Nas eleições de 2014 em Pernambuco parecia que o estado vivia uma situação maravilhosa no âmbito da gestão pública. O modelo de gestão implementado pelo PSB em Pernambuco era referência para outros estados da federação. Além do impacto causado pela morte do ex-governador Eduardo Campos, o desejo de continuidade foi fundamental para que Paulo Câmara se elegesse governador de Pernambuco.
Com quase oito meses de governo, a gestão tem enfrentado uma série de gargalos, dentre eles a situação da Arena Pernambuco, que já era vista como um elefante branco que trazia custos mensais astronômicos para o erário, na semana passada a Polícia Federal apontou indícios de superfaturamento na ordem de R$ 70 milhões.
O desequilíbrio das contas públicas no governo de Pernambuco é evidente, sobretudo a partir do momento em que o governador precisou modificar o calendário de pagamentos dos servidores, aposentados e pensionistas do estado. É bem verdade que existem outros estados com uma situação até mais catastrófica, mas não se sabe se Pernambuco vai conseguir se recuperar da crise a ponto de não atrasar o salário do funcionalismo público nos próximos meses.
Já há um consenso no governo de que os investimentos de R$ 1 bilhão não serão alcançados. Além de ser bem menos do que a média de investimentos dos últimos oito anos que foi na ordem de R$ 3 bilhões, Pernambuco está correndo sérios riscos de não atingir a meta estabelecida pelo governo estadual porque a arrecadação só faz cair dada a crise econômica nacional, que tem impacto direto no estado e traz consequências desastrosas para a gestão do governador Paulo Câmara.
Como se não bastasse toda essa situação de caos vivida por Paulo Câmara, o governo federal anunciou recentemente que não irá permitir que os estados contraiam financiamentos internacionais. A notícia caiu como uma bomba no Palácio do Campo das Princesas, que tinha nesses financiamentos internacionais a salvação da lavoura para 2015. O que aparenta pelo semblante do governador é que ele herdou uma massa falida com sérias dificuldades de ser administrada.
Paulo Bernardo - Ex-ministro das Comunicações de Lula e do Planejamento de Dilma, Paulo Bernardo vai assumir a presidência de Itaipu. Sua nomeação é na cota do PT e já está na Casa Civil. Bernardo é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR).
Julio Oliveira - Ex-presidente da OAB/PE, o advogado Julio Oliveira foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff como desembargador do Tribunal Regional Eleitoral em substituição a Frederico Pessoa de Carvalho. Julio Oliveira teve forte atuação no PFL entre as décadas de 90 e 2000.
Presença - A presidente Dilma Rousseff estará em Pernambuco na próxima sexta-feira para uma vistoria nas obras da Transposição do Rio São Francisco na cidade de Cabrobó. O governador Paulo Câmara deverá acompanhar pessoalmente a agenda presidencial.
Pleito - Durante a visita de Dilma o governador Paulo Câmara fará novo apelo para que seja liberado para contrair novos financiamentos. Mas provavelmente não terá seu pleito atendido diante da situação caótica que se encontram as finanças públicas do país.
RÁPIDAS
Renúncia - Além do ex-governador Jarbas Vasconcelos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff. Para Jarbas e FHC somente a renúncia de Dilma seria capaz de arrefecer a crise política que se instalou no Brasil.
Foco - O presidente estadual do PSDB deputado Antônio Moraes enalteceu as manifestações do último domingo e considerou como positiva a colocação de Lula como alvo dos protestos contra a corrupção.
Inocente quer saber - O deputado Lucas Ramos é o preferido do Palácio do Campo das Princesas na disputa pela prefeitura de Petrolina?