No peito, nas costas, nos ombros, nas mangas, nas axilas. Banco, xampu, cimento, carro, plano de saúde. O manto sagrado dos clubes tem um preço. Em meio a tanta propaganda, o brasão, símbolo mais nobre de um clube, pode ser ofuscado por tamanha poluição visual.
Empresas querem ter seu nome vinculados a equipes que possam expor a sua marca. Desta forma os atletas viram grandes outdoors ambulantes, pois são esses mesmos patrocinadores que ajudam a pagar os seus salários.
Sem saudosismos, mas há alguns anos certas marcas tinham total identificação com o clube. A Parmalat com o Palmeiras, a Kalunga com o Corinthians, a TAM com o São Paulo e a Petrobrás com o Flamengo. Atualmente no futebol brasileiro só o Fluminense tem um único patrocinador estampado na camisa.
É compreensível. Cada vez mais endividados, os clube precisam de receitas de todos os lados e as equipes de marketing literalmente vendem espaços publicitários nos uniformes. Os calções também entram nessa cota. Os meões ainda não.
Como em qualquer negócio, patrocínios em times de futebol é um jogo de interesse. O da empresa em se promover e o clube em de aumentar a receita. Se realmente valorizassem aquilo que os torcedores reverenciam, os cartolas cobrariam preços mais altos dos que os já praticados e dariam espaços fixos nas camisas, no máximo dois. Um no peito e outro no alto das costas. Isso para um único investidor. Em contrapartida, o anunciante teria exclusividade e desta forma estaria extremamente ligado ao clube.
Para os mais céticos, publicidade no futebol é rentável e tem seus riscos. Milhares de pessoas usarão uma roupa com a sua marca, porém o esporte bretão brasileiro está longe de ser algo honesto, limpo, transparente e confiável, valores que todas empresas querem agregados ao seu nome. Mas o esporte vende. E muito. Com cifras estrelares.
Essa semana a montadora de carros japonesa Nissan anunciou que não mais patrocinará o Vasco. A justificativa foram as lamentáveis cenas protagonizadas pela torcida carioca na última rodada do Campeonato Brasileiro. Talvez seja apenas isso. Mas o fato do time não está na principal divisão do campeonato nacional, diminuindo a sua visibilidade, também é um fator a ser considerado. Infelizmente ainda temos que desconfiar das boas intenções no futebol.
3 dentro
- Neymar. Seis gols nas últimas três últimas partidas do Barcelona em 2013. Vencendo adversários e as desconfiança dos críticos, o camisa 11 do clube azul-grená fecha o ano beirando a perfeição.
- Várzea. O futebol amador vem ganhando destaque no Recife no final deste ano. Competições como o Recife Bom de Bola e a Taça Recife das Comunidades movimentam os bairros das periferias e aumentam os sonhos dos jovens para um futuro promissor.
- Bayern de Munique. Com um time de estrelas e base da seleção alemã, a equipe é a grande favorita os título do Mundial de Clubes da Fifa. O Atlético-MG precisará de muito mais do que a inspiração de Ronaldinho Gaúcho pra vencer os campeões europeus.
3 fora
- Shotoo Brasil. Em tempos que se defende a não violência contra as mulheres, o evento de MMA anuncia a primeira luta mista do país. É isso mesmo. Um homem trocará socos e pontapés com uma mulher e haverá pessoas vibrando na plateia.
- STJD. O tapetão, que há muito não aparecia no futebol nacional, resolveu reaparecer e mais uma vez livrar o Fluminense. A Portuguesa, que não é inocente no caso, será a única punida e jogará novamente a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
- Futebol Feminino. Mesmo com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o Campeonato Brasileiro de Futebol feminino também terminou em confusão. Árbitros se queixam de não terem recebido pagamentos e o balanço financeiro de alguns jogos ainda não foram feitos.