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A Turquia intensificou ataques aéreos contra grupos curdos na Síria e no norte do Iraque em retaliação pela morte de 12 soldados turcos no Iraque no fim de semana. O ministério da Defesa da Turquia informou no domingo, 25, em um comunicado que 26 militantes curdos foram mortos durante as ações militares.

No nordeste da Síria, oito civis foram mortos, incluindo duas mulheres, apontou em mensagem no X, ex-Twitter, Farhad Shami, porta-voz das forças democráticas sírias, grupo liderado por curdos.

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O Observatório Sírio para Direitos Humanos, uma organização baseada no Reino Unido, destacou que 12 pessoas foram feridas na ação.

Segundo o Observatório, a Turquia realizou 128 ataques aéreos no nordeste da Síria em 2023, que mataram 94 pessoas. Fonte: Associated Press.

Pelo quarto dia consecutivo, os combates entre extremistas islâmicos e as forças curdas apoiadas pela coalizão internacional continuam, neste domingo (23), na Síria, com o número de mortos ultrapassando 120.

Desencadeados na noite de quinta-feira por um grande ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) contra a prisão de Ghwayran (nordeste), onde estão presos muitos extremistas, os combates levaram à fuga de milhares de civis.

O ataque foi lançado por cerca de 100 combatentes do EI para libertar seus companheiros da prisão localizada em Hassaké, região que faz parte do território controlado pelos curdos na Síria, país em guerra desde 2011.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "77 jihadistas e 39 combatentes curdos morreram" em quatro dias, assim como "sete civis".

Este ataque é o maior reivindicado pelo EI desde sua derrota na Síria em 2019 contra as Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas por forças curdas e apoiadas pela coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

"Combates ferozes começaram antes do amanhecer deste domingo. As forças curdas estão tentando recuperar o controle da prisão e neutralizar os jihadistas nas áreas circundantes" do centro de detenção que abriga cerca de 3.500 terroristas, informou o OSDH.

As FDS são apoiadas pela força aérea da coalizão internacional.

- "Milagre" -

Os combates podiam ser ouvido nos arredores, segundo um correspondente da AFP.

Membros das FDS foram mobilizados dentro e ao redor da prisão, caçando os extremistas e chamando por alto-falantes para que os civis deixassem a área.

Os terroristas "entram nas casas e matam as pessoas", disse à AFP um civil que fugia a pé. "É um milagre termos saído vivos", afirmou, carregando uma criança em um cobertor de lã.

Segundo as autoridades curdas, milhares de pessoas deixaram suas casas perto da prisão.

As FDS encontraram cintos explosivos, armas e munições.

Já os atacantes disseram que roubaram armas e libertaram "centenas" de jihadistas. Mais de 100 dos fugitivos foram recapturados pelas forças curdas, mas dezenas ainda estão foragidos, segundo o OSDH.

Em um vídeo divulgado no sábado, o EI mostra cerca de 20 homens, alguns deles em uniforme militar, dizendo que são curdos capturados durante o ataque.

Comentando o vídeo, as FDS disseram que os prisioneiros eram funcionários que trabalhavam na cozinha da prisão.

De acordo com Nicholas Heras, do Newlines Institute em Washington, "as fugas das prisões representam a melhor oportunidade para o EI recuperar forças e a prisão de Ghwayran é um bom alvo porque está superlotada".

Milhares de jihadistas estão detidos em centros de detenção nos vastos territórios do norte e nordeste da Síria sob o controle das autoridades curdas. Muitas prisões eram originalmente escolas e, portanto, são inadequadas para manter os presos por um longo período.

Segundo as autoridades curdas, cerca de 12.000 jihadistas de mais de 50 nacionalidades - europeias e outras - estão detidos em suas prisões. Há anos que pedem, em vão, a sua repatriação.

Apesar de sua derrota, o EI ainda consegue realizar ataques mortais usando células adormecidas.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão de jihadistas.

