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O PT aposta no peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da máquina federal para reverter o fiasco da eleição de 2020, quando não conseguiu eleger prefeitos para nenhuma das 26 capitais brasileiras. O cenário, porém, é desafiador novamente: embora tenha nomes competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera as pesquisas eleitorais ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que o partido encontra de formar novas lideranças.

Ao mesmo tempo, pré-candidatos apoiados pela sigla, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes (PSD-RJ), estão na frente em São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores colégios eleitorais, mesmo caso de João Campos (PSB-PE) no Recife.

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O partido caminha para apoiar Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba (PR) e Marcus Alexandre (MDB-AC) em Rio Branco (AC) - este último deixou o PT sob o argumento de trabalhar na Justiça Eleitoral, mas meses depois se filiou ao MDB para disputar a eleição. Ambos também lideram nas respectivas cidades, de acordo com dados do agregador de pesquisas produzido pelo Ipespe e divulgado pela CNN Brasil no final do ano passado.

O PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de partidos da base do governo Lula.

A disputa mais acirrada é em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria 15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD), conforme o agregador. Ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, ela é filha do ex-prefeito Davi Accorsi, que governou a capital goiana nos anos 90.

O cenário eleitoral pode ficar ainda mais favorável à petista, pois ela negocia para Cardoso desistir de se candidatar e o PSD apoiá-la. A exemplo de petistas em outras capitais, Accorsi quer formar uma frente ampla de partidos. "De fato iniciamos um diálogo sobre o processo eleitoral em Goiânia, mas ainda muito inicial. Seguimos com as pré-candidaturas, mas acredito que devemos construir uma frente ampla para cuidar da cidade", disse ela sobre a possível aliança com o senador.

Coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirma que, embora o partido deseje administrar várias capitais, há outros objetivos em jogo, como projetar novos nomes e lideranças na sigla.

Para o cientista político Rodrigo Prando, o PT sempre buscou uma hegemonia no campo da esquerda, mas dessa vez há a leitura que é melhor apoiar outros partidos quando não houver petistas competitivos para não perder espaço para a direita nas prefeituras.

"O PT tem uma enorme dependência de Lula, de seu carisma e força política e eleitoral e isso, de certa forma, atrapalhou o surgimento de novas lideranças no partido. Quando alguém desponta com capacidade de renovar e liderar o partido, há 'fogo amigo' de inúmeras alas do PT", diz o professor do Mackenzie.

Lula adotará cautela em cidades com mais de uma candidatura da base governista

O PT prevê que Lula será ativo e estará no palanque dos candidatos, sejam eles petistas ou aliados de outras siglas. A exceção serão as capitais onde partidos da base do governo tenham mais de um candidato. O presidente disse que nestes casos não pode ser "acintoso" no apoio a um dos nomes.

"Eu não vou me jogar para criar conflito. Eu tenho que saber que sou o presidente e que eu tenho que fazer um jogo mais ou menos acertado para que não traga problema depois, quando terminar as eleições, aqui no Congresso Nacional", disse Lula em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA), na terça-feira, 23.

A regra não se aplica a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos mesmo com as pré-candidaturas de Tabata Amaral (PSB-SP) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), cujos partidos fazem parte do governo.

Em Belo Horizonte, a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) divide espaço com a do prefeito Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula contra Bolsonaro, e a da também deputada Duda Salabert (PDT), além da federação PSOL-Rede, que também terá candidato.

Segundo pesquisa AtlasIntel realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, o bolsonarista Bruno Engler (PL), atualmente deputado estadual, lidera a corrida na capital mineira com 31,4%, seguido de Correia, com 21%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

"A expectativa é que a gente tenha um apoio do presidente Lula, compreendendo isso que ele tem dito (sobre os partidos da base)", disse o candidato do PT belo-horizontino. "Quem representa o governo Lula e o enfrentamento ao bolsonarismo é a minha candidatura", acrescentou.

A disputa contra o bolsonarismo também é a tônica da eleição em Porto Alegre (RS) na visão de Maria do Rosário (PT), deputada federal e pré-candidata do PT na cidade. Ela diz que o prefeito Sebastião Melo (MDB) aderiu ao bolsonarismo, assim como o vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) que se filiou ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O presidente vai ajudar, mas quem tem que mostrar competência para ganhar a eleição é quem é candidato", disse a petista. Ela aparece com 26%, contra 33% de Melo no agregador do Ipespe. Como é tradição na capital gaúcha, a esquerda não está unida, pois Juliana Brizola (PDT) também é candidata.

Diferente de 2023, onde priorizou viagens ao exterior, Lula direcionará o foco para viagens domésticas com o objetivo de divulgar ações de seu governo e tentar impulsionar as candidaturas locais. No primeiro giro, ele focou no Nordeste, onde passou por Bahia e Pernambuco, antes de chegar a Fortaleza (CE).

A capital cearense é um dos poucos locais onde há disputa interna no PT. A deputada Luizianne Lins, que governou a cidade por dois mandatos, disputa a indicação com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Luizianne foi barrada de subir ao palco no evento com Lula, enquanto Leitão esteve ao lado do presidente.

Na pesquisa AtlasIntel, o presidente da Alece está em terceiro lugar, com 14,2%, atrás do prefeito José Sarto (PDT), com 25,6%, e Capitão Wagner (União), que tem 28,6%. A margem é de 3 pontos percentuais. A pesquisa não testou o nome de Luizianne Lins, mas a deputada aparece em segundo lugar no agregador do Ipespe, com 21% contra 33% de Wagner.

"Caso eu não venha a ser o escolhido, eu irei não só empunhar bandeira, mas pedir voto para aquele que for escolhido dentro do meu partido, porque sou uma pessoa que acredito em projeto, não acredito apenas em pessoas", disse Leitão em entrevista ao jornal O Povo na terça-feira, 23. O Estadão não conseguiu falar com Luizianne Lins em mais de uma ocasião porque, segundo a assessoria, ela cumpria agendas no interior do Ceará.

