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O Tribunal Constitucional da África do Sul decidiu nesta sexta-feira que o Parlamento fracassou em responsabilizar o presidente Jacob Zuma em um escândalo que envolve milhões de dólares gastos em reformas na residência privada dele. A decisão da principal corte do país eleva a pressão pela saída de Zuma do poder.

No ano passado, o Tribunal Constitucional havia decidido que Zuma violou a Constituição ao se beneficiar inapropriadamente de fundos estatais em sua residência privada, em um de uma série de escândalos que prejudicam a reputação do partido governista Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), que comanda o país em todas as eleições desde em 1994, após o fim do Apartheid.

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Zuma tem sobrevivido aos esforços da oposição para retirá-lo do cargo e superou uma moção de desconfiança no Parlamento, onde o ANC tem maioria. Frustrada, a oposição recorreu à Justiça como parte de sua campanha para depor Zuma, que perdeu apoio também entre colegas de partido.

Neste mês, Zuma foi substituído como líder partidário pelo vice-presidente Cyril Ramaphosa, um crítico da corrupção que tem minado a economia sul-africana. "Nós concluímos que a assembleia não responsabilizou o presidente", disse Chris Jafta, magistrado que leu o veredicto. Ele pediu que o Parlamento institua regras que possam levar à retirada do presidente.

A decisão judicial citou uma provisão constitucional segundo a qual o Legislativo "pode remover" um presidente por maioria de dois terços em caso de "violação séria" da lei. Além disso, citou requerimento separado segundo o qual as obrigações constitucionais precisam ser "realizadas de maneira diligente e sem atraso".

Um magistrado da corte, Mogoeng Mogoeng, discordou do voto da maioria, por considerar que o Judiciário estaria ultrapassando suas atribuições no caso.

O partido governista disse que estudará a decisão e a discutirá em um encontro de lideranças em 10 de janeiro. Fonte: Associated Press.

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, assegurou nesta sexta-feira (1º) que respeita a decisão do Tribunal Constitucional e vai devolver 15 milhões de euros que gastou em obras na sua casa. “Respeito a sentença e vou cumpri-la”, afirmou Jacob Zuma, em discurso transmitido pela televisão estatal.

O tribunal determinou na quinta-feira, em uma resolução sem precedentes, que o presidente sul-africano devolvesse o dinheiro público usado indevidamente.

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Em março de 2014, a Defensora do Povo, Thuli Madonsela, referiu num relatório que o dinheiro público gasto pelo chefe de Estado na sua residência não tinha sido para reforçar as estruturas de segurança, conforme alegado por Jacob Zuma.

Segundo o relatório, entre as obras pagas com fundos estatais e alegadamente para aumentar a segurança do complexo residencial incluíram um galinheiro, um estábulo para vacas, uma piscina e um anfiteatro.

“Pagarei o dinheiro relativo às reformas não relacionadas com a segurança, assim que a autoridade correspondente o determinar”, assegurou o presidente sul-africano.

A quantidade exata de dinheiro que terá de reembolsar será fixada num prazo de dois meses pela Tesouraria Nacional, e o valor deve ser aprovado pelo Tribunal Constitucional.

O caso é o maior escândalo de corrupção da presidência de Jacob Zuma, que chegou ao poder em 2009, depois de o Ministério Público retirar mais de 700 acusações que existiam contra ele.


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