O conflito matou cerca de 500.000 pessoas de acordo com o OSDH, devastou a infraestrutura do país e deslocou milhões de pessoas.

Washington traiu seus aliados curdos ao se retirar do nordeste da Síria, abandonando-os diante da ofensiva da Turquia, disse o porta-voz do Kremlin nesta quarta-feira.

"Nos últimos anos, os Estados Unidos têm sido o aliado mais próximo dos curdos. Mas, no final, eles os abandonaram e os traíram de fato", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências de imprensa russas.

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"Agora eles preferem empurrar os curdos para a fronteira, forçando-os quase a entrar em guerra com os turcos", acrescentou.

No início de outubro, os Estados Unidos anunciaram sua retirada do norte e leste da Síria, para surpresa de todos, abrindo caminho para uma ofensiva turca naquela área contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG), descritas como " terroristas" por Ancara.

Essas forças curdas foram o principal aliado dos Estados Unidos contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Os presidentes russo e turco, atores centrais do conflito sírio, concordaram na noite de terça-feira em assumir o controle conjunto da maior parte da área junto à fronteira sírio-turca, enquanto a região se encontra mergulhada em um crescente conflito entre tropas turcas e curdos.

Nesta quarta-feira, russos e sírios iniciam patrulhas militares nos setores que fazem fronteira com a área onde o exército turco iniciou sua operação militar no início de outubro.

Essa medida visa a facilitar a retirada dos curdos, segundo os russos.

E, 150 horas depois, patrulhas conjuntas, desta vez russo-turcas, controlarão a área.

A Turquia está violando o cessar-fogo no norte da Síria e continua tomando civis como alvo de seus bombardeios e disparos, denunciou nesta sexta-feira (18) Mustafah Ali, porta-voz militar curdo.

"Apesar do acordo de cessar-fogo, os bombardeios e os disparos continuam e tomam como alvos milicianos, a população civil e o hospital de Ras al Ain", localidade do norte da Síria que foi cenário de violentos combates nos últimos dias, afirmou Ali.

Na quinta-feira (17) à noite, a Turquia aceitou um cessar-fogo de cinco dias e os curdos se declararam disposto a respeitar a medida.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na quinta-feira à noite que deixou que curdos e turcos se enfrentassem na Síria porque eram "como duas crianças" que precisavam "lutar um pouco".

"O que eu fiz não foi convencional. Eu disse que eles terão que lutar um pouco. Como duas crianças, você precisa deixar que lutem e depois separá-las", declarou Trump durante um comício em Dallas, Texas.

"Eles lutaram por alguns dias e foi bastante cruel", completou, antes de celebrar que "não houve uma gota de sangue americano derramado".

O governo dos Estados Unidos preparou o caminho para a ofensiva militar da Turquia contra uma milícia curda no norte da Síria ao retirar alguns dias antes suas tropas da região.

A operação militar, que durou uma semana, até o anúncio na quinta-feira à noite de um cessar-fogo provisório, deixou um balanço de mais de 500 mortos, principalmente curdos, incluindo dezenas de civis, e 300.000 deslocados, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Brett McGurk, ex-enviado especial da presidência americana para a coalizão antijihadista que lutou contra o grupo Estado Islâmico, considerou as declarações "obscenas e ignorantes".

"200 mil pessoas inocentes deslocadas. Centenas de mortos. Informações confiáveis sobre crimes de guerra. Prisioneiros do EI que fogem. EUA abandonando e bombardeando suas próprias posições ou as cedendo para a Rússia. Duas crianças que brigam?", questionou na rede social Twitter.

Donald Trump enviou uma carta para o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aconselhando-o a "não ser um tolo" e aceitar sua mediação de um acordo com a liderança curda na Síria, sob o risco de ver a economia da Turquia ser destruída por ele.