Entre os nomes que se colocam como presidenciáveis, o do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) vem chamando a atenção desde que entrou no páreo para a disputa. O destaque é notório seja pelos seus discursos polêmicos ou pela consolidação do segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como candidato, e até mesmo a liderança, nos cenários sem o petista. 

Contudo, apesar do eleitorado cativo e desta aparente força política, Bolsonaro deverá enfrentar dificuldades para atingir o eleitor médio e conquistar o pleito. De acordo com o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, o pré-candidato atingiu o teto eleitoral - entre 16% e 20% de intenções de voto -, mas não tem chances de ser eleito. “Só se ocorrer uma falência por completo do candidato do PSDB ou do governo”, ressaltou o estudioso.

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“Bolsonaro é um candidato que representa a ordem, o enfrentamento a criminalidade e representa parcelas de um certo conservadorismo. Vem mantendo o seu discurso, que agrada ao seu eleitorado, mas isso não significa que vai conseguir conquistar a outra parcela essencial [de eleitores], em virtude de suas ideias. Ele está no teto [de intenções de votos] não cresce mais que isso”, completou Oliveira.

Mesmo com tal dificuldade, o também cientista político Antônio Henrique Lucena observou o cenário com um contraponto e ponderou que o deputado federal “pode ter atingido o teto” para o primeiro turno, “mas é preciso ver como se comporta para um segundo turno”. 

“Bolsonaro consegue abarcar boa parte desse eleitorado que quer uma política mais dura de segurança, é contra tudo o que está aí, consegue mobilizar uma boa parte do eleitorado, mas para conseguir atingir a vitória eleitoral precisa calibrar o seu discurso para atingir o eleitor mediano. Não sei se ele vai fazer isso, mas recentemente afrouxou um pouco o discurso, principalmente no campo econômico, como forma de atrair mais eleitores para sua candidatura. Isso deve ser influência do Paulo Guedes, que ele contratou para a equipe econômica”, avaliou o estudioso. 

Ainda assim, Antônio Henrique salientou que o presidenciável, mesmo já sendo detentor de sete mandatos, é “considerado [por eleitores] uma espécie de outsider por não estar envolvido nessas tramoias” e isso pode pesar na balança favorável a ele, principalmente porque o cientista acredita ser “improvável que Lula seja candidato”. 

“É possível sim que Bolsonaro consiga se eleger presidente, tudo é possível, principalmente se o candidato [opositor] for débil. Porém, quando a campanha eleitoral efetivamente começa, e a máquina começa a moer, pode ser que o nanico do PSL não consiga se desenvolver muito bem”, considerou especialista.

Entre sucessos e obstáculos, em meio às projeções políticas, as pesquisas eleitorais durante o período oficial de campanha devem dar um panorama mais amplo das chances do presidenciável. 

Em meio a tanta gente querendo ser presidente do Brasil, nada mais natural que uma onda de pesquisas chegue todo dia aos nossos ouvidos. Na mais recente o deputado Jair Bolsonaro é o pré-candidato à Presidência da República que mais se destacou no levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre intenção de votos dos eleitores fluminenses. Foram vários os questionamentos colocados na pesquisa. No cenário em que os ouvidos na pesquisa tinham também como opção o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parlamentar do PSL alcançou 25,1% da preferência, enquanto o petista ficou em segundo lugar, com 21,5% — um empate técnico, levando em consideração a margem de erro de 2,5% para os resultados gerais. Ao todo, foram ouvidos 1.850 eleitores em 44 municípios do Estado do Rio, divididos em grupos por sexo, faixa etária a partir de 16 anos, grau de escolaridade e nível econômico. As entrevistas aconteceram entre os dias 4 e 9 de maio deste ano, período em que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa ainda não havia decidido se participaria ou não do pleito em outubro, aparecendo, por isso, nos vários cenários expostos pelo instituto.  

Qual o motivo?

Pré-candidato a presidente pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) faltou a todos os debates promovidos até aqui por entidades de classe e veículos de comunicação.

Resposta

Os mais próximos dizem que ele teme em precipitar desgaste de imagem ao ser comparado com adversários. Assessores do presidenciável dizem que ele prefere comparecer apenas a entrevistas. Estratégia será reavaliada com a aproximação das eleições.

Ciro quer o PSB

Enquanto as tratativas para uma aliança do PDT e PSB em torno do nome do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para a sucessão presidencial avançam, os pedetistas iniciaram uma articulação para atrair também para a chapa, o PCdoB, que lançou como pré-candidata a deputada estadual Manuela D’Ávila (RS).

Motivos de sobra

Segundo melhor colocado nas pesquisas de intenção de votos entre os partidos de oposição ao governo de Michel Temer, a estratégia de Ciro é sair na dianteira na formação de uma frente que pretende reunir as legendas de esquerda ou pelo menos parte delas já no 1º turno. 

Sem dinheiro

A falta de pagamento aos músicos e agremiações, além da inconsistência na prestação de contas do carnaval de 2018, serão temas da audiência pública, nesta segunda-feira (14/5), promovida pela Câmara Municipal de Olinda.

Justificando

No dia 24 de abril passado, a Câmara Municipal de Olinda devolveu, por inconsistência nas informações, a prestação das contas referentes ao Carnaval de 2018, enviada pela Secretaria de Turismo. O ofício de devolução, encaminhado ao prefeito Lupércio Carlos do Nascimento, foi aprovado por unanimidade por estar “incompleto quanto a descrição e detalhamento das despesas conforme apresenta a Lei 5927/2015”, a conhecida Lei do Carnaval.

Documento

“O documento de prestação de contas do Carnaval tem um total 16 páginas e em 14 páginas apenas relaciona itens de despesas, sem descriminar valores, apenas o total de R$ 8.075.345,00, trata-se uma peça inconsistente e incompleta”, disse o vereador Jorge Federal, presidente da Câmara de Olinda. 

Determinação

“A Lei do Carnaval no seu artigo 50 determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma detalhada, inclusive citando as despesas ainda pendentes de pagamento e isto não aconteceu, isso compromete uma avaliação correta”, completou a vereadora Graça Fonseca, integrante da Comissão de Legislação, Justiça e Redação.

