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O Brasil se isola ainda mais na cadeia global de comércio e seus produtos devem ficar ainda menos competitivos diante da Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), avaliam analistas. De imediato, o acordo deve gerar desvios do comércio brasileiro principalmente no segmento de manufaturados, mas também do agronegócio.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 54 bilhões para os 12 países envolvidos na TPP e importou US$ 60 bilhões. Só em manufaturados foram US$ 31 bilhões exportados - o equivalente a 35% do total de vendas externas do País - e importou US$ 47 bilhões.

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"Mesmo antes de o acordo ser ratificado já haverá desvios, porque as empresas vão começar a incorporar o acerto em suas negociações", diz o gerente executivo de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo. Ele ressalta também que, daqui em diante, qualquer negociação feita por Estados Unidos e Japão terá como referência as regras da TPP, das quais o Brasil não teve participação.

Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, "a competitividade do Brasil, que já era baixa, se torna ainda mais baixa". Ele também vê o Brasil se isolando cada vez mais da cadeia global de valor. "Nos excluímos de tudo isso."

Os 12 países envolvidos no novo tratado vão trocar mercadorias sem taxação de impostos e o produto brasileiro ficará ainda mais caro nessas regiões, diz Castro. O presidente da AEB lembra que, mesmo com o câmbio favorável, as exportações brasileiras não reagem. A previsão é de que o País tenha superávit de US$ 13 bilhões a US$ 14 bilhões na balança comercial, "mas será um superávit negativo, já que virá da queda das importações, e não do aumento das exportações".

Para a economista Mônica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, com sede em Washington, o tratado representa uma mudança completa no tabuleiro das negociações comerciais e dá um sentido de urgência às discussões do setor privado brasileiro sobre a necessidade de maior integração do País à economia global. "A nova realidade mundial são os mega-acordos comerciais. Ficar de fora não é a solução, porque todos os países estão caminhando nessa direção", disse.

Atraso. Nos últimos anos, a política comercial brasileira acabou isolada porque o País concentrou a sua estratégia de negociação com países da América do Sul e da África e apostou no destravamento da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"A TPP também é um acordo na parte de regulação, de propriedade intelectual, por exemplo. Nesse debate, o Brasil fica um pouco para trás", afirma Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Na avaliação dela, o País precisa definir uma agenda de comércio exterior, sobretudo num momento em que as economias se movimentam em busca de novos acordos. Além da TPP, os Estados Unidos, por exemplo, negociam um acordo com a União Europeia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os negociadores de livre comércio estão "comprometidos" e "no caminho certo" para concluírem ainda neste ano as negociações sobre a Parceria Transpacífico (TPP), um pacto de comércio regional que reuniria 12 economias após a conclusão, disse o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker.

"Nós podemos, devemos e vamos trabalhar com todas as questões difíceis que permanecem", afirmou Pritzker em um discurso para líderes empresariais em Cingapura, depois de participar da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico, na Indonésia. "Nós temos força e estamos no caminho certo para fechar o acordo da Parceria do TPP até o final do ano", completou, se referindo à data de conclusão apontada como uma meta "ambiciosa."

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Seus comentários foram feitos após os negociadores de economias díspares, como Estados Unidos, Japão, Malásia e Vietnã, concluíram nesta terça-feira a sua última rodada de negociações sobre a parceria TPP.

A parceria estabeleceria um acordo de livre comércio tradicional, com tarifas mais baixas entre os países participantes, embora as autoridades digam que as negociações foram complicadas pela adição de novas disposições que vão além do comércio entre fronteiras e se referem à realização de negócios entre os países membros.

Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje, durante a 21ª Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ele e líderes de outros oito países da região chegaram a um acordo sobre a estrutura básica de um pacto para a formação da maior área de livre comércio do planeta.

Segundo Obama, foram definidos os principais aspectos de um futuro Acordo Comercial Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Obama disse ainda estar confiante de que os detalhes restantes serão solucionados. Além dos EUA, estão envolvidos nas negociações Chile, Cingapura, Austrália, Peru, Nova Zelândia, Malásia, Brunei e Vietnã.

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O TPP é considerado uma importante plataforma dos esforços de Obama em demonstrar que os EUA continuam sendo a potência dominante numa região cada vez mais influenciada pela China. Na sexta-feira, o Japão anunciou que deseja unir-se ao projeto de livre comércio. A China, por sua vez, queixou-se de não ter sido convidada para participar das negociações. As informações são da Dow Jones.

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