A oferta, e a ameaça, constam em uma carta enviada por Trump a Erdogan no dia 9, início da ofensiva militar lançada pela Turquia contra os curdos no nordeste da Síria, obtida por Trish Regan, âncora da Fox Business e divulgada nesta quarta-feira (16), por ela em sua conta no Twitter. No mesmo dia, Trump, em declarações públicas, havia classificado a ação turca como uma "má ideia".

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"A história vai vê-lo favoravelmente se fizer isso da maneira certa e humanitária. E ela o verá para sempre como o diabo se boas coisas não acontecerem. Não seja durão. Não seja um tolo!", escreveu Trump.

Na carta com papel timbrado da Casa Branca, Trump conta a Erdogan estar "trabalhando duro" para resolver os problemas do presidente turco. Segundo Trump, o general Mazloum Kobani, comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), coalizão liderada pelos curdos no país, estaria disposto a negociar com Erdogan e "fazer concessões que nunca teria feito no passado". "Estou confidencialmente anexando uma cópia da carta dele (Kobani) para mim, que acabei de receber", acrescentou o presidente americano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quase 500 curdos da Síria fugiram nos últimos quatro dias para o Curdistão iraquiano ante o aumento da ofensiva militar turca no norte da Síria, afirmaram as autoridades locais.

Todas as famílias foram escoltadas até acampamentos de deslocados internos na região noroeste do Iraque, onde milhões de iraquianos encontraram refúgio após o avanço do grupo Estado Islâmico (EI) em 2014, informou à AFP uma fonte do governo da província de Dehok, região curda fronteiriça com a Síria.

As ONGs que atuam no Curdistão iraquiano se declaram em estado de alerta desde que Ancara iniciou uma operação militar no norte da Síria contra a milícia curda síria das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliada dos países ocidentais na luta contra os jihadistas.

No sábado, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que "182 curdos sírios cruzaram a fronteira para o Curdistão iraquiano para escapar de bombardeios no nordeste da Síria".

Ao ser questionado pela AFP sobre eles, Ismael Ahmed, secretário para assuntos humanitários no conselho provincial de Dehok, afirmou que são "curdos sírios que já residem no Curdistão iraquiano, que visitaram parentes na Síria antes de partir na outra direção em consequência dos bombardeios".

As sanções anunciadas pelos EUA, na segunda-feira (14), parecem não ter abalado o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Nesta terça-feira (15), o canal estatal TRT e o site de notícias T24 revelaram que Erdogan conversou por telefone com Donald Trump e disse que não negocia com terroristas.

Mais tarde, a caminho de uma reunião de gabinete, Erdogan disse que ignorou os pedidos de Trump por um cessar-fogo. "Nunca declararemos cessar-fogo, porque estamos estabelecendo uma zona de segurança na fronteira", disse o presidente turco. "Não tenho absolutamente nenhuma preocupação com sanções."

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Se as medidas de Trump não surtiram efeito, o Congresso promete apertar mais o cerco à Turquia. A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse ontem que negocia com o senador republicano Lindsey Graham a aprovação de uma lei que "reverta" a decisão de Trump de retirar as tropas da Síria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira que os curdos na Síria, até recentemente aliados de Washington, procurem a ajuda do imperador francês do século XIX Napoleão Bonaparte, após determinar a saída de quase mil soldados americanos do país.

"Qualquer um que queira ajudar a Síria a proteger os curdos é bom para mim, seja a Rússia, a China ou Napoleão Bonaparte. Espero que todos façam isto, nós estamos a 7 mil milhas de distância!", escreveu Trump no Twitter.

A Turquia ameaçou invadir o nordeste da Síria após iniciar uma ofensiva contra os curdos, na semana passada, que deixou mais de 300 mortos, dos dois lados, e 160 mil refugiados.

Trump defendeu sua ordem de retirada do nordeste da Síria e de abandonar os curdos, alegando que a missão dos Estados Unidos de derrotar o Estado Islâmico na região foi "100%" executada.

Trump disse que o presidente sírio, Bashar al Assad, deveria se encarregar de defender a região.