Rejeitadas

As despesas e receitas do Carnaval de 2017, também rejeitadas pela Câmara de Olinda, estão sendo alvo de uma Tomada de Contas Especial pelo TCE.

A política continua suja no país

Vejam vocês caros leitores, durante entrevista concedida à Rádio Cultura, em Caruaru, nesta sexta-feira passada, o deputado estadual Tony Gel (MDB) recebeu a recebeu a visita inesperada do ex-prefeito José Queiroz (PDT). Adversários históricos na capital do Agreste as duas lideranças políticas vivem um novo momento; ambos são aliados ao governador Paulo Câmara.

Honraria

Tony Gel disse ter ficado “muito honrado” pela visita e teceu elogios ao governo Queiroz. “Ninguém é prefeito quatro vezes de uma cidade da importância de Caruaru por acaso”, defendeu. O parlamentar aproveitou a ocasião para fazer uma análise sobre as divergências que teve com o ex-prefeito em momentos anteriores.

Amigos

O deputado ainda falou sobre as arestas de outrora: “Se nós formos fazer uma análise sobre algumas coisas do passado, nós temos até que pedir desculpas. Tanto eu quanto Queiroz, em dados momentos, quando nos exaltamos, quando falamos determinadas coisas que não levam a nada. A idade da maturidade leva a isso”, relatou.

Ao menos uma boa notícia

Mesmo a economia dando sinais de melhora, em função da recuperação, os empresários pernambucanos estão menos otimistas. É o que revela os dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), sobre o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do mês de abril. Segundo a pesquisa, o ICEI caiu 0,6 ponto entre março e abril de 2018, ficando estável em relação ao mês anterior.

Estudo

Com a queda pelo segundo mês consecutivo, o ICEI do Estado alcançou 55,1 pontos. Apesar da baixa, a confiança do empresário pernambucano não apresenta grandes variações com relação a sua tendência histórica. Além disso, por estar acima dos 50,0 pontos, continua a indicar otimismo. O ICEI encontra-se 1,8 ponto acima do registrado em abril de 2017.  

Menor expectativa

A queda do ICEI pernambucano deve-se principalmente às expectativas menos otimistas. O índice de Expectativas caiu 2,9 pontos na comparação com março de 2018 e atingiu 56,7 pontos no estado. O índice é 0,2 ponto superior ao registrado em abril de 2017. Os subcomponentes desse índice que mensuram as expectativas com relação à economia brasileira, ao estado e à empresa também apresentaram bom desempenho este mês com relação ao mês anterior e ao mesmo período de 2017. 

Comparando

O índice de Condições Atuais registrou um amento de 3,2 pontos em relação ao mês anterior e marcou 51,8 pontos em Pernambuco. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o índice apresentou melhora de 6,0 pontos. Os subcomponentes desse índice que avaliam as condições atuais com relação à economia brasileira (52,9), à empresa (52,0) e ao estado (50,3) aumentaram com relação ao mês anterior, ultrapassando a linha dos 50 pontos, indicando que o empresário percebe melhora das condições correntes de Pernambuco.

A comissão especial que discute reforma política no Senado adiou para o segundo semestre a votação de uma proposta da emenda constitucional (PEC) que proibiria a divulgação de pesquisas eleitorais nas vésperas da eleição. O texto apresentado pelo relator da comissão, senador Romero Jucá (PMDB-RR), nesta terça-feira, 14, falava em vetar levantamentos durante os sete dias que antecedem o pleito.

Apesar de a maioria dos presentes demonstrar ser a favor da proposta, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) argumentou que uma semana sem pesquisas era muito tempo e que a medida poderia ser vista como censura ao direito à informação. Para o peemedebista, uma proposta "mais realista" seria proibir a divulgação de pesquisas nas 48 horas antes da eleição.

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"Para enfrentar os questionamentos de que estamos optando pela censura e falta de liberdade de informação e divulgação, apenas quero ficar em paz com a minha consciência de que busquei um caminho mais realista frente ao questionamento da mordaça", disse Garibaldi.

Mesmo diante da argumentação do peemedebista, diversos parlamentares voltaram a afirmar que muitos institutos manipulavam as informações e que os levantamentos influenciavam o resultado das votações. "Por que estamos preocupados com as pesquisas? Estamos preocupados com as pesquisas porque elas influem, sim, no voto. Eu já fui tirada de uma eleição por manipulação de pesquisa", disse a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP).

Diante da discussão, Jucá sugeriu adiar a discussão do tema e disse que iria consultar juristas e ministros do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal para tentar "aperfeiçoar" a proposta.

Financiamento de campanha

 

Outro assunto polêmico, as regras para o financiamento de campanhas, também foi deixado para agosto. A ideia é aguardar que a Câmara encerre a votação sobre o tema, o que deve acontecer até o fim da semana.

Na reunião desta terça, os senadores aprovaram três propostas. A principal delas trata da distribuição do tempo de propaganda em cadeia de rádio e TV. Do total, 5% seriam divididos igualmente entre todos os partidos com registro no TSE e os outros 95% de acordo com o tamanho da bancadas das siglas na Câmara. Outro projeto flexibiliza as regras durante a pré-campanha, para que o futuro candidato possa dizer que vai disputar as eleições sem ser punido pela Justiça Eleitoral.

A reunião desta terça foi a última da comissão antes do recesso parlamentar. A ideia é que parte das 13 propostas já aprovadas pelo colegiado sejam apreciadas até sexta-feira, 17, pelo plenário do Senado.

O deputado Ricardo Ramos (PP-PR) entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados a fim de investigar as pesquisas eleitorais no País.

O pedido acontece depois de o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitar a abertura da CPI. No dia 4 de março, Cunha decidiu acatar o pedido de criação de outras três CPIs, mas rejeitou criar uma comissão para investigar a divulgação das pesquisas desde 2000. Segundo o parlamentar, a negativa se deu por não haver fato determinado, critério básico para a instalação de uma CPI.

