O mercado brasileiro consumiu em média 79,944 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural no primeiro trimestre do ano, o que representa uma expansão de 6% em relação ao total comercializado no mesmo período de 2014. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), responsável pela elaboração do levantamento, o resultado é puxado principalmente pela destinação de gás para a operação das térmicas.
Diante da falta de chuvas e do atual baixo volume de água dos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem mantido as térmicas a gás operando a plena capacidade. Com isso, o consumo de gás para geração elétrica cresceu 17,5% no trimestre e atingiu a marca de 35,910 milhões de (m³/d).
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A variação consolidou a geração energia como principal destino do gás brasileiro neste momento. O segmento industrial, que desde o ano passado perdeu a liderança do ranking, ampliou a demanda em apenas 0,8% no trimestre. Foram consumidos 28,467 milhões de (m³/d)
As categorias Geração de energia e Indústria foram exceção neste início de ano, segundo os dados da Abegás. Outros grandes mercados consumidores apresentaram retração de demanda. Foi o caso dos mercados automotivo e de cogeração, com retração de 3,5% e 5%, respectivamente. Ainda entre os principais destinos do gás vendido no Brasil, a categoria Outros, que inclui o gás natural comprimido (GNC), amargou retração de 9,7%.
Março
O aumento da demanda foi mais discreto em março, quando comparado ao mesmo período de 2014 (+1%) e também em relação a fevereiro (+0,6%). A explicação está no consumo de 36,953 milhões de (m³/d) por parte das térmicas, uma alta de apenas 3% em relação a março do ano passado. A alta menos expressiva é explicada pela base de comparação mais forte, dado que o consumo de gás pelas térmicas em 2014 apresentou um salto a partir de fevereiro. Em março houve nova elevação, consolidando-se acima de 30 milhões de (m³/d)
Exceção ao segmento elétrico, todos os demais principais consumidores de gás apresentaram demanda menor em março deste ano, quando comparado a igual intervalo de 2014. O segmento industrial apresentou retração de 0,2%. O segmento automotivo encolheu 1,5%. Na cogeração a queda foi de 3,3% e na categoria Outros, de 0,5%.
O aumento de demanda no mês ficou concentrado nos segmentos residencial, com alta de 0,5%, e comercial, com variação de 2%. Ambos, contudo, consomem menos de 1 milhão de (m³/d) por dia.
Na comparação entre março e fevereiro, a Abegás destaca o desempenho das categorias residencial e cogeração. O consumo dos dois segmentos apresentou elevação de 11% e 6,7%, respectivamente, e pela primeira vez desde 2013 são os principais responsáveis pelo aumento da demanda, segundo o ONS.
"O crescimento do consumo em residências reflete os investimentos feitos pelas concessionárias em expansão das redes de distribuição, levando a segurança, praticidade e conforto do gás natural aos consumidores", destacou em nota o presidente da Abegás, Augusto Salomon.