"Deixem que a Síria e Assad protejam os curdos e lutem contra a Turquia por sua própria terra. Disse isso aos meus generais. Por que motivo deveríamos estar lutando pela Síria e por Assad para proteger a terra do nosso inimigo?", declarou Trump no Twitter.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que ao menos nove pessoas, entre elas cinco civis, teriam morrido em um bombardeio aéreo da Turquia contra um comboio neste domingo, 13. O grupo era composto por opositores da ofensiva turca no norte da Síria e era acompanhado por jornalistas.

A ONG, que monitora a violência na Síria, afirmou que o comboio era protegido por homens armados e teria sido atingido quando alcançou Ras al-Ain. A cidade fica na fronteira do país e foi conquistada por forças aliadas à Turquia na manhã de sábado, 12.

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A região é estratégica para forças curdas e é alvo de ofensiva turca desde a última quarta-feira, 9, quando os Estados Unidos anunciaram a retirada de tropas americanas do nordeste da Síria.

Mervan, um porta-voz das forças curdas, disse à agência de notícias Associated Press que onze pessoas teriam sido mortas e outras 74 ficaram feridas. Ele não informou quantas das vítimas seriam civis.

O Observatório Sírio diz que jornalistas, incluindo estrangeiros, acompanhavam o comboio. A agência de notícias curda Hawar informou que um de seus repórteres está entre os mortos.

Imagens do ataque mostram corpos espalhados ao longo da rua que foi alvo do bombardeio. Alguns dos mortos pareciam carregar armas, e ativistas afirmam que eles faziam a proteção do comboio.

Donald Trump sinaliza sanções contra a Turquia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 13, que o Tesouro americano está "pronto" para sancionar a Turquia, após a ação militar do país contra os curdos da Síria. No Twitter, Trump disse estar conversando com "muitos membros do Congresso, incluindo democratas", sobre impor "sanções poderosas" contra o país.

Segundo Trump, há "grande consenso" sobre a possibilidade. Ele citou conversas com o presidente do Comitê Judiciário do Senado, o republicano Lindsey Graham, sobre o tema. O presidente ainda disse que é possível buscar uma legislação necessária para garantir a punição.

De acordo com o presidente americano, a Turquia já teria pedido para não ser sancionada. A ofensiva militar contra os curdos da Síria, aliados dos EUA contra o Estado Islâmico na região, chegou ao seu quinto dia hoje. Mais cedo, o Secretário da Defesa americano Mark Esper disse que Trump ordenou que as tropas americanas deixem a região norte do país, para evitar confrontos com as forças turcas. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A situação no nordeste da Síria, palco de uma ofensiva militar da Turquia contra os curdos da região, está se "deteriorando rapidamente" e pode resultar no confronto entre as tropas turcas e a força militar americana na área, disse uma fonte dos Estados Unidos à Associated Press. A operação turca chegou ao seu quinto dia neste domingo (13).

Desde sábado (12), as forças turcas se movem em direção à cidade de Ain Eissa, o centro administrativo das tropas curdas e a localização de uma importante base americana. Hoje, as tropas da Turquia chegaram à rodovia que liga o local à cidade de Hassakeh, um importante polo logístico do nordeste da Síria. Segundo a fonte da AP, as forças americanas e curdas já não controlam linhas de comunicação terrestres, nem o espaço aéreo da área.

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No sábado, o presidente dos EUA Donald Trump disse que é uma "ilha de um só" na posição de retirar as tropas americanas da Síria, em meio a críticas de democratas e republicanos de que o movimento colocaria em risco a estabilidade do Oriente Médio e as vidas dos curdos aliados do país que ajudaram a combater o Estado Islâmico.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, anunciou neste sábado que o país vai cortar as exportações de armas para a Turquia, depois de Ancara iniciar uma ofensiva militar no nordeste da Síria contra rebeldes curdos.

