De origem pagã, quando o Deus Sol era celebrado no solstício de inverno, o Natal foi ressignificado no séc. III pelo imperador cristão Constantino e se tornou uma das comemorações mais populares do mundo. Embora seja natural para nós, as tradições de armar o presépio e encher a árvore com enfeites não é unanimidade no mundo.
A diversidade religiosa explica por que a festa do nascimento de Jesus não é comemorada em vários países. As tradições natalinas não costumam ser incentivadas onde o cristianismo não é adotado como religião principal, sendo restrita em hotéis ou nas casas de estrangeiros estrangeiros.
##RECOMENDA##Em Israel, berço do judaísmo, a principal comemoração de fim de ano é o Hanukah, equivalente à festa das luzes do povo hebraico. A data lembra o calvário dos judeus pelo direito ao credo monoteísta e a vitória sobre os gregos há mais de dois mil anos. Apesar de reconhecer a existência de Jesus, não há nenhuma relação de divindade.
Em países como Tailândia, Vietnã, China, Tibet, Camboja, Coreia do Sul, Butão, Burma, Hong Kong, Japão, Mongólia, Cingapura, Sri Lanka, o Budismo é a religião principal e Jesus é considerado um “Bodhisattva”. A definição é dada aos seres espiritualizados, de elevada sabedoria e que se sacrificaram em prol dos demais seres. Para os budistas, a festa mais importante é a Visakha Bucha, celebrada normalmente em maio, quando é exaltado o nascimento, a iluminação e a morte de Buda.
Nos países de origem Islâmica, Jesus é respeitado, mas perde protagonismo para Maomé. Apesar de ser reconhecido como um dos cinco profetas enviados por Deus, ele não possui data especial. No Irã, Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Turquia, Egito, Somália, Nigéria, Líbia e Brunei, as principais festas religiosas são o Eid wl-Fitr, logo após o jejum do Ramadã, e o Eid al-Adha, também conhecido como a Grande Festa ou Festa do Sacrifício, que sucede a peregrinação à Meca, onde os adeptos visitam o templo em homenagem à obediência do Profeta Abraão a Deus.
A cultura Hindu, que reúne a maioria dos fiéis na Índia, tem as festas relacionadas à energia Divina e mudam conforme a região do país. As principais são Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. No Japão, berço do Xintoísmo, o 25 de dezembro não vai muito além de uma data comercial, semelhante ao Dia dos Namorados.
A religião taoísta, natural da China, tem inúmeras datas em que se comemoram o nascimento de grandes mestres ou seus feitos. Sem se prender ao 25 de dezembro, os chineses também possuem um Ano Novo diferente do mundo ocidental. A data regida pela Lula Nova é a mais celebrada do país e ocorre entre o fim de janeiro e o fim de fevereiro.
Fora do aspecto religioso, na Coreia do Norte é proibido comemorar o Natal por determinação do líder supremo Kim Jong-un. Qualquer ajuntamento que envolva entretenimento ou bebida alcoólica é barrado no país. Em 2011 ocorreu mais um episódio do conflito diplomático com a Coreia do Sul porque os vizinhos colocaram uma árvore de Natal na fronteira.