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A secretária Venina Velosa da Fonseca é aguardada nesta terça-feira, 3, na sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR), no segundo dia de depoimentos de testemunhas de acusação da sétima fase da Operação Lava Jato. Venina ganhou notoriedade no final do ano passado ao revelar que havia encaminhado e-mails para a presidente da Petrobras, Graça Foster, onde relatou possíveis desvios de recursos e práticas de corrupção na estatal, que passou a ser foco de investigações e por causa disso já levou à prisão os ex-diretores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.

No primeiro dia de depoimentos, que devem totalizar 10 testemunhas até a próxima semana, foram ouvidos o delegado da Polícia Federal, Marcio Anselmo, além dos diretores da empresa Toyo Setal, Julio Camargo e Augusto Mendonça, que fizeram um acordo de delação premiada com a Justiça.

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Além de Venina estão previstos os depoimentos de Augusto Mendonça e Julio Camargo, novamente; Leonardo Meirelles e Meire Poza.

Morreu neste domingo, 1º, o empresário José Eduardo Vieira, aos 76 anos. O dono do Grupo Folha de Comunicação (donos do Jornal Folha de Londrina e o portal O Bonde) estava internado desde 12 de janeiro, quando deu entrada em um hospital na cidade paranaense de Joaquim Távora para tratar uma pneumonia, sendo em seguida transferido para o Hospital Evangélico de Londrina. Ele morreu por volta das 6h50 em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.

Nascido em Tomazina, no Paraná, Vieira presidiu o Banco Bamerindus entre 1981 e 1997, quando a instituição foi vendida ao HSBC. Em 1992, ele se tornou sócio da Folha de Londrina e assumiu a superintendência do jornal em 1999.

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Sobre a vida política, Vieira foi um dos primeiros senadores eleitos após a redemocratização do País. Ele ainda foi ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo durante o governo de Itamar Franco e acumulou, entre 1991 e 1993, o Ministério da Agricultura. Em 1995, já na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Vieira volta ao cargo de ministro da Agricultura, no qual permaneceu até 1996. O empresário deixa sete filhos.

O fato de ser filiado a um partido de bandeira "socialista" e de até pouco tempo ter integrado a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) não se mostrou obstáculo tão grande para a aproximação do ex-governador e pré-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) com os empresários quanto sua aliança com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, sua pré-candidata a vice. Essa é a percepção de parte dos 320 empresários que participou do 13º Fórum de Comandatuba, na Bahia. O encontro reuniu nomes com Abílio Diniz, da BR Foods, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e André Esteves, do BTG Pactual, e serviu como palanque da oposição.

Diante da ausência inédita de ministros de Dilma, Eduardo Campos e o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, encontraram campo livre para cortejar o PIB. Depois de um debate de cinco horas em que a dupla respondeu lado a lado, pela primeira vez, perguntas do público e de jornalistas, o tucano saiu ovacionado pela plateia. Já o ex-governador de Pernambuco, que esteve o tempo todo acompanhado de Marina, teve uma recepção bem menos calorosa.

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"Aécio foi mais assertivo nas propostas. A sensação do empresariado é de que ele está mais livre para desenvolver suas plataformas de governo. Campos está um pouco inibido", disse o empresário João Doria, presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), entidade que organiza o fórum. "Com Marina, ele toma muito cuidado no trato de certo temas para não feri-la ou contrariá-la."

Aécio tem adotado um discurso mais ortodoxo na economia e defendido o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, algo que não havia sido feito ainda pelos candidatos do PSDB desde que o partido deixou o comando do País, em 2002.

Preferido

A opinião vocalizada por Doria foi repetida de forma reservada por vários outros empresários ouvidos pelo Estado. Com o "isolamento" de Dilma do empresariado, Aécio tornou-se o pré-candidato com mais desenvoltura no setor.

Em recentes reuniões do Lide com 200 empresários, a FGV fez enquetes sobre a preferência eleitoral dos presentes. O tucano anotou mais de 50% dos "votos". Campos foi segundo e Dilma, líder absoluta nas pesquisas nacionais, foi a terceira.

