Luiz Mendes

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Deixa que eu chuto

Perfil: Graduado em Jornalismo pela Faculdade Maurício de Nassau. Começou a carreira trabalhando em rádio e atualmente é editor de esportes do LeiaJá

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O campeonato dos 7 a 1

Luiz Mendes, | seg, 28/07/2014 - 09:18
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Ao contrário do que a cúpula da CBF teima em afirmar, a goleada sofrida pela seleção brasileira, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, não foi um acidente. Cada gol alemão equivale a dezenas de problemas que está há anos arrastando o futebol brasileiro para um poço que parece não ter fundo.

Uma dessas celeumas é o capenga Campeonato Brasileiro. De um nível técnico sete vezes menor do que as principais ligas europeias, com um média de público que não está entre as dez maiores do mundo e clubes que não são nem de longe o que já foram um dia.

Um time minimamente organizado e com um planejamento de médio prazo tem uma vantagem de léguas sobre qualquer outro oponente. É o caso do Cruzeiro, atual campeão brasileiro, que na 12ª rodada já tem cinco pontos de vantagem para o segundo colocado e já demonstra totais condições de levar o título para Minas Gerais mais uma vez.

 Mas o time mineiro é uma exceção. Regra são clubes como o Flamengo, que recebe a maior verba por conta dos direitos de transmissões dos jogos e não consegue reverter isso em qualidade para o time. Há anos vive um namoro com Série B e aumenta suas dívidas de forma vertiginosa. 

A realidade de grande parte dos clubes da primeira divisão se parece com a do Botafogo, que caiu no ridículo. Enquanto o presidente ameaça retirar o time da competição, caso não tenha os recursos desbloqueados por conta de dívidas, os jogadores do time carioca entram em campo com uma faixa cobrando cinco meses de salários atrasados. Qual profissional consegue trabalhar desta forma?

Os jogos, de uma forma geral são péssimos, assim como o horário em que são realizados. E o pior, estamos nos acostumando com isso. Começamos a achar normal partidas ruins. Um embate onde tenha menos de 30 faltas marcadas já recebe a alcunha de um jogo limpo, onde a bola pode rolar. Partidas onde a correria, a força e um suposto talento tupiniquim resolvem tudo. Para o inferno sistemas táticos e padrão de jogo. Para quê planejamento? Somos um grande celeiro de treinadores defasados. Se hoje um não está resolvendo, se busca no mercado um de qualidade semelhante que não mudará muita coisa.

O futebol brasileiro é medíocre. Basta ver quando jogadores experientes resolvem voltar a jogar na terra natal. Mesmo envelhecidos e atuando abaixo daquilo que já apresentaram no passado, jogam bem mais do que qualquer jovem promessas que recebem o nome de craque antes de completarem um ano atuando como profissional.

Os 7 a 1 não foram acidente. Foram, e ainda será, consequência.

3 dentro

- Sport. O Leão da Ilha do Retiro desponta na Série A e surpreende aqueles que não tinham muitas esperanças na atuação do time na elite do futebol nacional. A torcida vislumbra algo maior do que o atual 5º lugar na tabela e lamenta não ter jogadores mais qualificados para conseguir isto. Eduardo Baptista mostra que os títulos conseguidos no primeiro semestre foram os primeiros passos de uma carreira promissora.

- Kaká. Pena que o melhor jogador do mundo em 1997 só passará cinco meses no Brasil. Com um nível técnico bem acima da maioria dos jogadores do país, vê-lo em campo é quase um Oasis em meio a um deserto de qualidade.

- Diego Costa. O atacante espanhol, que um dia já foi brasileiro, estreou bem com a camisa de seu novo clube. O atleta foi auto de um dos gols do Chelsea contra o fraco Olimpija Ljubljana, da Eslovênia.

3 fora

- Palmeiras. Além de viver uma grave crise técnica e financeira no ano do seu centenário, o clube tem que conviver com a violência dos seus torcedores. Ontem, no primeiro clássico realizado no Itaqueirão, os palmeirenses foram responsáveis pelas cadeiras quebradas no novo estádio paulista.

- Dunga. Em entrevista ao programa Fantástico,da Rede Globo, o novo/velho treinador da seleção brasileira insistiu que o Brasil não precisa se modernizar no futebol e que o talento tupiniquim supera qualquer sistema de jogo adversário bem feito. De fato, a goleada contra a Alemanha não deixou ensinamentos.

- Santa Cruz. O time do Arruda voltou a sofrer com seu sistema defensivo lento e exposto. Os três gols tomados contra o Ceará mostram a fragilidade do setor. Peças precisam ser mudadas.

 

 

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