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Empresa de análise de dados que usou métodos controversos na vitoriosa campanha de Donald Trump, nos Estados Unidos, a consultoria britânica Cambridge Analytica, desembarcou no Brasil e negocia com dois potenciais pré-candidatos à Presidência para as eleições de 2018. O "braço" da Cambridge Analytica no País é a Ponte Estratégia, empresa que tenta ganhar espaço no mercado de marketing político nacional num cenário em que a disputa vai além das propagandas na televisão: a briga pelo eleitor se dará, em grande parte, nas redes sociais e nos aplicativos de conversa instantânea.

A disputa virtual ganhou ainda mais força após a reforma política - aprovada pelo Congresso e sancionada em outubro pelo presidente Michel Temer - liberar o chamado impulsionamento de conteúdo nas redes sociais e aplicativos - por exemplo, propaganda em Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp.

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Os métodos da Cambridge consistem em processar uma quantidade enorme de dados e informações que circulam nas redes para definir perfis de eleitores. É possível mapear grupos por desejos e sentimentos, e não apenas por regiões ou faixas etárias. Nos Estados Unidos, a Cambridge dizia ser capaz de ler a mente dos cerca de 200 milhões de americanos.

A Cambridge levou para a política a estratégia usada por empresas: o microtargeting. A ideia de produzir discursos eleitorais "on demand", porém, provocou um debate nos Estados Unidos sobre os dilemas éticos envolvidos na estratégia, como a possibilidade de manipular discursos para grupos específicos.

Nos Estados Unidos, a eleição de Trump virou motivo de investigação, pelo FBI, de interferência russa no resultado do pleito por meio da compra de publicidade em redes sociais e disseminação de notícias falsas favoráveis ao candidato republicano.

Franquia

O publicitário André Torretta, de 52 anos, é dono da Ponte Estratégia, a consultoria que abriu no País a franquia da Cambridge Analytica. Com experiência em marketing político brasileiro, Torretta refuta a acusação de manipulação de informações nas eleições americanas. Ele disse que a Cambridge não tem tecnologia nova, mas "metodologia" diferente.

"A gente usa o que já existe. Se você tiver um banco de dados comportamental, pode usá-lo. Pega todo mundo que gosta de arma, que tem interesse por esporte, por exemplo. Os Estados Unidos têm legislação que permite a confecção desses bancos de dados, a compra deles", afirmou.

Segundo Torretta, o método da empresa britânica será "tropicalizado". "Não temos banco de dados no Brasil para fazer microtargeting por pessoa, como nos Estados Unidos", afirmou. "Mas, se eu tenho uma comunicação endereçada, por que eu não endereço?"

O publicitário afirmou que um candidato a presidente em 2018 deverá desembolsar ao menos R$ 30 milhões com "impulsionamento" nas redes sociais - compra de mídia em redes e aplicativos de conversas. É um valor bem menor se comparado aos gastos que os candidatos tinham ao produzir programas para televisão durante as campanhas nacionais. Ele não revelou com quais presidenciáveis está negociando para a eleição do próximo ano.

Torretta disse também que cabe às autoridades combaterem a disseminação de fake news nas redes sociais durante a eleição. "O risco de fake news será total em 2018. É preciso ter controle das redes sociais. Tudo na rede é rastreável", disse. No Brasil, segundo ele, será a eleição do aplicativo WhatsApp em razão de o número de usuários ser maior do que o do Facebook, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na era digital a tendência é que os candidatos passem a utilizar a rede de computadores para encaminhar seu material de campanha aos eleitores. Mas uma pesquisa realizada pelos correios aponta que, em São Paulo, a ‘preferida’ dos eleitores continua sendo a mala direta. Mesmo tecnicamente empatada com as redes sociais, que ficam apenas 1% atrás na amostra, os eleitores entrevistados declararam preferir receber o material em casa.

Aproveitando o ensejo, a estatal decidiu contribuir com o marketing político e elaborou serviço específico para as campanhas eleitorais. Em Pernambuco, os correios venderam quatro milhões de unidades de mala direta domiciliária relacionada às eleições. Desta forma, os candidatos conseguiram chegar às residências dos eleitores, mesmo sem ter acesso aos seus respectivos endereços.

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A Frente Popular usou essa estratégia. Uma carta aos eleitores, ‘assinada’ por Eduardo Campos, pedia voto para o candidato da coligação ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). O material continuou sendo distribuído na residência dos pernambucanos, mesmo após a morte do ex-governador. 

 

O Recife recebeu na última semana o V Seminário de Ciência Política, que teve como tema principal as manifestações realizadas no país entre os meses de junho e julho deste ano. A iniciativa contou com renomados nomes da área, como Adriano Oliveira, Maurício Romão, Francisco Guimarães, do Instituto GPP, e João Francisco, do Vox Populi, além de Janguiê Diniz, reitor do Centro Universitário Maurício de Nassau. A programação ocorreu no auditório Capiba, na UNINASSAU.

O especialista em marketing político, José Nivaldo Júnior, abordou assuntos referentes ao tema "processo da violência e a possível repercussão eleitoral". De acordo com o professor, a lógica é algo que está errado e, seguindo este raciocínio, tudo é mutável. "A contradição faz a vida existir e a vida é produto da contradição", pontuou. Ainda na palestra, José Nivaldo falou do socialismo e do capitalismo como versões da sociedade industrial e ressaltou que nenhuma delas conseguem atender aos desejos plenos das pessoas.

