A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) prevê que a produção de alumínio primário neste ano deverá ficar em 1,1 milhão de toneladas, ante um volume de 1,3 milhão de toneladas no ano passado. Esse recuo é explicado, segundo a entidade, por conta do corte de produção registrada pelos fabricantes nacionais, que ocorre desde o ano passado.
A entidade estima, ainda, que a produção de alumínio primário poderá cair ainda mais nos próximos anos, indo para 740 mil toneladas em 2018 e atingindo 660 mil toneladas em 2025. Em um cenário mais pessimista, em que o custo de energia sobe ainda mais, em 2025 a produção chegaria em 460 mil toneladas.
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Um dos vilões para o setor, além do elevado custo de energia elétrica no Brasil, é o aumento da importação de produtos transformados no Brasil. A partir do segundo semestre, a entidade acredita que o consumo doméstico irá superar o suprimento doméstico, já considerando a oferta de alumínio por meio da recuperação da sucata. Em 2011, o consumo de alumínio no Brasil superou a produção de alumínio primário no País e desde então a recuperação da sucata vem suprindo parte da demanda nacional.
A Abal projeta também que o preço do alumínio deverá ficar entre US$ 1,7 mil a US$ 1,9 mil por tonelada até 2015, valor ainda considerado baixo e que desestimula a produção. No entanto, a entidade projeta que esse preço não será sustentável no médio prazo e que a partir de 2015 ele subirá de uma faixa de US$ 2,1 mil a tonelada a US$ 2,4 mil tonelada.
Em relação ao consumo de alumínio em 2014, a entidade projeta um crescimento de 5,2%, influenciado, principalmente pelo setor de embalagens, que favorecem o consumo de chapas de alumínio. O principal destaque, de acordo com a Abal, é o setor de bebidas. A finalização de obras na construção civil também trará um efeito positivo. A previsão da entidade foi divulgada durante o Congresso Internacional do Alumínio, que começou nesta terça-feira, 01, em São Paulo.
Código da Mineração
O presidente da Votorantim Metais, Tito Martins, que também é presidente do conselho diretor da Abal, acredita que o código da mineração não será votado neste ano e que, assim, ficará apenas para 2015. "Ele não entrou na lista de prioridade do governo", disse o executivo durante o evento.
"A redação original vinda do governo criou parâmetros que não necessariamente iriam auxiliar a indústria de mineração no Brasil e trazia para o poder federal o controle de investimentos", disse o executivo. No entanto, destacou Tito, o texto foi modificado diante de discussões no próprio Congresso e pelos relatores do projeto. "A minuta ficou muito melhor do que a minuta vinda do governo. Criou um impasse e o código está congelado. Será algo polêmico, no ano que vem", disse.
O presidente da Votorantim Metais afirmou ainda que uma mudança da legislação do setor deveria ter sido feita há 10, 15 anos. "Hoje o boom do mercado passou, há um maior grau de dificuldade, os custos de investimentos subiram", completou.