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Nesta quinta-feira (14), o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania), vice-presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), comentou a parceria da FPLM com o Instituto Livre Mercado. Com o trabalho conjunto, a Frente visa amplificar o trabalho para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. De acordo com a FPLM, o apoio de instituto especializado pretende ajudar o setor produtivo a superar a crise agravada pela pandemia. A parceria com o Instituto Livre Mercado deve reforçar as ações em prol do desenvolvimento econômico e da geração de emprego a partir do Poder Legislativo.

Para Daniel, “já passou da hora do Brasil ser um país amigo do empreendedor”. “Assim como avançamos com a aprovação da MP da Liberdade Econômica, vamos avançar na reforma tributária, com foco em redução, transparência e simplificação, e o trabalho da Frente pelo Livre Mercado vai ser fundamental nesse processo”, continuou o parlamentar.

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Entre os 20 fundadores do Instituto Livre Mercado estão empresários, integrantes da sociedade civil organizada e alguns membros que acumulam passagem pelo setor público. É o caso do empresário Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização, e de Paulo Uebel, ex-secretário especial de Desburocratização. Ambos pediram demissão do Ministério da Economia em agosto, insatisfeitos com a condução de suas agendas no governo federal.

Brasil amarga penúltima posição

O ambiente de negócios do Brasil ocupa a penúltima posição no ranking que avalia 18 países com perfis socioeconômicos semelhantes, ficando à frente apenas da Argentina. É o que revelou o relatório Competitividade Brasil 2019-2020 da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A publicação também aponta que o país está na mesma posição desde que o ranking foi criado, há dez anos. O ambiente de negócios brasileiro também é mal avaliado no Ranking de Facilidade de se Fazer Negócios, com o Brasil ocupando a 124º posição entre 190 países, e no estudo de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, na 140º colocação.

Presidida pelo deputado Kim Kataguiri (DEM), a Frente conta com a participação de 203 dos 513 deputados federais. O objetivo é ampliar esses números em 2021 e acelerar o trabalho. “Queremos o Brasil entre as 30 melhores economias para se fazer negócios no ranking Doing Business, do Banco Mundial. E quem mais vai ganhar com isso é o cidadão, que vai ter mais liberdade para trabalhar e gerar emprego”, defendeu Kataguiri.

A meta é tornar o Brasil um país livre do excesso de burocracia e facilitar a geração de riqueza. Além da burocracia, outro inimigo surgiu: a pandemia. De acordo com o IBGE, cerca de 716 mil empresas fecharam as portas no país apenas nos primeiros dias da crise sanitária. Isso significa mais da metade dos negócios que estavam com atividades suspensas em função do novo coronavírus. Praticamente todas são de pequeno porte, principal segmento responsável pela geração de empregos no país.

A partir desse projeto de cooperação, o Instituto Livre Mercado analisará as pautas tributárias, administrativas e regulatórias no Congresso e apresentará regularmente relatórios técnicos, que servirão de insumos para os parlamentares se posicionarem. Com a parceria, o Instituto Livre Mercado e a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado prometem diálogo aberto com setor produtivo, sociedade civil organizada e Academia.

*Da assessoria de imprensa

Brasil e Paraguai terão livre comércio entre produtos automotivos. Essa será a regra que passará a valer assim que for feito o acordo entre os dois países.

O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e a ministra da Indústria e Comércio do Paraguai, Liz Cramer, firmaram nessa quinta-feira (6), em Bento Gonçalves (RS), entendimentos políticos que permitirão o avanço das negociações do Acordo Automotivo Brasil-Paraguai.

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“Entre as linhas principais que deverão constar do futuro Acordo Automotivo bilateral, estabeleceu-se que Brasil e Paraguai concederão mutuamente, como regra geral, livre comércio imediato para produtos automotivos. Para algumas exceções se aplicará um cronograma de desgravação gradual e crescente do Paraguai ao Brasil que atingirá o livre comércio até 2023”, disse o Ministério da Economia, em nota.

