Tópicos | 3ª via

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que aqueles que estão insatisfeitos com a dualidade entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisam trabalhar juntos na busca de uma terceira via.

"A dualidade está presente entre o presidente Lula, que sempre quer ser chefão, e Bolsonaro. Aqueles que não estão satisfeitos com dualidade Lula e Bolsonaro têm que se unir", disse em "live" do grupo Parlatório com o tema "O Futuro de uma Nação!" e curadoria do ex-presidente Michel Temer.

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"Terceira via é uma via que leve ao crescimento da economia, bem-estar e respeito à democracia. Eu conheço Lula. Mas por que não estou defendendo o Lula agora? Porque Lula vai puxar a sardinha para ele. Lula pensa que resolve tudo e não vai. Bolsonaro é contra tudo isso. De repente, tem impulsos autoritários. Temos que colocar alguém que tenha razoabilidade", completou.

Segundo FHC, há tempo, mas é curto, de dois a três meses, para encontrar esse nome. Ele completou que não importa qual será o partido, tem que ser capaz de unir o País. O tucano também indicou ser necessário uma pessoa jovem e que o movimento tenha pluralidade, com a participação de sindicatos, empresários, militares da reserva, homens e mulheres. "Está na hora de nos juntar e expressar sentimento contra o extremismo e a favor do povo."

O ex-presidente também comentou sobre a divisão no PSDB e disse ela que não ajuda. "Quadro é de tal gravidade no Brasil que não importa qual será partido. Tem que ser uma pessoa que tenha capacidade de unir. Se não for do PSDB, que seja alguém capaz de levar Brasil adiante, de unir o País."

Nesse sentido, o tucano afirmou que, como chefes do Executivo de grandes Estados, os governadores de São Paulo e Rio Grande do Sul têm capacidade de juntar pessoas. "Sou mais amigo, por morar em São Paulo, do governador de São Paulo (João Doria), mas gosto do governador do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite)." "Pode ser de qualquer partido, não de todos, socialista poderia ter mais dificuldade. Mas entre PSDB ou MDB, tem que ser alguém capaz de unir", reforçou.

Na tentativa de construir uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022, lideranças de nove partidos fizeram, nessa quarta-feira (18), mais uma reunião para alinhar ideias. Em um almoço realizado em Brasília, na sede do PSDB, presidentes de seis partidos - PSDB, DEM, MDB, Cidadania, Podemos e PV - debateram sobre os rumos do pleito do ano que vem. O fato é que seguem sem encaminhar nenhuma posição.

O encontro teve a presença do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, pré-candidato ao Planalto pelo DEM, e líderes partidários, como o deputado Efraim Filho (DEM-PB) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ao sair do almoço, o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), reconheceu a dificuldade apontada pelas pesquisas eleitorais, hoje polarizadas entre Lula e Bolsonaro, mas adotou um tom otimista e avaliou que o cenário pode mudar.

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"Isso (pesquisas eleitorais) é um reflexo do momento. Temos essa consciência que hoje temos uma visão muito extremada da sociedade e da própria disputa política, dos dois extremos que contrapondo", declarou Rossi.

O dirigente partidário afirmou que a meta é que os partidos se unam e formem apenas uma candidatura de consenso. "Se dividir o centro democrático, você perde competitividade. Em contrapartida, se nós estivermos unidos, podemos oferecer uma boa opção para a população", afirmou.

Dispersos em várias possibilidades de candidaturas, nenhum nome da chamada terceira via conseguiu marcar mais de dez pontos porcentuais na última pesquisa XP/Ipespe. Apesar disso, ainda há uma profusão de nomes que são apontados com candidatos dentro dos nove partidos: os governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), a senadora Simone Tebet (MDB), o apresentador José Luiz Datena (PSL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Mandetta e o ex-ministro Sergio Moro.

"Cada reunião que a gente faz, a gente fortalece esse vínculo. O mais importante é mostrar que esses partidos estão discutindo uma pauta para o País, um projeto para o País e buscando uma identidade para que a gente possa fazer nos próximos meses uma discussão já com nomes que cada partido colocará", avaliou Baleia.

O grupo de partidos ainda tem a participação do Novo, PSL e Solidariedade. Representantes dos nove partidos têm um grupo no WhatsApp onde debatem sobre a disputa de 2022.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, minimizou a grande quantidade de nomes e disse que os debates entre os partidos sinalizam que haverá unidade entre eles no próximo pleito e que muitos dos postulantes hoje colocados podem desistir de tentar o Planalto.