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De acordo com Ramos, o objetivo é "investigar a metodologia de elaboração de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições, a partir do processo eleitoral de 2000, para examinar discrepâncias, contradições, distorções, erros e falhas verificados". Entre as justificativas apontadas pelo deputado estão "as discrepâncias verificadas pelos diversos institutos de pesquisas".

Na ação apresentada ao Supremo, Barros sustenta que o pedido de abertura da CPI preenche os requisitos previstos na Constituição Federal para sua aceitação: assinatura de pelo menos um terço dos membros da Câmara para a apuração de fato determinado e por prazo certo.

A ação foi protocolada no STF na última terça, 17, e está sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, que ainda vai analisar o mandado apresentado pelo parlamentar.

Com a nova Câmara, sob o comando de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a polêmica das pesquisas eleitorais voltou à ordem do dia e já se fala na reedição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Trata-se de uma boa oportunidade para oferecer à sociedade esclarecimentos sobre os métodos dessa atividade profissional e empresarial.

As pesquisas muitas vezes incomodam, porque sempre há alguém que em algum momento da carreira política estará em desvantagem. Por isso, os políticos gostam tanto das pesquisas, mas preferem que elas sejam apenas deles, manter as pesquisas apenas com eles.

Faz parte do processo democrático que o cidadão tenha o máximo possível de informações para sua tomada de decisão. Então, durante uma campanha eleitoral, há informações de todos os lados. Os veículos que noticiam os fatos da campanha, o próprio horário eleitoral gratuito dos candidatos, que também comunica os seus planos, comunica as suas estratégias de governo.

E a pesquisa é apenas mais uma informação no conjunto de todas a que o eleitor tem acesso durante o processo eleitoral. Mas a CPI pode colaborar para dirimir dúvidas técnicas, desmoralizar demagogias ressentidas ou mesmo solapar fantasias conspiratórias a respeito das sondagens de opinião.

A CPI pode vir mesmo a iluminar irregularidades de institutos inidôneos. Não será improvável, porém, que os mesmos demagogos e autoritários ameaçados por um debate inteligente sobre as pesquisas tentem subir ao palco dessa CPI.

Nas eleições passadas, institutos de pesquisa procuraram incrementar a precisão de seus levantamentos -e assim resguardar sua credibilidade e sua probidade- depois da polêmica acesa pela comparação entre os resultados das urnas e os das sondagens de intenção de voto.

O eleitor tem o direito de escolher em que acreditar. Qualquer tipo de dificuldade criada para se divulgar pesquisa - e pesquisa é informação - é um tipo de censura, é uma forma de tentar coibir a divulgação de notícias importantes para a população.

DISTRITÃO– A proposta do vice Michel Temer de instituir o distritão ganha corpo no Congresso. O PMDB está fechado com o modelo que acaba com o voto de legenda. Este tem sido uma vantagem para o PT, sigla com o dobro de simpatizantes do segundo colocado. No distritão serão eleitos os mais votados. As cúpulas do PP, PR e PTB aprovam. O ministro Gilberto Kassab (Cidades) garantiu o apoio do PSD.

O ministro da “sofrência”Cantor, compositor e afinado violinista, o ex-ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), está fazendo o maior sucesso com o seu primeiro CD “Pra quem eu gosto”, produzido e dirigido pelo cantor Nando Cordel, com quem divide duas músicas. São dez composições, das quais oito de sua autoria, no estilo dor de cotovelo.

Polos reforçadosO prefeito Geraldo Júlio disse que teve uma preocupação especial no Carnaval deste ano em reforçar a programação em alguns polos próximos a Jaboatão, que decidiu não realizar a festa. Mesmo assim, segundo ele, polos tradicionais como o Recife Antigo, o mais procurado pelos foliões, tendem a sofrer uma grande invasão de foliões.

Invasão de turistasO secretário de Turismo do Recife, Camilo Simões, revela que a cidade terá 63 polos no Carnaval, com cerca de duas mil atrações, garantindo o sucesso da festa. “Vamos realizar a festa mais democrática e animada do planeta”, disse Simões, adiantando que a previsão é de que 600 mil turistas visitem a cidade.

Frevo e frio– Com dinheiro escasso, o prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano (sem partido), não contratou nenhuma atração de fora para o Carnaval, mas o investimento nos artistas locais garantirá uma grande e animada festa para os que optarem em passar os quatro dias na cidade, que já está com 90% da sua capacidade hoteleira reservada. 

CURTAS

CHANCE ZERO Familiares de Eduardo e aliados do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio não acreditam na possibilidade de Renata Campos, viúva do ex-governador, vir entrar na disputa presidencial em 2018 como vice de Lula.

RECADO Com a chegada do Carnaval, aberto oficialmente hoje, esta coluna só voltará a ser postada na quinta-feira pós reinado do frevo, até porque como acontece todos os anos, o próprio blog fica sem atualização nos quatro dias de folia.

Perguntar não ofende: No encontro de ontem com Dilma, Lula pediu para a presidente voltar a sorrir?

Foi protocolado na tarde desta segunda-feira, 2, o primeiro requerimento de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. O deputado Ricardo Barros (PP-PR) encaminhou um pedido para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições, a partir do pleito eleitoral de 2000.

No requerimento, o parlamentar defende que a CPI aprofunde as investigações sobre a qualidade e confiabilidade da metodologia de amostragem, da coleta de dados, da análise e avaliação dos resultados. O objetivo é verificar possíveis manipulações das intenções de voto dos entrevistados.

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Para o requerimento ser aceito são necessários 171 assinaturas de parlamentares. O pedido de criação da CPI das Pesquisas Eleitorais ainda está na fase de conferência das assinaturas.

O Instituto Vox Populi registrou nesta terça-feira (21), uma pesquisa de boca de urna sobre a corrida presidencial. Contratado pela campanha de Dilma Rousseff, o levantamento vai ouvir 6.800 pessoas em 26 de outubro, dia da votação.

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número 01223/2014, tem margem de erro de 1,2 ponto porcentual e nível de confiança de 95%. Com a proibição de divulgação dos resultados antes das 20h de domingo, quando que termina a votação no Acre, o Ibope decidiu não fazer pesquisa nacional de boca de urna. O Datafolha já não havia feito esse tipo de levantamento no primeiro turno.