Um parlamentar pernambucano próximo a Campos diz que o desempenho dele em reuniões com empresários é "muito melhor" quando não está acompanhado de Marina. Segundo o aliado, Campos vive sempre "pisando em ovos" para não melindrar Marina e seu grupo político, a Rede Sustentabilidade.

Um empresário do ramo de alimentos exemplifica a dificuldade do ex-governador ao falar sobre o trecho do discurso dele no fórum que abordou a crise no setor do etanol. "Em vez de criticar o descaso de Dilma com o setor sucroalcooleiro e defender a redução do preço do etanol, ele ficou falando sobre a importância de existir um selo ambiental para o combustível."

Um empresário do setor financeiro reforça a crítica ao dizer que Marina "foi obrigada a levar o tema ambiental ao topo do discurso", o que pode ser um "bom verniz", mas não seduz na prática o setor produtivo.

Durante o debate de sexta-feira, a presença de Marina também inibiu, segundo aliados, o "entusiasmo" de Campos em relação à dobradinha com Aécio na oposição para garantir um 2º turno. "O Eduardo citou o Aécio uma ou duas vezes em suas falas, já o Aécio falou do Campos o tempo todo, do começo ao fim do evento", reparou o ambientalista Mário Mantovani, diretor executivo da ONG SOS Mata Atlântica. Apesar de ser ambientalista e amigo pessoal de Marina, ele reconhece: "Aécio foi melhor. Ele deixou o público mais encorajado".

Muita gente na plateia percebeu que Marina fazia "cara feia" quando o tucano exaltava a boa relação com o ex-governador. Ao fim do debate de anteontem, a ex-ministra fez questão de ressaltar as "divergências" profundas entre Campos e Aécio. Para ela, o tucano não reconhece o avanço social do governo Luiz Inácio Lula da Silva, de quem tanto ela quanto Campos foram auxiliares diretos no primeiro mandato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a queixas da população e protestos contra a realização da Copa no Brasil, a presidente Dilma Rousseff usou seu discurso para os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, no Planalto, para defender as obras que estão sendo feitas pelo governo, justificando que elas não serão apenas para a competição, mas que ficarão para todos. Avisou também que haverá "segurança pesada" durante o período da Copa.

"Nós botaremos segurança pesada na Copa. As nossas Forças Armadas participarão, em caráter dissuasório, e em toda retaguarda", assegurou Dilma, acrescentando que "não há a menor hipótese de o governo federal pactuar com qualquer tipo de violência. Nós não deixaremos em hipótese alguma a Copa ser contaminada".

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Dilma também fez questão de responder às duras críticas apresentadas pelo representante dos Trabalhadores no Conselhão, Ubiraci Dantas de Oliveira. Em seu discurso, o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) afirmou que estava "curioso" para saber em que foram aplicados os investimentos de R$ 143 bilhões que o governo diz que fez em melhorias para a população.

"Porque a situação continua a mesma", disse. Oliveira destacou ainda que via com "preocupação especial" os serviços públicos, particularmente, os transportes urbanos, porque "a situação não melhorou nada".

A presidente gastou a maior parte do seu discurso, que durou pouco mais de uma hora, listando obra por obra de mobilidade urbana em vários Estados, apresentando números detalhados e destacando que as obras são um legado para o País como um todo e não apenas para a realização da Copa.

"Os aeroportos não são para a Copa só. A mobilidade urbana não é só para a Copa. O que é para a Copa? Para a Copa foram os estádios. Agora, para além da Copa, há também os estádios, todos os aeroportos, as obras de mobilidade e os investimentos em telecomunicações."

Carinho

Para Dilma, a Copa também "tem de ser confortável para as pessoas que vêm ao Brasil", Por isso, a presidente apelou para que todos sejam muito receptivos e carinhosos aos turistas que vem para fazer a "Copa das Copas". Ela comentou ainda que muitos chefes de Estado e de governo virão para o País, como a chancelar alemã, Angela Merkel, chegará no dia 16 para assistir Alemanha e Portugal, em Salvador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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