"Os candidatos que porventura sejam desses partidos sabem que os presidentes desses partidos estão discutindo e não ficam imaginando que vão ser candidatos de qualquer jeito. Não é assim", declarou.

Pesquisa XP-Ipespe dessa terça-feira deixa claro as dificuldades que o campo de terceira via ainda enfrenta. Lula pontuou 40% das intenções de voto em uma simulação de primeiro turno, Bolsonaro marcou 24% e Ciro Gomes (PDT), 10%. O pedetista também quer construir uma alternativa aos dois primeiros colocados, mas não está alinhado com o bloco de nove partidos.

Representantes da terceira via almejada pelos nove partidos não chegaram a dois dígitos. Sérgio Moro, que flerta com o Podemos sobre uma possível candidatura, tem 9%; e Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite, 4% cada.

Em um segundo cenário pesquisado, com o governador de São Paulo, João Doria, o apresentador de TV José Luiz Datena e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a diferença entre Lula e Bolsonaro cai para 9 pontos porcentuais. Neste cenário, Lula registra 37% das intenções de voto, e Bolsonaro 28%. Na sequência, Ciro tem 11%, Mandetta, Doria e Datena aparecem com 5% cada um, e Pacheco com 1%.

No almoço, os presidentes partidários também debateram sobre a análise pela Câmara da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, usada por Bolsonaro para questionar a legitimidade da eleição de 2022. A avaliação geral foi de surpresa pela quantidade de votos favoráveis que Bolsonaro conseguiu, mas que foi bem-sucedida a articulação feita pelos dirigentes contra aprovação da medida.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou a possibilidade de um candidato de terceira vencer as eleições presidenciais de 2022 e garantiu que a disputa será entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não existe terceira via, não vai dar certo, não vai atrair a simpatia da população", disse na manhã desta terça-feira (20) em entrevista à Rádio Itatiaia.

Ainda sem definir a qual partido se filiará para a disputa do pleito, Bolsonaro, que chegou a aventar a possibilidade de não concorrer à reeleição, se queixou da dificuldade de encontrar sigla com a qual possa estabelecer relação de confiança. "É difícil, realmente, porque a gente está valendo muito", disse.

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O presidente pretende repetir o feito das eleições de 2018, quando elegeu 52 deputados federais pelo PSL, do qual se desfiliou após atritos internos. Ele citou desempenho de empresas estatais ao dizer que sua gestão é bem avaliada pela população, apesar de pesquisas eleitorais apontarem enfraquecimento do governo perante a opinião pública.

O ex-governador do Ceará e pré-candidato às eleições de 2022 Ciro Gomes (PDT) se lançou como candidato à terceira via. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (12), Ciro diz que o "mais difícil" é saber "o que devemos fazer" no projeto do País. "Porque o mais fácil a gente sabe o que é: nem Lula, nem Bolsonaro".

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De acordo com o pré-candidato, suas críticas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vêm se intensificando nos últimos meses, têm em vista o que o ex-presidente "diz que fez e não fez". "É pelo que ele fez de errado e tentou esconder. E, principalmente, pelo que ele fará e não terá condições de fazê-lo", afirmou o pedetista. Na avaliação de Ciro, Lula não tem um projeto claro para comandar o Brasil. "Não tem nova proposta nem energia sincera para fazê-lo".

Já nas críticas contra a reeleição do chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), Ciro diz que condena tudo o que o presidente representa. "As mentiras e as traições que cometeu e vem cometendo contra o povo brasileiro e maldade e a destruição entranhadas em sua alma", declara. Ciro classifica que Bolsonaro representa "atraso, trevas e tragédia".

"Eu tenho um plano completo para tirar o Brasil desse dilema", garante Ciro.

Ao se lançar como a solução da polarização entre Lula e Bolsonaro, o ex-governador do Ceará aproveita os dados do levantamento Genial/Quaest, divulgado na quarta-feira (7), que mostrou que 31% dos brasileiros dizem que não gostariam que nem Lula da Silva nem Bolsonaro vencessem as eleições. Segundo a pesquisa, 57% dos entrevistados ainda estão indecisos sobre a intenção de voto para o pleito de 2022.

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