Como regra de origem geral para veículos, definiu-se que o Índice de Conteúdo Regional (ICR) a ser cumprido por ambas as partes será de 50%. Como forma de promover o desenvolvimento e a comercialização de veículos com motorizações alternativas, o compromisso prevê condições de acesso preferencial, com margem de preferência de 100%, para 10 mil unidades anuais, desde que cumpram com um ICR mínimo de 35%, no caso do Brasil, e de 30% a 35% nos próximos cinco anos, no caso do Paraguai. Ademais, estabeleceu-se uma quota gradual que chegará a 3 mil unidades anuais de veículos em 3 anos, desde que cumpram com um ICR de 35% ao final do período.

No caso das autopeças paraguaias produzidas sob o regime de maquila, acordou-se que estas terão livre acesso ao mercado brasileiro pelos próximos cinco anos, desde que cumpram com as regras de origem do acordo, com um ICR mínimo de 50% no componente de valor da fórmula, quando aplicável. Foram definidas ainda condições diferenciadas de acesso para as autopeças brasileiras e paraguaias com ICR reduzido por um período de cinco anos, informou o ministério.

Tema de grande importância para o setor produtivo brasileiro, o Paraguai se comprometeu a isentar os produtos automotivos originários do Brasil da cobrança de taxas consulares, a partir do oitavo ano da entrada em vigor do futuro acordo.

Segundo o ministério, no que diz respeito às tarifas cobradas pelas partes na importação de produtos automotivos de terceiros parceiros comerciais, estabeleceu-se que cada parte continuará a aplicar suas tarifas nacionais atualmente vigentes, até que se implemente, no âmbito do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC) para os produtos do setor.

Com relação à importação de veículos usados, o Paraguai se comprometeu a revisar sua política nacional de importação de tais produtos nos termos do que vir a ser acordado no âmbito do regime automotivo do Mercosul, levando-se em conta, também, normas ambientais, de saúde pública e de segurança.

“Determinou-se, por fim, que as delegações de ambos os países deverão se reunir, com a brevidade possível, a fim de concluir as negociações e subscrever o Acordo Automotivo bilateral”, acrescentou o ministério.

Atualmente, o Paraguai é o único país do Mercosul com o qual o Brasil não tem um acordo automotivo bilateral.

Segundo o ministério, quando o acordo for concluído “conferirá maior previsibilidade para os investimentos bilaterais e maior segurança jurídica para o comércio bilateral, tendo em vista que, em função de o setor automotivo não estar incorporado ao regime geral do Mercosul, o comércio automotivo entre Brasil e Paraguai carece, ainda, de arcabouço jurídico específico”.

Historicamente, o comércio de produtos automotivos entre Brasil e Paraguai é baixo: em 2018, a corrente de comércio (exportações e importações) somou US$ 763 milhões, o que correspondeu a 1,7% da corrente de comércio global de produtos automotivos do Brasil (US$ 44,7 bilhões). Na última década, porém, o comércio bilateral de produtos do setor tem crescido consideravelmente, sobretudo em função das importações brasileiras de autopeças (principalmente de chicotes elétricos). Em 2018, o comércio bilateral registrou exportações no valor de US$ 540 milhões e importações no valor de US$ 223 milhões, o que resultou em superávit de US$ 317 milhões para o Brasil.

A China planeja criar novas zonas de livre comércio onde empresas estrangeiras fiquem sujeitas a menos restrições e gozem de maior proteção, afirmou hoje Wang Shouwen, um vice-ministro de Comércio do país.

A proposta é criar as novas zonas em seis províncias, incluindo Hebei, Shandong e Heilongjiang. Essas regiões terão políticas mais voltadas ao mercado, explicou Wang.

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Wang, que também é um negociador sênior de comércio, disse que as seis novas zonas farão parte da chamada Iniciativa do Cinturão e Rota.

O anúncio vem num momento de desaceleração da entrada de investimento estrangeiro no país asiático, em meio à disputa comercial da China com os Estados Unidos.