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Até domingo, pelo menos seis pesquisas nacionais devem ser divulgadas. Em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo e a Rede Globo, o Ibope divulga um levantamento nesta quinta-feira, 23, às 18h. O instituto vai ouvir 3.010 eleitores e o número do registro é BR-01168/2014. O Ibope também divulgará um levantamento no sábado, véspera da eleição. O registro é BR-01195/2014.

O Datafolha também vai a campo nesta quinta-feira e deve divulgar pesquisa no fim do dia. A previsão é de 9.978 eleitores entrevistados. O número de protocolo é BR-01162/2014. O instituto, assim como o Ibope, também divulgará uma pesquisa no sábado, sob o registro BR-01210/2014.

Além da pesquisa de boca de urna contratada pela campanha de Dilma, o Vox Populi tem outra pesquisa a ser feita e divulgada no sábado, com 2000 eleitores. Esta foi contratada pela Rede Record e registrada sob o número BR-01185/2014.

O TSE recebeu ainda o registro de sondagem a ser feita pelo Instituto Sensus, com coleta prevista entre terça e sexta-feira. Com 2 mil entrevistas, a pesquisa deve ser divulgada pela revista IstoÉ, a partir de sexta. O protocolo é BR-01166/2014.

Ontem, o instituto MDA registrou um levantamento encomendado pela Confederação Nacional do Transporte. A pesquisa será feita nos dias 23 e 24 de outubro, próximas quinta e sexta-feira. A divulgação está prevista para o sábado, véspera da votação. O instituto vai ouvir 2002 eleitores e o levantamento foi registrado sob o número 01199/2014.

O Ibope divulga ainda levantamentos nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá Rondônia, Roraima, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro.

O vice-prefeito de Porto Alegre e coordenador geral da campanha de José Ivo Sartori (PMDB) ao governo do Rio Grande do Sul, Sebastião Melo, criticou as pesquisas divulgadas por diferentes institutos nós últimos dias, que deram um resultado diferente do revelado neste domingo nas urnas. "Em véspera de eleição, os institutos têm que ter mais cuidado", disse.

Melo citou uma pesquisa Ibope de três dias atrás, que apontou Sartori com 20% das intenções de voto, e a boca de urna, também do Ibope, que atribuiu 29% para o candidato do PMDB. Com mais de 80% das urnas apuradas, ele lidera a disputa com 40%, à frente de Tarso Genro (PT) e Ana Amélia Lemos (PP).

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O coordenador de campanha também disse que, apesar do resultado positivo, o momento é de humildade. "É só uma primeira etapa", falou. Segundo ele, o jeito simples de Sartori permitiu uma conexão com os gaúchos. Ele também afirmou que os ataques e brigas entre Ana Amélia e Tarso ajudaram. Sobre o segundo turno, que disputará com Tarso, Melo disse que Sartori quer o voto de "todos os gaúchos que desejam mudança".

Em meio ao sermão de Dom Magnus, bispo da Diocese de Salgueiro, na Missa do Vaqueiro, ontem, no Parque das Lages, em Serrita, a 550 km do Recife, um assunto corria solto e atraia muito mais a atenção dos políticos presentes: as próximas pesquisas na corrida estadual. O Ibope, contratado pela TV-Globo, traz quarta ou quinta o seu primeiro levantamento.

No fim de semana, provavelmente no sábado, o JC publica números do Instituto Maurício Nassau. É evidente que ambos os levantamentos trarão novidades em relação ao Opinião, porque o campo está muito mais atualizado.

E a medida que a campanha avança e o tempo passa os cenários vão se alterando, criando a possibilidade de sinalizar para uma tendência do eleitor. Mudança para valer, entretanto, se vier a ocorrer, somente se observará a partir do final de agosto, quando já teremos praticamente 15 dias de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

As próximas pesquisas, embora sejam importantes, mostrarão apenas uma radiografia do momento eleitoral, sem impactos. O grande impacto se dá quando o eleitor se ligar no processo eleitoral.

Queira ou não, o eleitor brasileiro – e o pernambucano não foge à regra – ainda está assimilando a grande frustração pela perda da Copa do Mundo, quando o Brasil levou uma sova da Alemanha que entrou para à história.

É a propaganda na tevê que fará esta mudança, não o guia eleitoral em sim, mas a influência das inserções de 30 segundos no horário nobre e ao longo do dia em toda programação das mais variadas emissoras abertas.

VAI PEGAR FOGO! – Muitas vezes, os políticos são obrigados a cair em saia justa. Ontem, em Serrita, Armando Monteiro e Paulo Câmara, que polarizam a corrida estadual, ficaram praticamente lado a lado, no mesmo ambiente em que transcorreu a Missa do Vaqueiro. Mas fizeram, entretanto, questão de demonstrar que o termômetro da campanha vai aumentar, porque nenhum se esforçou em sair do seu lugar e cumprimentar o outro.

E tome sol na cara! – Sem acesso ao local da missa, restrito aos artistas e vaqueiros, o governador João Lyra Neto e os candidatos a governador e senador, tanto da Frente Popular quanto da oposição, torraram, literalmente, no sol escaldante do Sertão, ontem, de 10 ao meio dia, em Serrita. Preocupado, Câmara tomou um banho de protetor enquanto Armando pegou carona num chapéu de palha de um aliado.

Surpresa - O ex-presidente do PFL e ministro do TCU José Jorge está surpreso com a versão de que cedeu a pressões do PT para livrar a presidente Dilma do caso Pasadena. Ele garante: “Não fui procurado por ninguém, nem do governo nem da oposição”.

A Diana– Sem candidato a governador declarado ainda, o prefeito de Serrita, Carlos Cecílio (PSD), deu uma de Diana, ontem, como anfitrião da Missa do Vaqueiro. Bateu continência para o candidato da Frente Popular, Paulo Câmara, e depois ternurou o trabalhista Armando Monteiro. Cecílio adotou o muro como saída, embora não tenha cara de tucano.

