o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre esse tipo de aplicação.

O investimento em títulos negociados no exterior ficou negativo em US$ 591 milhões em março. No mesmo período do ano passado, o saldo dessas aplicações ficou positivo em US$ 949 milhões. No acumulado do ano, o valor passou de positivo em US$ 260 milhões nos três primeiros meses de 2013 para negativo em US$ 598 milhões no mesmo período de 2014.

A conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 1,302 bilhão em março. Segundo dados divulgados há pouco pelo Banco Central, esse saldo negativo é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior (US$ 1,838 bilhão) acima das receitas obtidas com turistas estrangeiros em passeio pelo Brasil (US$ 535 milhões). O saldo negativo foi maior do que o visto em março de 2013, de US$ 1,263 bilhão.

No acumulado do ano, o déficit da conta de viagens soma US$ 4,103 bilhões ante US$ 4,064 bilhões vistos em igual período de 2013. Na mesma comparação, os gastos no exterior recuaram de US$ 5,984 bilhões para US$ 5,87423,125 bilhões.

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O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (24), que turistas estrangeiros deixaram US$ 6,709 bilhões na economia brasileira no ano passado, ante 6,645 bilhões em 2012. É uma alta modesta, de menos de 1%, mas festejada pelo Instituto Brasileiro de Turismo, a Embratur.

"Os resultados de 2013 consolidam a importância da cadeia produtiva do turismo dentro da economia brasileira e confirmam que o turismo internacional tem amplo potencial para continuar gerando empregos e renda para a população, ainda mais neste ano de Copa do Mundo, em que devemos bater novo recorde", avaliou o presidente da Embratur, Flávio Dino, em nota.

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Apesar da comemoração da Embratur, no geral o saldo do turismo em 2013 foi bastante negativo para o Brasil. Os gastos de brasileiros no exterior atingiram US$ 25,342 bilhões no ano passado (ante US$ 22,223 bilhões, em 2012). No final do cálculo, descontado o valor que os estrangeiros gastaram no Brasil, o saldo do turismo terminou negativo em US$ 18,632 bilhões em 2013; ante déficit de US$ 15,588 bilhões em 2012.

Mas a Embratur ressalta que o número de gastos de turistas estrangeiros no País em 2013 consolida crescimento de mais de 170% nos últimos dez anos. A instituição alerta que a receita com turismo de estrangeiros no Brasil em 2013 superou a entrada de dólares obtida com a exportação de veículos automóveis de passageiros, que somou US$ 5,718 bilhões, e com a venda para o exterior de maquinário industrial, com US$ 5,203 bilhões, citando dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Segundo a Embratur, "o turismo consolida-se, assim, como o setor da economia brasileira que mais capta divisas para o País na conta de serviços, que registra receitas e despesas com o exterior em transporte, viagens, seguros, royalties e aluguel de equipamentos". O total de turistas estrangeiros no País superou 6 milhões em 2013 e deve chegar a 7 milhões em 2014, aponta a Embratur.

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