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A Turquia está violando o cessar-fogo no norte da Síria e continua tomando civis como alvo de seus bombardeios e disparos, denunciou nesta sexta-feira (18) Mustafah Ali, porta-voz militar curdo.

"Apesar do acordo de cessar-fogo, os bombardeios e os disparos continuam e tomam como alvos milicianos, a população civil e o hospital de Ras al Ain", localidade do norte da Síria que foi cenário de violentos combates nos últimos dias, afirmou Ali.

Na quinta-feira (17) à noite, a Turquia aceitou um cessar-fogo de cinco dias e os curdos se declararam disposto a respeitar a medida.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na quinta-feira à noite que deixou que curdos e turcos se enfrentassem na Síria porque eram "como duas crianças" que precisavam "lutar um pouco".

"O que eu fiz não foi convencional. Eu disse que eles terão que lutar um pouco. Como duas crianças, você precisa deixar que lutem e depois separá-las", declarou Trump durante um comício em Dallas, Texas.

"Eles lutaram por alguns dias e foi bastante cruel", completou, antes de celebrar que "não houve uma gota de sangue americano derramado".

O governo dos Estados Unidos preparou o caminho para a ofensiva militar da Turquia contra uma milícia curda no norte da Síria ao retirar alguns dias antes suas tropas da região.

A operação militar, que durou uma semana, até o anúncio na quinta-feira à noite de um cessar-fogo provisório, deixou um balanço de mais de 500 mortos, principalmente curdos, incluindo dezenas de civis, e 300.000 deslocados, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Brett McGurk, ex-enviado especial da presidência americana para a coalizão antijihadista que lutou contra o grupo Estado Islâmico, considerou as declarações "obscenas e ignorantes".

"200 mil pessoas inocentes deslocadas. Centenas de mortos. Informações confiáveis sobre crimes de guerra. Prisioneiros do EI que fogem. EUA abandonando e bombardeando suas próprias posições ou as cedendo para a Rússia. Duas crianças que brigam?", questionou na rede social Twitter.

Militares americanos e turcos iniciaram, neste domingo (8), patrulhas conjuntas no nordeste da Síria, em um setor que deve se transformar, com o tempo, em uma "zona de segurança", graças a um acordo entre ambos os países.

Seis veículos blindados turcos cruzaram a fronteira rumo à Síria e se uniram a tropas americanas para sua primeira patrulha conjunta. O movimento acontece no âmbito de um acordo concluído em 7 de agosto passado.

Os blindados turcos e americanos se deslocaram vários quilômetros para o sul do território sírio, antes de se dirigirem para o oeste, observou um fotógrafo da AFP.

A patrulha terminou seu trabalho por volta do meio-dia (horário local), com o retorno da unidade turca para casa.

O acordo entre Turquia e Estados Unidos prevê a criação de uma zona de segurança entre a fronteira turca e as zonas sírias controladas pelas milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG), ao leste do rio Eufrates.

O apoio americano a estas milícias curdas foi um dos maiores desafios entre Ancara e Washington, já que ambos fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"Aplicamos o acordo e não vemos qualquer problema, desde que sirva para evitar a guerra", disse à AFP Riyad Al Jamis, chefe do conselho militar das Forças Democráticas Sírias (FDS), integradas majoritariamente por milícias curdas.

No final de agosto, os curdos começaram a se retirar da fronteira turca, eliminando barreiras de terra e retirando algumas das unidades das YPG.

- Discrepâncias sobre 'zona de segurança -

Recentemente, Washington e Ancara criaram um centro de operações conjuntas para a coordenação do estabelecimento da "zona de segurança".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou que o presidente americano, Donald Trump, havia prometido a ele que a zona tampão terá 32 quilômetros de extensão.

Erdogan também ameaçou iniciar uma operação militar no nordeste da Síria, se a Turquia não conseguisse controlar essa "zona de segurança".

Desde 2016, a Turquia lançou duas operações no norte da Síria contra as YPG e ameaçou, várias vezes, lançar uma terceira.

Ainda que se desconheça a extensão exata e a data, em que a zona tampão será estabelecida, Erdogan disse estar "determinado" a que seja antes do final de setembro.

Com a criação da "zona de segurança", Ancara espera que sejam instalados ali uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que vivem hoje na Turquia.

"Embora façam patrulhas conjuntas, não há uma opinião compartilhada sobre a função da zona de segurança", explica Nicolas Danforth, do German Marshall Fund of the United States.

Para Danforth, enquanto os Estados Unidos desejam preservar a autonomia das milícias curdas, a Turquia quer acabar com elas.

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Fotos de refugiados sírios vestindo lingerie estão circulando nas redes sociais. As imagens foram feitas por soldados turcos que obrigaram os homens a vestir as roupas femininas e posar ao lado de veículos militares. O jornalista turco Ahmad Alkhatib foi quem descobriu e publicou as imagens. Em um post no Twitter, também foi divulgado um vídeo da ação dos militares.

"Mais uma vez, soldados turcos insultam alguns dos sírios que tentam entrar na Turquia. Os sírios continuam sendo humilhados", escreveu Alkhatib em sua postagem. As imagens mostram três homens jovens usando soutiens e calcinhas enquanto os soldados os ameaçam com fuzis, pedindo para que parem de chorar e perguntando se eles ainda vão voltar a Turquia.

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Temendo um incidente diplomático internacional, o governo turco se manifestou rapidamente nas redes sociais, divulgando imagens da ajuda humanitária que o país dedica aos sírios e confirmando, em comunicado oficial, a informação antecipada pela imprensa da Síria de que os três soldados foram presos e que “esse tipo de comportamento não é tolerado no exército daquele país”.

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A cantora britânica Adele foi acusada de plágio por usuários das redes sociais na Turquia, que asseguram que uma das canções de seu recente álbum é uma cópia de uma composição curda.

Os críticos de Adele dizem que "Million Years Ago", a nona faixa de seu álbum "25", é muito parecida com uma canção de Ahmet Kaya intitulada "Acilara Tutunmak" ("Aferrado à dor"), gravada em 1985 enquanto estava exilado na França.

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A esposa de Kaya, Gulten Kaya, opinou que é pouco provável que uma estrela do porte de Adele tenha feito tal coisa.

"No entanto, se o fez de propósito, então é um roubo", declarou ao jornal turco Posta.

Confira as duas canções:

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