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A gigante do automobilismo alemão Volkswagen se desculpou após a divulgação de um anúncio publicitário de seu novo modelo de carro Golf, o que provocou uma onda de críticas dos internautas, que o consideraram racista.

O vídeo, de 10 segundos, que apareceu terça-feira na conta do Instagram da construtora, mostra um homem negro, de terno, agarrado por uma mão branca em primeiro plano, que o empurra levemente para o interior de um estabelecimento chamado "o pequeno colono". Tudo para afastá-lo de um Golf amarelo estacionado na entrada.

Retirado do Instagram, o vídeo ainda circulava no Twitter nesta quarta-feira (20).

"O vídeo é, sem dúvida nenhuma, um erro" e é "de mal gosto", reagiu a empresa de Wolfsburgo nesta quarta-feira em comunicado enviado à AFP.

O grupo entende as reações irritadas de muitas pessoas que viram o vídeo e acrescenta que irá "esclarecer o que pode ter acontecido" e "arcará com as consequências".

No final do vídeo aparece uma sequência de letras cuja ordem sugere a palavra "negro".

"A própria história de nossa empresa" faz com que a "Volkswagen se posicione contra todas as formas de racismo, xenofobia e discriminação", explicou o grupo, que também se desculpou no Instagram.

Volkswagen foi, na década de 1930, a fabricante de fetiche do regime nazista na Alemanha.

A marca ("carro do povo") foi criada em 1937 por Ferdinand Porsche, por iniciativa da Frente Alemã para o Trabalho, liderada por Adolf Hitler.

A justiça alemã abriu uma investigação preliminar ligada às acusações de manipulação das emissões de veículos a diesel da marca Volkswagen, indica um comunicado da promotoria de Brunswick (norte). Em um primeiro momento, serão recolhidas e examinadas todas as informações e estudadas todas as denúncias apresentadas.

A Volkswagen admitiu na terça-feira ter equipado 11 milhões de carros em todo o mundo com um software de manipulação de dados de emissões de poluentes. Desta maneira, em dois dias, a desvalorização dos papéis da maior montadora do mundo chegou a 35% em relação a sexta-feira, quando estourou o escândalo. O caso foi descoberto nos Estados Unidos, que na terça também anunciou a abertura de uma investigação penal.

Os softwares fraudulentos detectados em modelos das marcas VW e Audi nos Estados Unidos podem estar presentes em outras filiais, que conta com marcas como Seat, Skoda e Porsche.

A Volkswagen anunciou também que gastará 6,5 bilhões de euros no terceiro trimestre do ano para enfrentar as primeiras consequências do caso. Isso levará a empresa a ajustar suas metas de lucro para 2015.

O presidente da montadora alemã Volkswagen, Martin Winterkorn, "sentir muito pela falta cometida pelo grupo". Segundo o jornal Handelsblatt, Winterkorn terá que prestar contas do caso em uma reunião de uma parte do Conselho de Vigilância prevista para esta quarta-feira.

A princípio, na sexta-feira, a Volkswagen prolongará o mandato de Winterkorn até o final de 2018, mas analistas questionam se essa decisão será mantida após o escândalo. A chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, exigiu "transparência total" para esclarecer o caso que compromete a credibilidade de uma empresa identificada com a excelência da indústria alemã.

A espiral do escândalo ultrapassou fronteiras. Além dos Estados Unidos, Itália e França anunciaram a abertura de investigações, enquanto as autoridades sul-coreanas convocaram diretores do grupo para exigir explicações.

As autoridades americanas revelaram na última sexta-feira que 482.000 veículos das marcas Volkswagen e Audi, fabricados entre 2009 e 2015 e vendido nos EUA foram equipados com um software que detectava automaticamente os controles de contaminação com o objetivo de fraudar os resultados.

A Volkswagen suspendeu desde então a venda de carros a diesel no mercado norte-americano. A companhia, que conta com 590.000 funcionários em todo o mundo, pode ser condenada a uma multa de até 18 bilhões de dólares. A esse valor somam-se os custos da retirada desses veículos do mercado e as indenizações por eventuais processos públicos e privados.

A piada que bombou na internet na terça-feira (8), quando o Brasil perdeu de 7 a 1 para a Alemanha, era de que nem a Volkswagen consegue fazer quatro gols em seis minutos, em alusão ao modelo Gol, o carro mais vendido no País, e aos quatro gols sofridos pela equipe de Felipão num intervalo de seis minutos.

A subsidiária brasileira da fabricante alemã, nesse quesito, é mais eficiente que o time que desclassificou a seleção brasileira. Segundo a Volkswagen, a fábrica Anchieta, no ABC paulista, tem capacidade para produzir um Gol a cada minuto.

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O mesmo vale para a fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo. Somando as duas, a marca alemã tem capacidade para produzir dois modelos Gol por minuto, ou 12 em seis minutos.

A empresa, que é patrocinadora da seleção brasileira e tem o jogador Neymar como garoto-propaganda em suas peças publicitárias, informa que, por enquanto, não pretende usar o mote da produção do Gol em novas campanhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O lucro da Volkswagen subiu 18% no primeiro trimestre de 2014, com receita maior, embora preços em queda na Rússia e outros mercados emergentes com moedas voláteis tenham limitado o desempenho.

O lucro líquido da montadora avançou para 2,40 bilhões de euros, de 2,03 bilhões de euros no mesmo período do ano anterior. A receita avançou 2,7%, para 47,8 bilhões, na mesma comparação. O resultado da empresa superou as expectativas do mercado.

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Os modelos de massa da Volkswagen, como o Passat e Golf, são mais sensíveis às flutuações de moedas, que está deixando carros mais caros nos mercados atingidos por fortes oscilações cambiais como a Rússia, Brasil e Turquia. "As moedas fracas nos mercados emergentes significativos levaram os preços a subirem e, portanto, enfraqueceram a demanda", disse Volkswagen em comunicado.

As vendas da Volkswagen e resultados operacionais não incluem as vendas e os lucros de sua joint venture na China, onde a participação do grupo no lucro operacional da joint venture ficou em 1,24 bilhão de euros, acima do ganho de 1,16 bilhão de euros um ano antes. Fonte: Dow Jones Newswires.

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