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Um dos assuntos abordados durante o encontro foi a grande quantidade de invasões e revoltas de grupos como o Black Bloc e a repercussão que essas ações ganham em cima do processo eleitoral. "Eu tenho uma visão de que o marketing político nem ganha nem perde eleição. Não é o marketing que define. Ele pode ser um elemento decisivo no processo. O que comanda o processo é a política", opinou o especialista. Para mais detalhes sobre o assunto, confira o vídeo acima com a palestra completa do professor.

O V Seminário de Ciência Política foi realizado no Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU, por meio do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) e em parceria com o Portal LeiaJá, a Contexto editora, o Sindicato das Agencias de Propaganda do Estado (Sinapro) e a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

Manifestações de rua, marketing político e as novas tecnologias, em pesquisas eleitorais, são algumas das temáticas que serão abordadas no V Seminário de Ciência Política. O evento, que é aberto ao público, acontece no próximo dia 28, a partir das 8h30, no auditório Capiba, bloco C da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, localizado na Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças.

A Campanha política, propaganda e direito eleitoral e BIG Data Eleitoral e a interpretação de eventos políticos serão as outras conferências do seminário. A solenidade de abertura do evento contará com a presença do reitor da UNINASSAU, Janguiê Diniz, do CEO do Grupo Ser Educacional Jânyo Diniz e do presidente do Sindicato de das Agências de Propaganda de Pernambuco, Antônio Carlos Vieira.

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Nomes como: João Francisco, do Vox Populi; o cientista político, Adriano Oliveira; o analista do IPMN, Maurício Romão; e Antônio Lavareda vão palestrar no evento. Ainda entre os convidados estão os jornalistas Jamildo Melo, Gilberto Prazeres, Magno Martins, Inaldo Sampaio, Eduardo Cavalcanti e Josué Nogueira que participarão do debate “As manifestações de rua e a web-mídia”. 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail officina@torricelli.com.br ou através dos telefones (81) 3342.7502 ou (81) 3343.0016. As vagas são limitadas.

Serviço:

Data: 28/10, das 8h30 às 18h40

Local: Auditório Capiba, localizado na rua Joaquim Nabuco, 778, Graças.

Inscrições: officina@torricelli.com.br ou com Lilian Holanda, pelos telefones (81) 3342.7502 ou (81) 3343.0016.

Até o dia 20 deste mês, a Universidade de São Paulo (USP), por meio da sua Escola de Comunicações e Artes, inscreve para o curso de especialização em marketing político e propaganda eleitoral. As aulas iniciarão no dia 28 de setembro, com realização aos sábados. Os interessados em participar da qualificação devem se inscrever pelo e-mail mba@usp.br.

De acordo com a USP, o curso é direcionado aos profissionais da área de comunicação, assessores e interessados na temática. O intuito é desenvolver habilidades e competências para planejar e implantar campanhas, assessorar candidatos, conhecer a legislação eleitoral, avaliar dados de pesquisas, estabelecer mediações com plateias e veículos de comunicação, redigir discursos, coordenar estratégias de campanha e gerenciar crises. Outro objetivo é desenvolver a consciência ética e de cidadania. A duração da capacitação é de 20 meses.

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Outros detalhes informativos sobre o curso podem ser obtidos por meio da internet. As informações também podem ser conseguidas pelo telefone (11) 3091-5019.

Infelizmente, pesquisas no âmbito do Marketing Político não fazem parte da agenda da Academia brasileira. Ao contrário do que ocorre nas variadas universidades americanas, o Marketing Político não é reconhecido no Brasil como um objeto cientifico. Portanto, não passível de análise científica.

É impossível falar em Marketing Político sem considerar aspectos básicos que são abordados pela Ciência Política, quais sejam: ações individuais, escolhas, estratégias e visões de mundo.

Politólogos procuram decifrar os incentivos que possibilitam as ações individuais. Indivíduos fazem escolhas, destas surgem conflitos e cooperação. Indivíduos agem estrategicamente em busca dos seus objetivos. As escolhas dos indivíduos, por vezes, são condicionadas por suas visões de mundo.

Na trajetória eleitoral, os eleitores, em razão de incentivos advindos do Marketing Político, fazem escolhas eleitorais. Considerando os determinantes do voto, identificamos, em algumas eleições, posicionamentos estratégicos dos eleitores. Os candidatos, através das ferramentas do Marketing Político, busca conquistar eleitores, em razão disto, se posicionam, costumeiramente, estrategicamente.

O que é, então, Marketing Político? Conjunto de ferramentas utilizadas para a conquista do eleitor. A informação é a principal ferramenta do Marketing Político. Ela tem o objetivo de conquistar eleitores, pois estes buscam informações sobre candidatos.

Nas campanhas eleitorais, as informações são utilizadas pelos eleitores para tomarem as suas decisões. Friso, contudo, que utilizem esta assertiva como necessária na compreensão da escolha do eleitor. Mas não como determinista.

O Marketing Político depende das conjunturas política e econômica. Sem a compreensão destas, estratégicas mercadológicas satisfatórias não são criadas. Eleitores e candidatos estão dentro de uma dada conjuntura. Ela, por sua vez, influencia a escolha dos eleitores.

O objeto Marketing Político requer compreensão e construção com base em premissas científicas, pois ele visa conquistar eleitores.

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