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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu liminar no Habeas Corpus 150180 para sustar os efeitos da ordem de condução coercitiva do artista Wagner Schwartz para depor na CPI dos Maus-Tratos, do Senado, que investiga supostas irregularidades e crimes relacionados a hostilidades a crianças e adolescentes no País. A decisão mantém, no entanto, a convocação do artista para comparecer à sessão a ser designada pela CPI, "garantindo-lhe o direito de ser assistido por advogado e com ele comunicar-se, além do pleno exercício do direito ao silêncio". As informações foram divulgadas no site do Supremo.

O coreógrafo se apresentou na abertura do 35.º Panorama de Arte Brasileira que aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Na performance "La Bête", Schwartz se deita nu sobre um tablado e o público é convidado a manipular seu corpo. A apresentação se tornou alvo de polêmicas após ser divulgado vídeo de uma criança tocando o artista.

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De acordo com os autos, a condução coercitiva foi requerida pelo senador Magno Malta (PR/ES), presidente da CPI dos Maus-Tratos, sob o pretexto de que o artista, intimado, não teria comparecido à audiência pública nos dias 23 e 24 no Ministério Público do Estado de São Paulo. O pedido do senador foi acolhido pela Comissão. Até aqui, não foi designada nova audiência para o depoimento.

A defesa de Schwartz alega que o artista não foi intimado a comparecer à audiência. Explica que a intimação foi enviada ao MAM/SP e não ao domicílio do coreógrafo. Pediu a dispensa de comparecimento à CPI sob condução coercitiva, uma vez que não houve recusa injustificada para comparecer a depoimento anterior.

Em caso de comparecimento espontâneo, a defesa pede que o artista tenha seus direitos fundamentais ao silêncio e à não-autoincriminação garantidos.

Alexandre de Moraes observou que as CPIs, em regra, têm os mesmos poderes que os magistrados possuem durante a instrução processual penal, mas deverão exercê-los dentro dos mesmos limites constitucionais impostos ao Poder Judiciário, inclusive em relação ao respeito aos direitos fundamentais.

Sobre a condução coercitiva, o ministro afirmou que a possibilidade legal de sua determinação deve ser aferida de acordo com o caso concreto, e realizada com base na razoabilidade, impedindo assim tratamentos excessivos e inadequados.

"Pelo que se depreende das alegações trazidas, a medida de condução coercitiva [no caso], ao menos neste juízo preliminar, não se revela razoável, sobretudo em razão da aparente irregularidade da convocação para a audiência pública realizada em 24 de outubro de 2017", assinalou.

Sobre a presença do artista na Comissão, o ministro ressaltou que o Supremo já assentou a obrigatoriedade de comparecimento de particular, devidamente intimado, para prestar esclarecimento perante CPI.

Alexandre também garantiu a Wagner Schwartz o exercício do direito ao silêncio, caso seja indagado sobre questões que o possam incriminar, e o direito de ser assistido por advogado e de poder se comunicar com ele durante o depoimento.

Com a palavra, Wagner Schwartz

A reportagem está tentando localizar o artista para comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Ao Supremo, a defesa de Schwartz alega que o artista não foi intimado a comparecer à audiência. A defesa explica que a intimação foi enviada ao Museu de Arte Moderna de São Paulo e não ao domicílio do coreógrafo.

A defesa pediu a dispensa de comparecimento à CPI dos Maus-Tratos sob condução coercitiva, uma vez que não houve recusa injustificada para comparecer a depoimento anterior.

Em caso de comparecimento espontâneo, a defesa pede que o artista tenha seus direitos fundamentais ao silêncio e à não-autoincriminação garantidos.

A performance realizada pelo artista Wagner Schwartz, no Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo, na última terça (26), vem causando polêmica após um vídeo em que uma criança aparece interagindo com Wagner nu, ter viralizado nas redes sociais. Nesta sexta-feira (29), o ator Alexandre Frota esteve no Ministério Público da capital paulista para registrar uma representação contra a performance de Schwartz, além de ter visitado o museu pessoalmente para questionar seus diretores a respeito da obra.

Em suas contas de Twitter e Instagram, Frota divulgou a foto da representação e falou sobre sua posição. Em vídeo, ele comentou que não concorda com este tipo de manifestação artística: "Eles chamam isso de arte e ainda ganharam R$ 6 milhões incentivados pela Lei Rouanet. É um absurdo, eu não aceito isso. É uma vagabundagem que a esquerda propõe o tempo todo chamando de arte". Ele também esteve no MAM nesta sexta, alegando ter ido questionar os organizadores da mostra a respeito da participação de crianças na performance. "Se aquele vagabundo estivesse deitado aqui eu ia levantar ele", disse em uma transmissão ao vivo em seu Facebook enquanto caminhava pelo museu.

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Nos comentários, as opiniões dos internautas se dividiram. Alguns apoiaram a atitude do ator, como Marcio Nunes que disse: "E ainda vejo imbecis que se autodenominam 'intelectuais' te ironizando sempre. Parabéns pela iniciativa.'; e Cristiana Menshova que postou: "Obrigada por defender nossas crianças". Já outros, brincaram com o posicionamento do ator. Felipe Sales escreveu: "Pensei que fosse mais um contrato de filme pornô"; e Cobain disse: "De tocar em homens nus você entende bem".

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Mais uma performance artística está sendo acusada de afrontar valores morais. A apresentação de 'La Bête', do coreógrafo Wagner Schwartz, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, na última terça (26), viralizou na internet com fotos e vídeos e a acusação de pedofilia.

A performance foi apresentada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira. Nela, o artista permite que o público toque e manipule seu corpo despido. Durante o espetáculo, uma criança foi uma das pessoas a interagir com o coreógrafo, e as imagens estão sendo compartilhadas por vários perfis e grupos de internet com pesadas críticas. Muitas pessoas estão comentando as publicações da página do museu no Facebook com referências à performance.

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O MAM se posicionou, em nota publicada nas redes sociais: "O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas." A nota afirma ainda que o museu sinaliza aos visitantes o teor das performances, incluindo a presença de nudez artística.

O MAM afirma que a menina estava acompanhada da mãe, que também interage com o artista. Assista ao vídeo da performance:

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Leia a nota do Museu de Arte Moderna na íntegra:

"O Museu de Arte Moderna de São Paulo informa que a performance "La Bête", que está sendo questionada em páginas no Facebook, foi realizada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira, em evento de inauguração.

É importante ressaltar que o Museu tem a prática de sinalizar aos visitantes qualquer tema sensível à restrição de público. Neste sentido, a sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística. O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.

É importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais omite a informação de que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada de sua mãe durante a abertura da exposição.

Portanto, os esclarecimentos acima denotam que as referências à inadequação da situação são fora de contexto."

Recentemente, diferentes atrações de arte foram censuradas após protestos e postagens em redes sociais criticando uma suposta imoralidade destas obras. O caso de maior repercussão foi o encerramento antes da data prevista da exposição 'Queermuseu', que estava em cartaz no Santander Cultural. O espetáculo 'Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu', em que uma mulher transexual vive Jesus Cristo também teve uma apresentação proibida pela Justiça.

 

 

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