Uma nova técnica de transplante de córnea foi apresentada nesta quarta-feira (9) no Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE). A cirurgia de endotélio promete ser muito mais segura e eficaz do que a técnica mais tradicional, o transplante penetrante.
A nova cirurgia, também chamada de DSEK (quando feita manualmente) e DSAEK (quando feita de forma automatizada), consiste na substituição do endotélio, camada posterior da córnea, evitando o transplante de toda a córnea. O método foi desenvolvido há uma década e tem se tornado cada vez mais popular.
##RECOMENDA##Apesar de divulgada nesta quarta-feira, a técnica já é usada no HOPE há cerca de um ano, e em 2014 doze pessoas já fizeram a substituição de endotélio. Outros hospitais também já realizam o procedimento. Para o oftalmologista do HOPE, Dr. Lúcio Maranhão, a diferença no tempo de recuperação entre as cirurgias é uma das características mais atraentes. “Os pacientes que receberam a cirurgia penetrante demoram de seis meses a um ano para terem a córnea estabilizada, já os da nova cirurgia se recuperam no período de um mês a três meses“, comenta.
A professora universitária Neide Maria Lucena participou da apresentação. Ela foi uma das pessoas que recebeu o transplante de endotélio. “Fazer este procedimento significou um nível de qualidade de vida extraordinário. Hoje eu vejo a vida muito mais colorida”, destaca a professora.
Entre as vantagens do transplante de endotélio estão: redução do índice de rejeição de 18% para 9%, em comparação com o transplante penetrante; recuperação visual mais rápida, devido à maior preservação da estrutura do globo ocular; e redução da indução de astigmatismo. Para quem não pode pagar a cirurgia, a Fundação Altino Ventura (FAV), do Sistema Único de Saúde (SUS), também oferece a nova modalidade.