Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Lóssio adota Lucas Ramos

Magno Martins, | seg, 09/11/2015 - 09:40
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Numa entrevista, ontem, a este blogueiro, que passou o fim de semana no Vale do São Francisco, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), disse que, pelo conjunto da sua obra de oito anos, não tem a menor dúvida de que elegerá o sucessor. Sem um candidato natural, embora tenha bons quadros no secretariado, Lóssio deixa escapar uma discreta preferência pelo deputado estadual Lucas Ramos, do PSB, partido de oposição ao seu Governo.

E, pela primeira vez, incluiu também o nome do deputado Odacy Amorim, hoje filiado ao PT, mas em processo de desligamento do partido. O que se diz no município é que Amorim, que já governou Petrolina num mandato-tampão de dois anos, quando Fernando renunciou para assumir uma secretaria no Governo Eduardo Campos, estaria negociando sua volta ao PSB, para disputar a Prefeitura como candidato do grupo do senador.

“Quero e vou ganhar a eleição, seja com um nome do meu grupo ou um quadro de fora, como Lucas ou Odacy”, disse Lóssio. Perguntado como seu eleitorado iria reagir ao nome de Lucas Ramos, por ser filho de um adversário histórico, o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Ranilson Ramos, o prefeito não fez arrodeios: “Lucas é Lucas. Ranilson é Ranilson. Minha relação, portanto, será com Lucas. Aliás, seu tio Murilo Cavalcanti já integrou a minha equipe no primeiro escalão”.

Lóssio admite que o cenário é de incertezas e ressalta que não clareia porque não depende dele, mas de fatores externos. Sem citar o PSB, ele se refere, evidentemente, ao impasse criado na legenda socialista com o alijamento do deputado Lucas Ramos pelo grupo de Fernando, que assumiu o controle da comissão provisória do partido no município, agora presidida pelo filho Miguel Coelho.

Na última sexta-feira, inclusive, foi realizada mais uma Agenda 40 no município sem a participação de Lucas, que estava na cidade, mas se ausentou. Na entrevista, Lóssio deu a entender que gostaria de apoiar Lucas no PSB, sugerindo que o comando do partido pertence à executiva estadual. “Não quero entrar na seara dos outros partidos, mas espero apoiar Lucas no PSB, como percebo que este é o desejo do governador Paulo Câmara. 

Se isso não for possível, segundo ele, Lucas pode fazer uma nova opção partidária. Fala-se na cidade que a melhor alternativa para o socialista que está sendo excomungado seria o PSDB, controlado no município por um aliado do prefeito, o vice-prefeito Guilherme Coelho, filho do ex-deputado Osvaldo Coelho, que morreu há 10 dias, deixando um grande vácuo político na região.

Na hipótese de ter que se costurar com suas próprias linhas, Lóssio tem quadros técnicos com vocação política qualificados, como o secretário de Educação, Coronel Heitor Leite, que deu a Petrolina o melhor Ideb do Estado; o secretário de Governo, Orlando Tolentino; a secretária de Saúde, Lúcia Giesta, e o secretário de Habitação, Ednaldo Lima. Mas pelo que entusiasmo que demonstrou na entrevista pelo nome de Lucas Ramos, deu a entender que ele torce até pela possibilidade de a direção estadual do PSB interferir na comissão provisória do município, tirando das mãos de Fernando Bezerra o comando da legenda. 

“DEI VOTOS, SIM” -  Ao longo da entrevista, na qual faz uma apaixonante defesa pelo nome de Lucas Ramos como seu candidato a prefeito, Júlio Lóssio revelou que ajudou – e muito – na eleição do aliado para Assembleia Legislativa. “O PSB aqui em Petrolina não transferiu votos para Lucas. Quem deu votos a ele fui eu, quando liberei vereadores e secretários para votar nele”, afirmou, para acrescentar: “Se Lucas viesse a depender do PSB local estaria frito”. 

Cínico e cara-de-pau – Na entrevista cara-de-pau que deu para justificar as contas na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu respostas que lembram João Alves, o deputado baiano que dizia ter ficado rico porque ganhou várias vezes na loteria. Cunha disse que o que ele tem na Suíça não é dinheiro. "Dinheiro, não. São ativos, são ações, cotas de fundo." Alguns minutos depois, os repórteres repetiram a pergunta. Em um lapso de sinceridade, o entrevistado mudou a resposta: "O dinheiro era meu". O peemedebista admitiu que seus bens no exterior "nunca foram declarados". Mas a lei não manda declarar? "Se havia obrigação, ela se exauriu no tempo", ele respondeu. É muito cinismo! 

O grito dos prefeitos– “Está faltando dinheiro “para tudo” e os municípios são os mais afetados. Junte-se a nós neste dia de luta em defesa dos municípios”, diz o slogan dos prefeitos pernambucanos que farão um ato, hoje, em frente à Assembleia Legislativa. Logo após o protesto, irão até o Palácio das Princesas para uma audiência com o governador Paulo Câmara. Na pauta, as dificuldades para enfrentar a crise econômica e a recriação da CPMF. 

Perdão comunista– A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, deixou escapar, durante o cozido na casa de praia do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB), que o partido irá arquivar o processo aberto contra o deputado Roberto Freire (PPS), que num momento impensado e de fúria agrediu fisicamente em plenário a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pegando-a pelo braço e empurrando-a, durante a votação de uma Medida Provisória. Ele já conseguiu apagar o incêndio provocado dentro da legenda. 

Durma com uma bronca dessa! – Embora integrante do Conselho de Ética da Câmara, o deputado Betinho Gomes (PSDB), filho do prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), está com uma bronca federal que pode o deixar inelegível para a disputa no Cabo, onde pretende sair candidato a prefeito: no STF corre um processo de contas de campanha no qual pode até ser preso: um empréstimo pessoal, de R$ 365 mil, no qual deu como garantia um cheque voador. 

CURTAS  

GESTO LOUVÁVEL– Dos 18 deputados federais que compareceram ao cozido de Jarbas, o que fez mais esforço para não faltar foi Fernando Bezerra Filho (PSB). Na sexta-feira, já em Petrolina para a missa de sétimo dia pela alma de Osvaldo Coelho, teve que voltar ao Recife. Ainda no sábado, teve que ir a Serrita, a 540 km da capital, para o casamento da filha do prefeito Carlos Cecílio. 

ALÔ, LIMOEIRO! – Estarei hoje em Limoeiro para o lançamento dos meus livros Perto do coração e Reféns da seca na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Amanhã, será a vez de Bom Conselho, na quarta Bonito, na quinta Brejo da Madre de Deus e na sexta-feira Caruaru, novamente, desta feita na livraria Nobel, no Shopping Caruaru, também às 19 horas. 

Perguntar não ofende: O prefeito José Queiroz vai engolir secamente o que o PSB fez com ele? 

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