O anúncio de Maas ocorre no mesmo dia em que milhares de imigrantes curdos se uniram contra a ofensiva militar turca em cidades da Alemanha, que abriga uma das maiores comunidades deste povo na Europa.

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Áustria, Suíça e Grécia também viram manifestações curdas contra a ofensiva da Turquia na Síria. Fonte: Associated Press.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defendeu nesta quinta-feira (10) a ofensiva da Turquia na Síria após uma onda de críticas internacionais, dizendo que a operação militar reforçará a integridade territorial dos sírios ao confrontar o controle curdo do norte do país. Ele também ameaçou "abrir as portas" e enviar milhões de refugiados a países da União Europeia caso o bloco classifique o ataque como "invasão".

"União Europeia, refaça seu julgamento. Se definir nossa operação como uma invasão, o nosso trabalho é fácil. Abrimos as portas e enviamos 3,6 milhões de refugiados a vocês", alertou Erdogan durante discurso em Ancara.

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O presidente turco também acusou a UE de mentir e de não ter mantido a promessa de proporcionar ajuda econômica à Turquia. A reclamação refere-se ao acordo fechado em 2016 pelo qual o governo turco aceitava controlar o fluxo de refugiados para a Europa em troca de apoio financeiro para atender aos imigrantes no seu território.

A ofensiva militar da Turquia no norte da Síria deslocou mais de 60 mil pessoas em menos de um dia, segundo uma ONG que monitora a guerra. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) disse que um grande número de moradores das áreas de fronteira de Ras al-Ain, Tal Abyad e Derbasiyeh fugiram de suas casas, principalmente para o leste, em direção à cidade de Hasakeh.

A Turquia iniciou, na quarta-feira, uma operação militar no norte da Síria que desperta o receio da comunidade internacional e tem como alvos combatentes curdos considerados por Ancara como "terroristas".

O presidente americano, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que pode mediar um acordo entre a Turquia e os curdos após a ofensiva, iniciada depois de os EUA retirarem suas tropas da região. Horas antes, o presidente afirmou a repórteres que tinha duas opções: conter Ancara com sanções ou enviar tropas americanas para interromper o confronto. Os EUA foram duramente criticados por retirarem suas tropas e darem sinal verde para Erdogan lançar o ataque. Funcionários disseram na quinta que Trump determinou a diplomatas do Departamento de Estado que atuem para obter um cessar-fogo na região.

Em comunicado, o Ministério da Defesa da Turquia informou que as forças turcas avançaram nesta quinta no nordeste da Síria para expulsar combatentes curdos da região, expandindo uma ofensiva que provocou forte repreensão da comunidade internacional.

A operação, que inclui forças aéreas e terrestres, teve como alvo aldeias ao longo da fronteira, especialmente os setores de Tal Abyad e Ras al-Ain, que foram bombardeados.

Zona de segurança

A Turquia diz que pretende criar uma "zona de segurança" no norte da Síria, controlada pelos curdos. Os críticos, no entanto, temem que a ação possa mergulhar a região em uma nova crise e provocar um novo fluxo de refugiados.

Autoridades curdas reagiram ao anúncio de avanço turco, dizendo que seus combatentes repeliram uma incursão terrestre perto da cidade de Tal Abyad durante a noite de quarta-feira e dispararam projéteis contra o lado turco.

As Forças Democráticas da Síria (FDS), milícia curda que se uniu às tropas dos EUA para combater o Estado Islâmico na Síria, disseram que os bombardeios turcos tinham como alvo uma prisão que mantinha alguns dos combatentes do grupo jihadista na cidade de Qamishli. Milhares de prisioneiros do EI e suas famílias estão detidos em campos e prisões administrados pelas autoridades curdas da Síria.