No primeiro semestre do ano, as 12 zonas de livre comércio criadas na China desde 2013 atraíram quase 70 bilhões de yuans (US$ 9,8 bilhões) em investimento estrangeiro direto, quase 14% do total do país, comentou Wang.

As novas zonas, que foram aprovadas pela Conselho Estatal (gabinete) neste mês, também incluem as províncias de Yunnan, Jiangsu e Guangxi. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidented da República, Michel Temer, viajou nesta quarta-feira (21) para Santiago, no Chile, onde fica até a noite. Ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera, Temer assinará o acordo de livre comércio que reúne 17 itens. A expectativa é que o acordo incremente o comércio entre os dois países, ampliando as negociações e elevando o volume de mercadorias e produtos.

Um dos principais pontos envolve o fim da cobrança de roaming internacional para dados e telefonia móvel entre os dois países. Há ainda compromissos em comércio eletrônico, práticas regulatórias, medidas de combate à corrupção, meio ambiente e questões trabalhistas.

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Em nota, o Itamaraty destaca os impactos do acordo na relação com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa) e a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru). “Constituirá, ao mesmo tempo, um vetor de aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico e de reforço da integração regional.”

Temer participa de uma cerimônia, depois terá reunião com Piñera e  ministros das áreas específicas, depois disso assinará o Acordo de Livre Comércio entre Brasil e Chile. De acordo com a agenda oficial, estão previstas declarações à imprensa e almoço com o presidente do Chile.

Acordo

No último dia 19, foram concluídas após quatro rodadas, as negociações para um acordo de livre comércio entre o Brasil e o Chile. O processo começou em abril do ano passado. Os termos do acordo reúnem 17 aspectos de áreas distintas.

O acordo inclui comércio de serviços; comércio eletrônico; telecomunicações; medidas sanitárias e fitossanitárias; obstáculos técnicos ao comércio; facilitação de comércio; propriedade intelectual; e micro, pequenas e médias empresas.

Também serão incorporados ao instrumento acordos firmados recentemente pelos dois países, como o Protocolo de Compras Públicas e o Protocolo de Investimentos em Instituições Financeiras.

Parceiro

O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul e importante destino de investimentos brasileiros na região. Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou US$ 8,5 bilhões, o que representa incremento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De janeiro a setembro de 2018, o intercâmbio comercial entre Brasil e Chile foi de US$ 7,21 bilhões, aumento superior a 13% em relação ao mesmo período de 2017. O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América Latina e principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque de US$ 31 bilhões.

No Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá interinamente a Presidência da República até as 20h30. Na agenda oficial dele, não há compromissos.

O diretor do Departamento de Integração Econômica Regional do Ministério das Relações Exteriores, ministro Michel Arslanian Neto, disse hoje (23) que o acordo de livre comércio entre Brasil e Chile, que poderá ser assinado no mês que vem, é o mais amplo em matéria não tarifária já negociado pelo país.

Na sexta-feira (19) foram concluídas, em Santiago, as negociações para o documento. O tratado ainda precisa ser ratificado pelo parlamento dos dois países para entrar em vigor.

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Parâmetro

Segundo o diplomata, o acordo poderá servir de parâmetro para futuras negociações do Mercosul com o Canadá e com a Aliança do Pacífico, por exemplo. “Há expectativa de que se criem efeitos multiplicadores na região e para além”, completou.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e tem como estados associados Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. A Bolívia está em processo de adesão ao bloco. A Aliança do Pacífico reúne Chile, Colômbia, México e Peru.

Segundo o Itamaraty, ao todo, o novo acordo incluirá 17 temas de natureza não tarifária, como comércio de serviços; comércio eletrônico; telecomunicações; medidas sanitárias e fitossanitárias; obstáculos técnicos ao comércio; facilitação de comércio; propriedade intelectual; e micro, pequenas e médias empresas.

Serão também incorporados ao instrumento tratados firmados recentemente pelos dois países, como os protocolos de compras públicas e o de investimentos em instituições financeiras.

“A ideia é ter em um único instrumento todo o marco não tarifário que regula as relações do Brasil com o Chile”, disse Arslanian Neto. “Esse acordo se insere numa dinâmica bastante intensa de acordos comerciais na região, que teve uma aceleração nos últimos tempos”, disse.

