Com a nova Câmara, sob o comando de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a polêmica das pesquisas eleitorais voltou à ordem do dia e já se fala na reedição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Trata-se de uma boa oportunidade para oferecer à sociedade esclarecimentos sobre os métodos dessa atividade profissional e empresarial.
As pesquisas muitas vezes incomodam, porque sempre há alguém que em algum momento da carreira política estará em desvantagem. Por isso, os políticos gostam tanto das pesquisas, mas preferem que elas sejam apenas deles, manter as pesquisas apenas com eles.
Faz parte do processo democrático que o cidadão tenha o máximo possível de informações para sua tomada de decisão. Então, durante uma campanha eleitoral, há informações de todos os lados. Os veículos que noticiam os fatos da campanha, o próprio horário eleitoral gratuito dos candidatos, que também comunica os seus planos, comunica as suas estratégias de governo.
E a pesquisa é apenas mais uma informação no conjunto de todas a que o eleitor tem acesso durante o processo eleitoral. Mas a CPI pode colaborar para dirimir dúvidas técnicas, desmoralizar demagogias ressentidas ou mesmo solapar fantasias conspiratórias a respeito das sondagens de opinião.
A CPI pode vir mesmo a iluminar irregularidades de institutos inidôneos. Não será improvável, porém, que os mesmos demagogos e autoritários ameaçados por um debate inteligente sobre as pesquisas tentem subir ao palco dessa CPI.
Nas eleições passadas, institutos de pesquisa procuraram incrementar a precisão de seus levantamentos -e assim resguardar sua credibilidade e sua probidade- depois da polêmica acesa pela comparação entre os resultados das urnas e os das sondagens de intenção de voto.
O eleitor tem o direito de escolher em que acreditar. Qualquer tipo de dificuldade criada para se divulgar pesquisa - e pesquisa é informação - é um tipo de censura, é uma forma de tentar coibir a divulgação de notícias importantes para a população.
DISTRITÃO– A proposta do vice Michel Temer de instituir o distritão ganha corpo no Congresso. O PMDB está fechado com o modelo que acaba com o voto de legenda. Este tem sido uma vantagem para o PT, sigla com o dobro de simpatizantes do segundo colocado. No distritão serão eleitos os mais votados. As cúpulas do PP, PR e PTB aprovam. O ministro Gilberto Kassab (Cidades) garantiu o apoio do PSD.
O ministro da “sofrência” – Cantor, compositor e afinado violinista, o ex-ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), está fazendo o maior sucesso com o seu primeiro CD “Pra quem eu gosto”, produzido e dirigido pelo cantor Nando Cordel, com quem divide duas músicas. São dez composições, das quais oito de sua autoria, no estilo dor de cotovelo.
Polos reforçados – O prefeito Geraldo Júlio disse que teve uma preocupação especial no Carnaval deste ano em reforçar a programação em alguns polos próximos a Jaboatão, que decidiu não realizar a festa. Mesmo assim, segundo ele, polos tradicionais como o Recife Antigo, o mais procurado pelos foliões, tendem a sofrer uma grande invasão de foliões.
Invasão de turistas– O secretário de Turismo do Recife, Camilo Simões, revela que a cidade terá 63 polos no Carnaval, com cerca de duas mil atrações, garantindo o sucesso da festa. “Vamos realizar a festa mais democrática e animada do planeta”, disse Simões, adiantando que a previsão é de que 600 mil turistas visitem a cidade.
Frevo e frio– Com dinheiro escasso, o prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano (sem partido), não contratou nenhuma atração de fora para o Carnaval, mas o investimento nos artistas locais garantirá uma grande e animada festa para os que optarem em passar os quatro dias na cidade, que já está com 90% da sua capacidade hoteleira reservada.
CURTAS
CHANCE ZERO– Familiares de Eduardo e aliados do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio não acreditam na possibilidade de Renata Campos, viúva do ex-governador, vir entrar na disputa presidencial em 2018 como vice de Lula.
RECADO– Com a chegada do Carnaval, aberto oficialmente hoje, esta coluna só voltará a ser postada na quinta-feira pós reinado do frevo, até porque como acontece todos os anos, o próprio blog fica sem atualização nos quatro dias de folia.
Perguntar não ofende: No encontro de ontem com Dilma, Lula pediu para a presidente voltar a sorrir?