Gustavo Krause

Gustavo Krause

Livre Pensar

Perfil: Professor Titular da Cadeira de Legislação Tributaria, é ex-ministro de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, no Governo Fernando Henrique, e da fazenda no Governo Itamar Franco, além de já ter ocupado diversos cargos públicos em Pernambuco, onde já foi prefeito da Capital e Governador do Estado.

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O Custo Dilma

Gustavo Krause, | seg, 07/03/2016 - 08:50
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Na edição de 26/2/2016, Folha SP, o leitor Álvaro Abrantes Cerqueira (Muriaé, MG), indaga sobre o custo moral e material, causado pela Presidente Dilma para se manter no poder.

Existem vários articulistas e renomados economistas que tentam responder a tão complexa e intrincada questão. Não háuma resposta precisa. A pergunta, a meu ver, remete a uma questão preliminar que merece reflexão: o erro, um fenômeno essencial àvulnerabilidade da natureza humana.

O erro, consequência indesejada dos nossos atos, pode ser cometido nas diversas esferas da ação humana e opera, em cada uma delas, consequências distintas quanto à abrangência eàgravidade.

Na esfera privada, os erros têm limites mais reduzidos, porém, importância semelhante a uma pedra que, ao ser jogada em um lago, gera um raio crescente de círculos concêntricos. Exemplo singelo: os erros cometidos pelos pais na formação do núcleo familiar podem gerar uma cadeia de consequências negativas no espaço alargado da sociedade.

Ainda na esfera privada, o erro do empresário opera necessariamente efeitos negativos e imediatos sobre a vida dos empregados e efeitos, mais ou menos significativos sobre a formação da riqueza nacional a depender do tamanho e da natureza dos bens e serviços produzidos.

No espaço público, espaço predominantemente ocupado pela Política, os erros cometidos afetam a coletividade e, dependendo da natureza e dimensão, podem comprometer gerações e o futuro de uma nação. Podem, até, colocar em risco a humanidade. Em síntese, os erros dos políticos são megaerros.

No caso da atual Presidente, houve um erro original que foi cometido pelo seu inventor, o ex-Presidente, Lula que, com força política e prestígio eleitoral, apresentou a candidata àsua sucessão como a gerentonacapaz de dar continuidade àgestãodo país que tinha rumo; um país que, aos olhos do mundo, tinha um manifesto destino de potência global; um país que, sob o comando de firme da gestora, com inquestionável competência (?), transformaria o Brasil dos nossos sonhos: nação grande, próspera e, sobretudo, justa.

Infelizmente, estamos diante de um cenário de horror: crises superpostas, indicadores econômicos, diariamente, apontando para o agravamento da situação e, o mais assustador, o ambiente de paralisia decorrente da incerteza e da deterioração do ambiente social o que, somados, comprometem possibilidades e disseminam o medo em relação ao dia de amanhã.

Neste sentido, não faltam palavras para descrever e sentir as dores das perdas; o que desafia a todos éavaliar o custo real do nosso infortúnio.

Eis o que afirma, em artigo publicado no Estadão, edição de 23/01/2016, Mônica de Bolle (Pesquisadora do Petterson Institute for International Economics e Professora da Sais Johns Hopkins University): A taxa de poupança como proporção do PIB caiu de uma média de 20% em meados de 2011 para míseros 15% em 2015 (...) perda de riqueza para economia brasileira de R$ 300 bilhões (...) em função das ´medidas contracíclicas´ que não surtiram os efeitos desejados, como nos tem dito a comandante-chefe da economia, a Presidente Dilma.

Por sua vez, Paulo Rabello de Castro (PH.D pela Universidade de Havard e autor de ´O mito do governo grátis'), em artigo publicado no Estadão, edição de 03/02/2016, fez uma conta pelo método da acumulação de passivos e prejuízos, contabilizando a média histórica de crescimento econômico, nela incluídas as década de 70, 80, os 3,5% da gestão Lula, custos financeiros da dívida,  e concluiu; São 15 pontos percentuais do PIB acrescidos ao nosso passivo financeiro (...) Dilma também éa senhora de um trilhão de reais acumulados ao nosso passivo financeiro (...) Essa éa conta. Juros a mais, PIB a menos, empregos eliminados, capital evaporado, confiança desfeita, futuro destroçado (...) Por isso a década esbanjadaseráconcluída com êxito! Ninguém, afinal, conseguirároubar essa Olimpíada de Dilma.

Antes que esqueça: nós, eleitores, erramos, ou, para aliviar o peso da consciência, fomos enganados. 

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