Sabatina do PIB – Hoje, será a vez do candidato a governador pela Frente de Oposição, Armando Monteiro (PTB), passar por uma verdadeira sabatina com o PIB pernambucano em debate promovido pelo LIDE Empresarial, sob a coordenação do jornalista Drayton Nejaim Filho. Quatro jornalistas foram convidados, entre eles este blogueiro.

CURTAS

O primeiro– O candidato do PSB, Paulo Câmara, foi o primeiro a ser sabatinado pelo PIB pernambucano há 15 dias. O evento começa por volta das 20 horas num salão de eventos, em Boa Viagem. O evento é antecedido de um jantar muito bem organizado pelo LIDE.

ENGAJAMENTO – Na sua passagem pelo Sertão no fim de semana, o governador João Lyra Neto teve uma reunião política com nove prefeitos que atuam no Sertão Central. A palavra de ordem foi o engajamento total na campanha de Paulo Câmara.

Perguntar não ofende: Ibope e Maurício de Nassau vão trazer os mesmos números da corrida estadual?

A vinte e cinco dias para o início da exibição dos guias eleitorais e com os tempos de televisão e rádio já definidos pela Justiça, a preocupação das chapas majoritárias agora são as estratégias que serão usadas para atrair o eleitor quer seja em 10 ou um minuto de programa. De acordo com o analista político e coordenador de pesquisas do Instituto Maurício de Nassau (IPMN), Maurício Romão, a presença do candidato nos guias representa tem um “alto valor” para o processo eleitoral. 

“É um momento onde os candidatos podem conquistar adeptos e hoje em dias as campanhas são mais eletrônicas e menos corpo a corpo. A importância do guia é incontestável”, frisou. Relembrando dados das últimas pesquisas onde os candidatos a governador de Pernambuco aparecem com o índice de “parecido”, Romão alertou que a partir das aparições diárias na TV e no rádio o interesse da população pelo pleito eleitoral “em baixa desde junho de 2013” pode se tornar maior. 

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“Nas últimas pesquisas para governador os números são os mesmos, isto é decorrente da falta de interesse das pessoas, após tantos escândalos, pela política. O guia pode despertar o interesse dos eleitores”, previu o estudioso. 

A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, apesar de ter seis candidatos, é polarizada entre duas frentes. Uma delas, liderada pelo candidato Paulo Câmara (PSB), terá 10 minutos e 26 segundos durante o guia. A outra, comandada por Armando Monteiro (PTB), contabilizou 4 minutos e 56 segundos.  

“Quanto mais tempo, mais a pessoa tem condições de se apresentar e ter contato com o eleitor. Agora, não necessariamente o tempo maior signifique grandes conquistas”, frisou. Acrescentando, “Paulo tem mais da metade do tempo total, isto é importante para ele por estar atrás nas pesquisas e ser desconhecido pelas pessoas. Isso pode se refletir numa maior visibilidade e aceitação por parte do eleitorado”. 

Em contrapartida, segundo Romão a expressividade de Monteiro vai ser reforçada nos programas. “Prevemos que a tendência é uma disputa muito acirrada, Armando já circulou todo o estado e tem uma grande atuação política”, analisou. 

Questionado se em eleições anteriores o guia eleitoral influenciou nas pesquisas e no resultado das eleições, Maurício Romão afirmou que possivelmente sim. “Os índices podem ser modificados sim. Existem casos, às vezes, por desempenho do candidato (do candidato que estava com poucas intenções) ou falha (do que estava no primeiro lugar) novas intenções de votos podem nascer dos nulos e brancos ou migrar”, disse, citando como exemplos episódios locais e nacionais, entre eles o de Marina Silva (PSB), na disputa presidencial em 2010, Daniel Coelho (PSDB), na corrida pela Prefeitura do Recife em 2012, e Eduardo Campos (PSB), em 2006 quando pleiteou pela primeira vez o governo estadual. “Não necessariamente os candidatos ganharam, mas apresentaram outros percentuais em pesquisas após o início do guia eleitoral”, argumentou o estudioso.

As oscilações do mercado financeiro em torno de pesquisas eleitorais estão no radar da xerife do mercado de capitais brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O interesse pelas pesquisas lembra o movimento visto em 2002, durante o processo que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

A possibilidade de antecipação dos resultados dos levantamentos pelos investidores chama atenção, já que o índice Bovespa vem reagindo antes da hora a rumores que circulam pelas mesas de operações a respeito dos números das pesquisas.

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O comportamento dos mercados levanta discussões sobre duas práticas. A primeira seria o uso de dados ainda sigilosos para a compra ou venda de ativos, o que configuraria informação privilegiada, passível de punição pela CVM.

Além disso, é usual a contratação de pesquisas privadas por instituições financeiras para monitorar a situação dos candidatos, conforme disseram diversas fontes consultadas pelo Broadcast, que preferiram não se identificar. Um banco pode encomendar uma pesquisa para ficar pronta na véspera da divulgação de um levantamento público e, assim, antecipar o resultado e comprar ou vender ações antes de outros investidores.

Com custo elevado, estimado entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, a encomenda parte, geralmente, de bancos e grandes corretoras. A contratação privada é comum e não representa irregularidade, desde que não seja publicada sem registro. Mas o uso da informação para comprar ou vender ações antecipadamente é questionado pela CVM.

"O uso de informação de resultados de pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, antes de divulgação ao público, pode caracterizar prática não equitativa", alerta a CVM.

As sanções previstas vão desde a advertência até a proibição de atuação no mercado, informou a CVM por e-mail.

Pesquisas eleitorais têm de ser registradas no Tribunal Superior Eleitoral com no mínimo cinco dias de antecedência da publicação. Os rumores e as movimentações nos mercados por vezes começam com base em informação sobre o registro de determinada pesquisa no TSE, publicada no site do tribunal. A divulgação de levantamentos sem registro está sujeita A multa de R$ 53,2 mil até R$ 106,4 mil.

Cenário

A Bolsa, influenciada pelas ações de estatais, passou a reagir em alta quando existe a perspectiva de queda na intenção de voto na presidente Dilma Rousseff. Na visão de investidores, uma eventual mudança de governo seria favorável aos negócios por significar menor intervenção na economia.

