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O ano de 2024 será marcado por eleições importantes em todo o mundo. Elas deverão imprimir um novo ritmo à dinâmica das relações políticas em diversas regiões do globo.  O Brasil realizará eleições municipais. Embora o pleito não signifique mudanças contundentes na esfera federal, o presidente Lula deverá se empenhar para eleger o maior número possível de prefeitos aliados, especialmente nas capitais e em cidades com mais de 200 mil eleitores, onde pode haver segundo turno. É esperado que ele adote medidas econômicas mais populares, que beneficiem as classes C, D e E, e que possam ser utilizadas nos discursos das campanhas.  A primeira medida já foi tomada. O Governo fechou 2023 com a confirmação do novo salário-mínimo no valor de R$ 1.412. O crescimento é de 7%, comparado ao ano anterior.

Nos próximos meses, espera-se também que Lula amplie as faixas de financiamento habitacional no programa Minha Casa Minha Vida para que famílias de classe média possam receber o benefício. Ainda são aguardadas outras medidas que causem no eleitorado a sensação de crescimento da economia e da renda familiar. 

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A pressão dos candidatos nos municípios também pode contribuir para acelerar os aguardados novos avanços na legislação tributária. No fim de 2023, o Governo comemorou fortemente a aprovação da reforma tributária e, a partir de agora, o Congresso deverá realizar as discussões sobre as reformas do Imposto de Renda e da tributação da folha de pagamento; além das leis complementares para regulamentar a reforma tributária. 

Para além das fronteiras brasileiras, 2024 ainda trará outras eleições importantes. Na América Latina, países como México, Uruguai e Venezuela terão processos eleitorais para novos mandatos de presidentes. As atenções se voltam especialmente para solo venezuelano. Nicolás Maduro, que se mantém no cargo desde 2012, certamente será candidato novamente e a previsão é de um processo eleitoral tenso. Sua eleição em 2018 foi polêmica, não tendo sido reconhecida pela OEA, União Europeia, Estados Unidos e inclusive o Brasil. Nos bastidores, especula-se que as ameaças de Maduro para invasão da Guiana e tomada da região petrolífera do Essequibo seria uma manobra para que ele possa, eventualmente, interromper o processo eleitoral e se manter no poder. 

Também nesse ano que se inicia o mundo todo deverá acompanhar de perto as eleições na Rússia e nos Estados Unidos. Entre os dias 15 e 17 de março os russos vão às urnas para, muito provavelmente, reeleger Vladimir Putin. No cargo há quase 25 anos, ele é peça central no cenário político internacional, especialmente em razão da guerra da Ucrânia, sua possível interferência nos confrontos da Faixa de Gaza e a forte aliança comercial com a China. 

Se na Rússia não há perspectivas de grandes mudanças políticas, as eleições americanas prometem ter carga de emoção bem mais alta, com um provável novo confronto entre Joe Biden e Donald Trump. O embate deverá ser bastante duro e o resultado das eleições, que ocorrerão em novembro, pode mudar os rumos das relações globais de poder. Além disso, qualquer que seja o novo presidente, a expectativa é de que haja uma guinada para mudanças nas políticas fiscal e econômica dos Estados Unidos, o que pode ter impacto para o comércio exterior em todo o mundo. 

O novo ano começa envolto por grandes expectativas. Que seja um tempo de boas notícias.     

* Por Wilson Pedroso é analista político e consultor eleitoral com MBA nas áreas de Gestão e Marketing

Na nova configuração do Palácio dos Bandeirantes, o governador eleito João Doria (PSDB) vai colocar no centro da articulação política um auxiliar discreto que sempre atuou nos bastidores e evitou os holofotes.

Ex-chefe de gabinete e braço direito do tucano na Prefeitura, o advogado Wilson Pedroso, de 45 anos, vai dividir a linha frente do governo com o vice Rodrigo Garcia (DEM), que deve ser nomeado secretário de Governo. Ambos comandam a equipe de transição.

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Pedroso é o mais cotado para assumir a Casa Civil, mas pode também ocupar outra pasta que teria a mesma finalidade. Juntos, eles vão tocar a rotina do governo e também coordenar o projeto político de Doria, que não descarta disputar a Presidência da República em 2022.

Pela primeira vez desde que começou a trabalhar com Doria em janeiro de 2016, Pedroso aceitou ser entrevistado. No local escolhido, um café na Rua Pamplona, na região da Avenida Paulista, próximo ao comitê de Doria, ele não escondeu o desconforto quando questionado sobre os voos altos do governador eleito.

Depois de um breve silêncio, porém, Pedroso não ficou no muro. "É natural ele querer ser candidato a presidente. Gente como o João, que tem perfil executivo, sempre almeja algo maior", afirmou.

Apesar do perfil conciliador, Pedroso deixa claro que a vitória Doria abriu uma "nova fase" no PSDB. "O partido agora tem a cara do João Doria e do Bruno Covas. Não vai mais ter muro".

O primeiro encontro do advogado com Doria foi mediado pelo vereador Mário Covas Neto. Aconteceu no flat do ex-deputado Julio Semeghini em janeiro de 2016 em uma reunião que foi o marco zero do projeto de poder do empresário que então comandava o Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

Também estavam presentes na reunião inaugural outros dois tucanos com trânsito na legenda: Felipe Sigollo e Jorge Damião. Naquele momento o favorito para disputar a Prefeitura era o vereador Andrea Matarazzo, que tinha o apoio de tucanos de alta plumagem com Fernando Henrique Cardoso e José Serra. A candidatura de Doria era vista pela maioria do PSDB como uma abstração sem futuro. A empatia entre Pedroso e Doria foi imediata, já que o advogado trabalhou na última campanha política do pai de João Doria, que em 1996 disputou pelo PSDB uma vaga de vereador da capital. Acabou derrotado.

A trajetória política de Pedroso começou aos 14 anos, na juventude do PSDB, onde foi "líder" do atual do prefeito, Bruno Covas, que até hoje é seu amigo. Seu "padrinho" político foi o ex-ministro da Educação Paulo Renato. Em São Paulo, Pedroso foi um dos "menudos", como ficou conhecido o jovem grupo de subprefeitos que atuou nas gestões Serra e Kassab. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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