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Catorze meses depois da aprovação do novo marco regulatório no Congresso Nacional, empresários do setor portuário pedem mudanças e adaptações na legislação. Um documento de 25 páginas, produzido pela Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), será entregue ao ministro da Secretaria de Portos, César Borges, e aos presidenciáveis a partir da semana que vem. No documento, há uma série de sugestões de como tornar o setor mais competitivo e dados sobre a necessidade de novos investimentos.

Entre as mudanças mais significativas está a transferência de administração das autoridades portuárias estatais (Companhias Docas) para o setor privado. A associação não descarta, entretanto, outras possibilidades que levem à construção de um novo modelo caracterizado pela gestão autônoma e profissional. Os executivos também pedem maior liberdade para a agência reguladora, a Antaq, atuar na regulação do setor.

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"A SEP e a Antaq têm de ter agilidade para liberar a expansão do setor", diz o presidente da ABTP, Wilen Manteli. Ele afirma que hoje há 41 terminais que aguardam pedido de renovação dos arrendamentos e expansão de seus terminais na Antaq. Além disso, afirma o executivo, a nova Lei dos Portos criou uma série de entraves que podem simplesmente serem revistos para melhorar a burocracia no setor.

Um deles é a exigência de que todo Terminal de Uso Privado (TUP) apenas seja autorizado depois de um anúncio público ou chamada pública para identificar o interesse de outros investidores no projeto.

"A inconsistência de tal exigência decorre do fato de que a própria lei exige que o interessado em autorização de instalação portuária apresente título de propriedade, inscrição de ocupação e cessão de direito real ou outro instrumento jurídico que assegure o direito de uso do respectivo terreno", afirmam os empresários no documento.

Outro ponto é a limitação imposta pelo governo para a expansão dos TUPs. Para terminais que estão fora da área dos portos organizados, ampliações superiores a 25% devem passar por outro processo de anúncio público. "Não há explicação técnico-jurídica que justifique tal dispositivo, muito menos o porcentual de 25%, pois a sustentabilidade desses empreendimentos está diretamente ligada à expansão das áreas e das atividades produtivas."

Investimento

As propostas para os presidenciáveis também inclui capítulos ligados à mão-de-obra, acessos terrestres e aquaviários e tributação. "O papel da ABTP é defender o porto como um todo, seja dentro do complexo ou no seu entorno", diz Manteli. Ele destaca que, entre 2003 e 2013, a iniciativa privada investiu R$ 13 bilhões no setor enquanto o governo orçou R$ 19 bilhões e investiu 47% do valor. Em média, diz ele, o volume que o poder público aplicou no sistema portuário representou 0,07% do Produto Interno Bruto (PIB).

O plano atual do governo federal prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões em dragagem e R$ 2,6 bilhões em acesso terrestre até 2017. "Isso não é suficiente. Se a competitividade dos portos é baixa, não é por causa dos terminais, que têm melhorado seus indicadores, mas pelo acesso. Não temos calado (profundidade), não temos ferrovia e o acesso rodoviário é ruim."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o anúncio nesta sexta-feira dos critérios para o arrendamento do Porto de Santos e outros cinco portos do Pará, a Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP) divulgou nota criticando as condições e a modelagem propostas pelo governo. Segundo a entidade, os parâmetros são incompatíveis com a realidade de investimentos do Brasil e "elevam significativamente" o risco de desinvestimento e de judicialização do setor portuário.

Para a ABTP, a licitação de áreas que ainda estão sob a vigência de contratos com os atuais arrendatários até 2015 ou 2016 e a possibilidade dos novos arrendamentos terem prazos curtos, de até 10 anos, não são atraentes para investidores. "Os prazos de contrato oferecidos pelo governo devem permitir que os empreendedores amortizem seus investimentos e obtenham taxas atrativas de retorno", afirma a nota.

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A associação alerta ainda que as empresas que operam terminais privados situados nesses seis portos estão amparadas por decisões judiciais que garantem a continuidade das suas operações. Segundo a ABTP, a medida do governo representa o recuo em investimentos imediatos de mais de R$ 10 bilhões, que estão represados.

Prevendo as críticas do setor privado, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, fez mais cedo um discurso duro defendendo a atratividade de todo o conjunto de concessões de logística de transportes que o governo vem tentando destravar. Segundo ela, não há a intenção de tabelar o retorno dos investidores.

"O governo tem oferecido oportunidades de bom retorno e tem oferecido financiamento e garantias. Se o operador cumprir o nível contratado com eficiência, não interessa ao governo se a taxa de retorno será de 10%, 20% ou 30%. Se for maior, só resta ao governo parabenizá-lo pela capacidade de gestão", disse a ministra pela manhã, na apresentação dos novos arrendamentos de portos.

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