Na eleição de 2002, a CVM decidiu estabelecer uma deliberação sobre o tema (n.º 443). "Havia muita volatilidade nos mercados e as pessoas aproveitavam para especular com as pesquisas", afirmou o advogado Luiz Leonardo Cantidiano, ex-presidente da CVM, responsável pelo estabelecimento das normas na época.

A CVM determinou que analistas, consultores, gestores de carteiras e companhias abertas precisam informar caso contratem pesquisas que não sejam apenas para seu conhecimento exclusivo. A comunicação tem de ser feita à CVM no prazo de 24 horas da contratação da pesquisa, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia de atraso.

Além disso, a norma estabelece que o uso de informações apuradas em pesquisas de opinião pública antes de sua divulgação pelos meios de comunicação pode configurar vantagem indevida, colocando os demais participantes do mercado em posição de desigualdade. Ou seja, pode cair na configuração de informação privilegiada.

Casos desse tipo já chegaram a ser alvos de investigação pela CVM. Em dezembro de 2002, a CVM abriu processo contra o Bank of America relacionado ao uso de pesquisas eleitorais para a obtenção de lucros. O processo foi arquivado no mesmo ano. Procurado, o Bank of America não comentou o assunto.

"A CVM deve olhar tudo que pode representar tentativa de vantagem e caberia a ela tentar organizar para evitar o uso de informação privilegiada ou manipulação", diz Cantidiano.

A influência das pesquisas nos mercados deve perdurar, conforme fontes, até as eleições. "Não me lembro desde a primeira disputa do Lula se falar tanto em política", diz um executivo de banco. Conforme um gestor, existe correlação de praticamente 100% entre Bovespa e pesquisas nos últimos 40 dias. "O mercado está com pouquíssima liquidez, e oscilando ao sabor das pesquisas eleitorais", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vinte e nove solicitações de registro de pesquisas eleitorais feitos por empresas e entidades especializadas nesse tipo de serviço já foram recebidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deste total , seis pedidos são para levantamentos de âmbito nacional e 23 para pesquisas sobre eleições estaduais.

As solicitações obedecem à nova norma do tribunal, que estabeleceu a necessidade de comunicação prévia para os levantamentos este ano. As pesquisas têm de seguir critérios científicos, que incluem amostragem mínima, segmentação dos entrevistados e metodologia, entre outras coisas. As chamadas sondagens ou enquetes, que não obedecem a esse tipo de critério, estão proibidas este ano.

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A resolução do TSE permite que os institutos utilizem equipamentos eletrônicos como tablets e similares, mas estabelece que eles podem ser submetidos a auditoria dos técnicos do tribunal a qualquer momento. As pesquisas poderão ser divulgadas até um dia antes das eleições, exceto as de boca de urna, que só poderão ser veiculadas após o término da votação.

O TSE pode realizar os registros de pesquisas eleitorais em caso de levantamentos de opinião pública sobre os candidatos à Presidência da República, e nos tribunais regionais eleitorais, no caso das candidaturas para o Senado, a Câmara dos Deputados e os governos estaduais. A divulgação de informações de pesquisas não registradas pode acarretar multa de até R$ 106 mil.



Recomendo aos atores políticos, analistas e estrategistas que rememorem as suas respectivas previsões eleitorais feitas durante este ano. Relembro algumas delas, as quais estão fortemente arraigadas na minha memória, já que elas foram repetidas por várias vezes: 1) Dilma será eleita no primeiro turno com facilidade; 2) Dilma não vencerá a eleição de 2014. Este prognóstico foi feito após as manifestações de junho de 2013; 3) A aliança Eduardo e Marina fará com que Eduardo cresça eleitoralmente.

Todas as previsões apresentadas foram construídas com base nos dados advindos de pesquisas e no calor das emoções. A emoção, como bem alerta o neurocientista Antonio Damásio, incentiva à ação. Talvez sem ela haja a possibilidade de não alcançarmos o que desejamos. Por outro lado, estes mesmos sentimentos podem nos conduzir para ações equivocadas. E previsões equivocadas nascem de interpretações apaixonadas das pesquisas eleitorais e das conjunturas presentes e vindouras.

O crescimento econômico nos dois anos iniciais do governo Dilma foi baixo. Mas, neste período, ela liderou as pesquisas de intenções de voto e conquistou alto porcentual de aprovação. O bom desempenho de Dilma entre os eleitores em períodos de baixo crescimento econômico emitia sinais de que o bem-estar econômico não explica de modo satisfatório as escolhas dos eleitores. Sentimentos importam para eles. Portanto, as pesquisas mostravam, inclusive as qualitativas, que eleitores admiravam Dilma e tinha expectativas positivas quanto ao seu desempenho.

Após as manifestações de junho de 2013, o desempenho eleitoral de Dilma sofreu hecatombe. Várias teorias, sem respaldo empírico, surgiram para explicar as causas das manifestações. Os fenômenos ocorridos em junho de 2013 foram ocasionados em razão do aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. No dia 20/06/2013 várias manifestações aconteceram em diversas cidades, onde os manifestantes foram às ruas reclamar, majoritariamente, do aumento da tarifa do transporte público e da corrupção pública.

Antes do dia 20/06, vários gestores do Brasil anunciaram a redução da tarifa do transporte público. Portanto, a causa das manifestações não mais existia. Então, elas só ocorreram em outras cidades, em razão da intensidade das manifestações acontecidas em São Paulo. Ou seja: estávamos diante do fenômeno imitação social. Friso, ainda, que o perfil dos manifestantes paulistas, recifenses e brasileiros, como atestam várias pesquisas é: 1) Renda acima de 5 salários mínimos; 2) Educação superior completa e incompleta.

Dilma pautou as suas estratégias eleitorais nos eleitores das classes C e D, os quais não são manifestantes. Ela também reposicionou a discussão eleitoral: o desempenho da economia se restringe a taxa de desemprego e ações sociais foram anunciadas e fortalecidas, como o Programa Mais Médicos e Minha Casa Minha Vida.