Inovação

O diplomata destacou os aspectos inovadores do texto em que o Brasil assumirá, pela primeira vez, em um documento bilateral de comércio: compromissos em comércio eletrônico, boas práticas regulatórias, transparência em anticorrupção, gênero e meio ambiente, além de temas trabalhistas.

Ambos os países se comprometeram a eliminar a cobrança de roaming (serviço que permite ligações em regiões fora de cobertura da operadora) internacional para dados e telefonia móvel entre os dois países.

O diplomata destacou que os países esperam intensificar o comércio e estimular os investimentos com maior segurança jurídica e melhor ambiente de negócios.

O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul. Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou US$ 8,5 bilhões, incremento de 22% em relação ao ano anterior.

O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América Latina e principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque de US$ 31 bilhões.

Liberalização tarifária

Arslanian Neto informou que a América do Sul terá, em janeiro de 2019, uma virtual área de livre comércio em matéria tarifária, com praticamente a eliminação das tarifas de importação aplicadas ao comércio entre os países da região.

“O caminho até essa área de livre comércio foi pela soma de acordos que não estão necessariamente articulados entre si mas que levarão a essa liberalização [tarifária]. Foram os acordos do Mercosul com Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela. A soma desses acordos levará a essa liberalização. Guiana e Suriname não estão incluídos”, disse o diplomata.

A Bélgica disse hoje que não irá apoiar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá depois que uma das suas regiões bloqueou o pacto, acabando com a possibilidade de assinar o acordo no fim desta semana.

Para ser aprovado, o acordo precisa de unanimidade entre os 28 países da UE, e na Bélgica, precisa de unanimidade entre suas regiões. A região francófona da Valônia, com população de 3,5 milhões de pessoas, é o único que se recusou a aprovar o pacto comercial.

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Segundo os políticos da Valônia, o acordo prejudicaria o mercado de trabalho, o meio ambiente e os padrões de consumo, além de permitir que multinacionais prejudiquem as empresas locais.

O governo belga tinha até hoje para tentar fazer a região da Valônia embarcar no acordo para que o acordo fosse assinado até a próxima quinta-feira, como esperava o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.

"Neste momento, precisamos nos armar com paciência", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, que negocia o acordo com os líderes europeus.

Apesar da decisão da Valônia, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e Justin Trudeau mantiveram as conversas nesta segunda-feira sobre o acordo de livre comércio entre a UE e o Canadá. Em seu perfil no Twitter, Tusk afirmou que ele e Trudeau pensam que "a assinatura do acordo nesta quinta-feira ainda é possível. Nós encorajamos todas as partes a encontrarem uma solução. Ainda há tempo".

Antes do posicionamento de Tusk, o presidente da região belga da Valônia, Paul Magnette, afirmou que "é evidente que, nas circunstâncias atuais, hoje não podemos dizer 'sim' ao acordo". (Victor Rezende, com informações da Dow Jones Newswires - victor.rezende@estadao.com)

O governo brasileiro pressiona Colômbia, Equador e Peru para que os três países aceitem a aceleração do cronograma de desgravação tarifária negociado na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Já foram feitas reuniões com os dois primeiros, e o Itamaraty tenta agendar um encontro com os peruanos. A proposta brasileira, apresentada durante a última reunião do Mercosul, em Caracas, é antecipar para janeiro de 2016 a tarifa zero com esses países. O cronograma prevê como datal final apenas 2019.

"Nós temos conversado. Respeitamos o que foi pactuado na Aladi há alguns anos. Mas temos argumentado que esses países estão em processo de integração econômica, as economias cresceram muito, já não há mais um descompasso que levou a esse calendário, então talvez possamos repensar. Se eles estiverem dispostos, ótimo", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.

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O Brasil levou a proposta ao Mercosul e os demais países concordaram com a estratégia. As negociações, no entanto, são bilaterais. Cada país tem um cronograma específico de seu mercado com cada um dos demais países da Aladi. "O Mercosul como um todo tem interesse, mas os acordos são individuais", explicou o ministro.