Em comunicado no Twitter, Mustafa Bali, porta-voz das FDS, disse que os militares da Turquia atingiram um comboio civil também perto de Tal Abyad, a cerca de 400 metros da fronteira turca, matando três pessoas. Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, os ataques deixaram 16 curdos mortos desde o início da operação, na quarta-feira. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Casa Branca informou na noite do domingo (6) que a Turquia prepara para breve uma invasão do norte da Síria, o que renovou temores de uma matança de guerreiros de origem curda, aliados dos Estados Unidos na campanha contra o grupo extremista Estado Islâmico.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, há meses faz ameaças de atacar as forças curdas no norte da Síria, muitas das quais seu governo considera terroristas. Como os curdos recebem apoio dos Estados Unidos, um ataque a eles seria uma ameaça a aliados americanos em todo o planeta, creem políticos republicanos e democratas em Washington.

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Tropas americanas "não vão apoiar ou se envolver na operação" e "não mais estarão presentes nas áreas próximas" ao conflito no norte da Síria, informou a secretária de Imprensa da Casa Branca, Stephanie Grisham. A declaração ocorreu na noite do domingo, o que é raro na Casa Branca.

Grisham não esclareceu se os Estados Unidos retirariam os cerca de 1 mil soldados americanos que estão na região. O anúncio da Casa Branca ocorreu após uma ligação telefônica entre o presidente Donald Trump e Erdogan.

Em dezembro Trump anunciou a retirada de tropas da Síria e recebeu muitas críticas por supostamente deixar os curdos à mercê da Turquia. À época, o então secretário de Defesa Jim Mattis renunciou ao cargo em função da posição adotada por Trump.

A Casa Branca ainda informou que a Turquia vai assumir a custódia dos soldados estrangeiros capturados na campanha contra o Estado Islâmico e que atualmente estão detidos pelas forças curdas. Fonte: Associated Press

Um porta-voz do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conclamou nesta segunda-feira (18) seus seguidores a atacar as forças curdas na Síria, enquanto os jihadistas combatem em seu último reduto no leste do país devastado pela guerra.

Em áudio publicado no Telegram, o porta-voz do EI pediu que os membros do grupo nas áreas controladas pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, devem "vingar o sangue de seus irmãos e irmãs".

"Instalem dispositivos explosivos, posicionem franco-atiradores", disse o porta-voz, que de identificou como Abi Hassan al Mujahir.

Um porta-voz do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conclamou nesta segunda-feira seus seguidores a atacar as forças curdas na Síria, enquanto os jihadistas combatem em seu último reduto no leste do país devastado pela guerra.

Em áudio publicado no Telegram, o porta-voz do EI pediu que os membros do grupo nas áreas controladas pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, devem "vingar o sangue de seus irmãos e irmãs".

"Instalem dispositivos explosivos, posicionem franco-atiradores", disse o porta-voz, que de identificou como Abi Hassan al Mujahir.

As FDS - aliança de combatentes curdos e árabes - contam com o apoio da aviação da coalizão internacional anti-EI para tirar os jihadistas de seu último reduto, em Baghuz, localidade da província de Deir Ezzor, na zona da fronteira iraquiana.

Os combates prosseguiam nesta segunda-feira e as FDS consolidaram as posições conquistadas na véspera, após duros combates e intensos bombardeios.

"Nossas forças avançam, mas os combates prosseguem", disse à AFP Jiaker Amed, porta-voz das FDS.

Cerca de 300 sírios acusados de pertencerem ao grupo Estado Islâmico (EI) foram libertados, anunciou a administração semi-autônoma curda na Síria, indicando que a medida afeta aqueles que "não têm sangue nas mãos".

Sua libertação, no sábado (2) à noite, ocorreu após um pedido dos líderes tribais e representantes locais, informou a adminitração curda em um comunicado.

Não é a primeira vez que as autoridades curdas realizam tais solturas, mas "desta vez trata-se de um número grande", disse, neste domingo (3), o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

"Todos os prisioneiros foram libertados no sábado", indicou à AFP.

De acordo com o comunicado curdo, "283 homens suspeitos de pertencerem ao EI, mas cujas mãos não estão manchadas de sangue, foram libertados".

