Pizzolato: brecha na lei pode ter facilitado falsificação

O ex-foragido da polícia usou dados do irmão para emitir um novo título eleitoral

por Élida Maria | sex, 07/02/2014 - 16:12
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Foto: Cleiton Lima/LeiaJá/Imagens/Arquivo Raquel Salazar reforçou a importância de preservar os documentos pessoais Raquel Salazar reforçou a importância de preservar os documentos pessoais

Uma mudança feita no novo Código Eleitoral, que não contemplava a época em que o irmão do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato faleceu, pode ter auxiliado o envolvido no mensalão ter emitido um título eleitoral em nome do consanguíneo. Atualmente, os Cartórios de Serviços Civis enviam mensalmente aos Tribunais Regionais Eleitorais os nomes de todos os eleitores mortos neste período, mas antigamente este procedimento não ocorria.

Segundo a coordenadora de biometria do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Raquel Salazar, o cadastro dos eleitores não é disponibilizado para ninguém. “No caso de Pizzolato ele utilizou os dados do irmão, ou seja, não pegou as informações e essa foi a grande vantagem dele. Pela a Justiça Eleitoral o nosso cadastro não é divulgado, inclusive, às vezes as pessoas perguntam na ouvidoria se a gente pode informar dados do eleitor, mas só o próprio eleitor pode ter acesso a essas informações”, comentou.

A representante do TRE-PE contou que houve uma mudança no Código Eleitoral em que passou ser exigido que os Cartórios de Serviços Civis enviem os dados de todos os eleitores falecidos mensalmente, mas antes, esse procedimento não existia e como o irmão de Pizzolato morreu há mais de 30 anos, possivelmente, isso tenha facilitado o processo de falsificação realizado pelo ex-diretor do Banco do Brasil.

Outra análise feita por Salazar é a implantação da biometria nos processos eleitorais justamente para garantir maior segurança. “A biometria vem suprir essas questões porque mesmo se a pessoa tiver irmãos gêmeos não têm digitais iguais e desse jeito vai ser a maneira de ter certeza de quem está votando”, reforçou. 

Dicas aos eleitores – Mesmo o caso de Pizzolato ter sido uma exceção, por ter obtido acesso a todos os dados do irmão, segundo Raquel Salazar, orienta-se que os documentos pessoais devem ser sempre mantidos guardados. “O que recomendamos é que preservem seus dados, mas o nosso cadastro está sob o sigilo da Justiça Eleitoral, inclusive, dentro do próprio Tribunal nem todo mundo tem acesso ao cadastro porque ele é submetido a corregedoria”, acrescentou. 

 

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