Hoje, o Brasil já tem tarifa zero com o Chile e recebe o mesmo tratamento. Com o Peru, o governo brasileiro não impõe tarifas em 99,8% dos produtos negociados - a exceção é o açúcar -, mas recebe o mesmo tratamento em apenas 84% das suas linhas. Para a Colômbia, oferece esse tratamento em 83% dos bens, porém recebe em apenas 58%.

O governo brasileiro já teve uma primeira reunião, junto com os demais membros do Mercosul, sobre o acordo com Colômbia e Equador. O pedido foi formalmente apresentado e está sendo avaliado pelos dois países. Já foi marcada também uma reunião com o Chile. Nesse caso, apenas para tratar de questões técnicas, como certificados de origem, já que efetivamente já há uma zona de livre comércio entre os dois países.

O Brasil alega que os acordos fechados no âmbito da Aladi, ainda na década de 80, não refletem mais a real situação econômica da região. Tanto Colômbia quanto Peru e Equador fecharam acordos de livre comércio com outras regiões e países, o que teria afetado a preferência que o Brasil tinha nesses mercados. A aceleração do cronograma permitiria refazer o equilíbrio proposto inicialmente.

A tentativa brasileira de reocupar os mercados locais é uma resposta à formação, há três anos, da Aliança do Pacífico, composta por Chile, Peru, Colômbia e México - países que têm tratados de livre comércio com os Estados Unidos -, vista por muitos ora como uma ameaça ao Mercosul, ora como uma versão do que o bloco do cone sul deveria ser.

Em Cartagena

Neste sábado, Figueiredo participa da primeira reunião de chanceleres dos dois blocos, em Cartagena (Colômbia). O encontro, proposto inicialmente pela Aliança do Pacífico, não deve ter nenhum tipo de negociação comercial, nem mesmo uma declaração de boas intenções, de acordo com o próprio ministro. Mas tenta ser uma resposta a quem critica o Mercosul por não ampliar seus horizontes. "Uma reunião como essa não só é vital para convergirmos, mas simbolicamente tem um peso", afirmou o ministro. "Por mais que haja a interpretação de que haja um divórcio entre o Pacífico e o Atlântico, não é verdade. Esse encontro ajuda a acabar com essa confusão."

A agenda, no entanto, é bastante limitada. Segundo o chanceler, será uma reunião "informativa", com troca de informações sobre os dois processos de integração. Figueiredo não espera ter conversas sobre a aceleração da desgravação tarifária no encontro porque são questões bilaterais.

O subsecretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Antonio José Ferreira Simões, disse nesta quinta-feira (24) que a proposta do Brasil de antecipar para o fim deste ano o cronograma do acordo de livre comércio com Chile, Peru e Colômbia, da Aliança do Pacífico, deverá beneficiar produtos industriais e agrícolas. Conforme informou hoje o jornal "O Estado de S. Paulo", o Brasil pretende zerar as tarifas entre Mercosul e os vizinhos andinos já em dezembro deste ano, e não esperar até 2019, como estava previsto inicialmente.

"Essa proposta já foi ventilada, discutida anteriormente, e será discutida nessa reunião (na cúpula do Mercosul, na próxima semana, em Caracas). Como se sabe, esses três países (Chile, Peru e Colômbia) já manifestaram um desejo de trabalhar no sentido da liberalização do comércio, levantamos essa ideia, é claro que tem de ver como fica essa ideia para os outros países da Mercosul", disse o embaixador.

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"Quem trata de comércio está sempre buscando oportunidades, mercados, e aí temos um mercado. Se temos uma oportunidade de avançar nisso, também podemos avançar nisso. Quanto mais, melhor", afirmou. Segundo Simões, de 2002 a 2013, o comércio do Brasil com a Colômbia aumentou 300%, saltou 389% com o Peru e subiu 200% com o Chile.

Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado, sobre a possibilidade de estender a proposta para o México, o embaixador respondeu que a ideia é trabalhar primeiramente com os países da América do Sul "onde já há algo concreto", que são os acordos da Associação Latino-Americana de Comércio (Aladi).

Europeus

Sobre o aguardado acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o embaixador afirmou que foi feito um esforço nesse semestre da parte do Mercosul. "Eu entendo que durante a visita do (presidente da Comissão Europeia) Durão Barroso (na semana passada), ficou claro que seria importante que a União Europeia pudesse fazer um esforço e creio que esses pontos serão objeto de discussão na reunião (do Mercosul)", comentou Simões.

Na última sexta-feira, dia 18, Barroso foi recebido por Dilma no Palácio da Alvorada e ouviu da presidente que era necessário apenas marcar uma data para a troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia.

O Brasil vai apresentar formalmente ao Mercosul, em reunião marcada para a próxima semana, em Caracas, a proposta de antecipar para o fim deste ano o cronograma do acordo de livre comércio com os três países sul-americanos da chamada Aliança do Pacífico: Chile, Peru e Colômbia. O Brasil quer zerar as tarifas entre o Mercosul e os vizinhos andinos nos próximos cinco meses, em vez de esperar até 2019, como prevê o acordo inicial.

A ideia já vinha sendo discutida no último ano, mas, como nesse período não houve reuniões presidenciais, faltava o aval político para acelerar a proposta. O Brasil pretende obter isso agora, na Venezuela.

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Diplomatas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" avaliam que a proposta está bem encaminhada, faltando apenas ajustes técnicos. Mais do que uma diferença comercial importante, a antecipação do acordo é um recado político com várias facetas. Uma delas: o Brasil, e o Mercosul, não planejam ficar esperando por uma decisão da União Europeia sobre a troca de ofertas e a negociação de livre comércio que, mais uma vez, está parada, sem data para começar. Antecipar a abertura de mercados para a Aliança do Pacífico seria uma forma de pressionar europeus, que dizem não estar prontos para abrir as conversas agora.

O segundo recado é interno. Uma das maiores críticas à política comercial da presidente Dilma Rousseff é o fato de o Brasil, atrelado ao Mercosul, não conseguir ir além de alguns raros acordos comerciais pouco significativos, como os firmados com Egito, Israel e Palestina.

A negociação com a União Europeia seria a resposta. Sem avanços em um horizonte próximo com os europeus, a antecipação da tarifa zero com Chile, Peru e Colômbia seria uma alternativa. Mas ainda é preciso saber se o outro lado concordará com a aceleração.

Conversas informais já foram feitas e o governo brasileiro vê com esperança o fato de, na última reunião da Aliança do Pacífico, ter sido aprovado um encontro ministerial entre os dois blocos.

Além disso, Chile, Peru e Colômbia têm mercados mais abertos do que o Mercosul. Os três países já possuem, por exemplo, acordos comerciais com os EUA e com a União Europeia e são grandes importadores de manufaturados. Apesar dos temores iniciais de que a Aliança seria uma ameaça, o governo brasileiro avalia que o grupo trará mais oportunidades para o Mercosul.

Para o Brasil, a mudança é mais fácil, admite o governo. O País tem tarifas zeradas ou significativamente reduzidas com os três países. Com o Chile, hoje a redução tarifária já atinge quase 100% dos produtos, à exceção do trigo - em 88% dos produtos, as tarifas estão em zero. Com o Peru, o país oferece redução em 99% dos produtos e recebe, a partir deste ano, redução em 83% do comércio bilateral. A situação é mais difícil com a Colômbia, que ainda protege 42% de seus produtos, embora tenha redução em 92% dos produtos exportados ao Brasil.

Nos outros países do Mercosul, a situação difere um pouco, mas tanto Uruguai quanto Paraguai têm mercados mais abertos. Mesmo a Argentina, mais resistente a abrir seu mercado, não teria apresentado grandes resistências. Ajuda, neste caso, o fato de que a produção da Aliança do Pacífico e do Mercosul ser mais complementar do que concorrente. A exceção é o México, que, pelo menos neste início das negociações, ficaria de fora.