"Eles se afastaram do [bom] caminho um dia, violaram as tradições da nossa sociedade síria, infringiram a lei. Mas, mesmo se afastando [do caminho], continuam a ser os nossos filhos sírios, e nós devemos estender a eles a mão da fraternidade e misericórdia", acrescenta o texto.

As libertações ocorreram em várias regiões controladas pelos curdos no norte e nordeste da Síria, em Manbij, Raqa e na província de Deir Ezzor, aponta o comunicado, publicado no site das Forças Democráticas Sírias (FDS), na linha de frente da luta contra o EI na Síria.

O primeiro-ministro da Turquia afirmou neste sábado (3) que as forças armadas do país capturaram um vilarejo estratégico no enclave curdo do noroeste da Síria, elevando a pressão sobre a milícia curda na sexta semana de ofensiva na área.

Segundo o primeiro-ministro, Binali Yildirim, o distrito curdo de Afrin foi "cercado" pelos militares, pela polícia especial e por forças paramilitares, bem como por grupos sírios de oposição aos curdos.

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"O Afrin foi cercado. Limpamos todas as áreas próximas da nossa fronteira dessa ameaça terrorista", afirmou Yildirim durante um comício na província central de Konya, acrescentando que a Turquia não vai cessar sua campanha contra o "terror".

A Turquia deseja tirar o território próximo à sua fronteira das Unidades de Proteção do Povo Curdo, conhecido também pela sigla YPG. O país considera a organização como terrorista, uma vez que seria a extensão do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) em seu próprio país.

A ofensiva da Turquia sobre a Síria elevou a tensão entre a Turquia e os Estados Unidos, dois membros da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os EUA dão apoio ao YPG em sua luta contra o Estado Islâmico no leste da Síria, e acredita que os movimentos turcos do outro lado do território sírio prejudicam o enfoque contra o EI. Fonte: Associated Press.

O presidente da região curda autônoma do Iraque, Masoud Barzani, disse que os curdos iraquianos realizarão uma votação popular sobre sua independência em 25 de setembro, em um anúncio no Twitter nesta quarta-feira.

Hamin Hawrami, assessor presidencial sênior, afirmou, em sua própria conta no Twitter, que a decisão segue uma reunião dos principais partidos políticos curdos em Irbil, a capitão da região.

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A região curda do Iraque, com uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, tem auto grau de autonomia, incluindo o próprio Parlamento e Forças Armadas. No entanto, as relações com o governo central em Bagdá têm se enfraquecido nos últimos anos em uma variedade de questões.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse em abril que respeiava o direito curdo de votar pela independência, mas ressaltou que não achava ser o momento certo para uma mudança. Fonte: Associated Press.

Na Síria, as forças lideradas pelos curdos estão fechando o cerco ao Estado Islâmico, ao apreender um moinho de algodão e entrar em choque com o grupo extremista nas proximidades de Raqqa, informaram ativistas e a mídia local. A cidade foi autoproclamada como capital do Estado Islâmico no país.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, informou que as forças curdas, apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, avançaram a Nordeste e Noroeste de Raqqa.

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A agência de notícias Kurdish Hawar informou que os combatentes também assumiram posição em um sindicato de agricultores, que era usado como prisão pelos membros do grupo extremista. Os curdos avançaram 186 quilômetros ao norte da cidade nos últimos quatro dias. A expectativa é retomar a cidade de Raqqa nos próximos meses.

Ativistas também informaram, neste sábado, que as forças do governo retomaram o controle da base aérea de Al-Jarrah, localizada ao norte de Alepo e que estava nas mãos dos militantes do Estado Islâmico desde 2014.

Nas proximidades de Damasco, militares sírios informaram que capturaram dos rebeldes o controle do bairro Qaboun, no subúrbio, um dos últimos que ainda estavam sob o controle dos rebeldes em Ghouta. Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos diz que o local continua com os rebeldes. Fonte: Associated Press.

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