Portanto, não existe nenhuma surpresa quanto ao resultado da última pesquisa do Datafolha (30/11/2013) que mostra Dilma liderando, com conforto, a disputa presidencial. E pode continuar a liderar, caso os estrategistas da oposição não descubram que o povo aprovou, bestializados (Expressão copiada de José Murilo de Carvalho), as manifestações de junho, mas estão satisfeitos, em parte, com Dilma.  E quem decide as eleições são os bestializados. Então, estratégias precisam ser criadas para conquistá-los.   

Neste instante, continuo a afirmar que Dilma tem frágil favoritismo para vencer no primeiro turno. Porém, observo as seguintes ameaças para Dilma: 1) Candidatura de Marina Silva; 2) Sucesso eleitoral de Aécio Neves em São Paulo e Minas Gerais; 3) Candidaturas de Randolfe Rodrigues (PSOL), Joaquim Barbosa e do PSC.  Tais eventos, neste instante, caso ocorram, poderão condicionar o segundo turno.   

O debate sobre a imposição ou não de prazo-limite para a divulgação de pesquisas eleitorais antes de pleitos não ocorre só no Brasil. Na Europa, países como a França e a Itália se defrontaram com problemas em suas últimas eleições e descobriram que suas legislações estavam obsoletas. Mas o paradoxal é que a discussão vai no caminho oposto ao projeto brasileiro: os europeus propõem reduzir o tempo de proibição entre as últimas sondagens e o voto.

Dois exemplos marcantes sobre o assunto aconteceram em 2012, na França, e em 2013, na Itália. Em maio do ano passado, na eleição que opôs o então presidente, Nicolas Sarkozy, e o atual chefe de Estado, François Hollande, emissoras de TV, rádios, jornais, revistas e sites de informação foram impedidos de publicar os resultados das pesquisas no domingo, dia da votação, e na véspera, sábado. Isso porque a Lei 77-808, de 19 de julho de 1977, específica para tratar das sondagens eleitorais, proíbe a divulgação de estimativas da opinião pública nas 48 horas que antecedem o voto.

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A despeito da lei, o Partido Socialista (PS), de Hollande, e a União por um Movimento Popular (UMP), de Sarkozy, dispunham de dados sigilosos, mas precisos, com o resultado da boca-de-urna antes mesmo das 18h do domingo - a divulgação passaria a ser liberada às 20h. O resultado prático foi que emissoras de TV de países vizinhos, como a Bélgica, interessados na eleição da França, divulgaram os resultados "extra-oficiais" da boca-de-urna antes das TVs francesas.

A orgia foi ainda maior no Twitter e no Facebook, onde jornalistas do mundo inteiro - inclusive do jornal O Estado de S. Paulo - já dispunham e divulgavam resultados sem correr o risco de sofrer sanções das autoridades, já que a divulgação na internet não está prevista na lei de 1977. Os problemas expuseram as limitações do texto, mas até aqui ainda não houve reforma na legislação, mas só uma nota das autoridades, que dispensou os internautas de qualquer processo judicial pela publicação antecipada.

Mas o exemplo mais similar à proposta em discussão no Brasil foi vivido na última eleição geral da Itália, em fevereiro passado. A legislação italiana impede a divulgação de pesquisas eleitorais até duas semanas antes do pleito. O resultado foi que a campanha eleitoral teve sua reta final atropelada pelos rumores sobre quem estava na frente e sobre qual seria a formação do parlamento.

Duas leis, a de número 28, de 22 de fevereiro de 2000, e a 256/10, de 9 de dezembro de 2010, determinam que as pesquisas de opinião devem ser publicadas no site da Presidência do Conselho Italiano, a chefia do governo do país, até duas semanas antes do pleito. Depois desse prazo, fica proibida a publicação.

Mas, na prática, a interdição não serviu para nada. Por mais que a grande imprensa não os veiculasse, os números extraoficiais circulavam em redes sociais, com um agravante: eram apócrifos, ou seja, sem a "assinatura" de institutos de pesquisas.

O resultado foi uma usina de boatos e muita instabilidade política nos dias que antecederam o pleito, que acabou no maior impasse político da era democrática na Itália. Nenhuma pesquisa foi capaz de prever a divisão do parlamento em três partes e a vitória insuficiente do então líder do Partido Democrático (PD), Pier Luigi Bersani. Depois do pleito, líderes partidários e cientistas políticos concluíram que a Itália precisava passar por uma profunda reforma eleitoral, que inclui as regras para a divulgação de pesquisas. O projeto de lei é discutido nesse momento no país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifestações de rua, marketing político e as novas tecnologias, em pesquisas eleitorais, são algumas das temáticas que serão abordadas no V Seminário de Ciência Política. O evento, que é aberto ao público, acontece no próximo dia 28, a partir das 8h30, no auditório Capiba, bloco C da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, localizado na Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças.

A Campanha política, propaganda e direito eleitoral e BIG Data Eleitoral e a interpretação de eventos políticos serão as outras conferências do seminário. A solenidade de abertura do evento contará com a presença do reitor da UNINASSAU, Janguiê Diniz, do CEO do Grupo Ser Educacional Jânyo Diniz e do presidente do Sindicato de das Agências de Propaganda de Pernambuco, Antônio Carlos Vieira.

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Nomes como: João Francisco, do Vox Populi; o cientista político, Adriano Oliveira; o analista do IPMN, Maurício Romão; e Antônio Lavareda vão palestrar no evento. Ainda entre os convidados estão os jornalistas Jamildo Melo, Gilberto Prazeres, Magno Martins, Inaldo Sampaio, Eduardo Cavalcanti e Josué Nogueira que participarão do debate “As manifestações de rua e a web-mídia”. 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail officina@torricelli.com.br ou através dos telefones (81) 3342.7502 ou (81) 3343.0016. As vagas são limitadas.

Serviço:

Data: 28/10, das 8h30 às 18h40

Local: Auditório Capiba, localizado na rua Joaquim Nabuco, 778, Graças.

Inscrições: officina@torricelli.com.br ou com Lilian Holanda, pelos telefones (81) 3342.7502 ou (81) 3343.0016.

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