Isso porque a proposta brasileira é simplesmente acelerar o cronograma de livre comércio acertado na Associação Latino Americana de Comércio (Aladi), que inclui nove países sul-americanos, México, Cuba e Panamá. O México, apesar de fazer parte da Aladi, ainda está muito longe de uma desgravação tarifária (diminuição progressiva das tarifas) consistente.

A zona de livre comércio planejada para Xangai será oficialmente lançada em 1° de outubro, informou o Ministério do Comércio da China nesta terça-feira (17), De acordo com anúncios oficiais, dentro da zona, o governo poderá permitir o investimento estrangeiro em uma ampla gama de indústrias, especialmente no setor de serviços.

Entre janeiro e agosto, a China atraiu US$ 79,8 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED), montante 6,4% superior ao registrado no mesmo período de 2012. Segundo Shen Danyang, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, a expectativa é que o IED de 2013 seja superior ao verificado no ano passado. Além disso, ele afirmou que o setor de comércio deve estabilizar e se recuperar nos próximos meses deste ano, liderado por uma recuperação nos países desenvolvidos.

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O porta-voz do ministério chinês afirmou que a zona de livre comércio de Xangai será lançada no início de outubro, revelando uma data oficial pela primeira vez. Shen disse que o Conselho de Estado iria oferecer mais detalhes.

"Os detalhes de como a zona de livre comercio de Xangai funcionará continuam incompletos e devem permanecer assim mesmo após a abertura formal da zona", avaliaram Mark Williams e Wang Qinwei, da Capital Economics, em uma nota de pesquisa divulgada na semana passada.

Fonte: Dow Jones Newswires.

A Islândia se tornou a primeira nação europeia a fechar um acordo de livre comércio com a China, oferecendo esperança para sua economia em recessão, enquanto dá a Pequim espaço para expandir sua influência no Ártico.

O pacto de livre comércio entre a China e a Islândia reduzirá as tarifas para uma faixa de produtos e deverá impulsionar as exportações de frutos do mar e de outros produtos do remoto país nórdico para a segunda maior economia do mundo.

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O acordo foi fechado no início da visita de cinco dias da primeira-ministra da Islândia, Jóhanna Siguroardóttir, à China, e destaca as tentativas do país de diversificar sua economia, que foi duramente atingida pelo estouro da enorme bolha financeira em 2008. As informações são da Dow Jones.

O presidente do México, Felipe Calderón, disse ontem que o Grupo dos 20 deve realmente promover o livre comércio, depois de anos de estagnação nas discussões. Afirmou, ainda que os países devem evitar o protecionismo, a fim de combater a crise econômica atual.

"Se quisermos recuperar o caminho do crescimento econômico global, temos de abrir mais espaço para comércio e investimento internacionais, e com muito mais audácia", disse Calderón, em seminário. O México será o anfitrião do encontro do G-20, em junho de 2012.

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Calderón disse que o protecionismo é um obstáculo-chave para as economias emergentes que atingiram elevados níveis de competitividade. Afirmou, ainda, que a promoção do livre comércio será um dos principais objetivos do México, que terá a presidência rotativa do G-20 em 2012. As informações são da Dow Jones.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje, durante a 21ª Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ele e líderes de outros oito países da região chegaram a um acordo sobre a estrutura básica de um pacto para a formação da maior área de livre comércio do planeta.

Segundo Obama, foram definidos os principais aspectos de um futuro Acordo Comercial Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Obama disse ainda estar confiante de que os detalhes restantes serão solucionados. Além dos EUA, estão envolvidos nas negociações Chile, Cingapura, Austrália, Peru, Nova Zelândia, Malásia, Brunei e Vietnã.

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O TPP é considerado uma importante plataforma dos esforços de Obama em demonstrar que os EUA continuam sendo a potência dominante numa região cada vez mais influenciada pela China. Na sexta-feira, o Japão anunciou que deseja unir-se ao projeto de livre comércio. A China, por sua vez, queixou-se de não ter sido convidada para participar das negociações. As informações são da Dow Jones.

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