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O operador financeiro Adir Assad conseguiu movimentar cerca de R$ 1,8 bilhão em contas de suas empresas de fachada hospedadas em 14 agências de seis bancos ao manter uma boa relação com os gerentes. Além de presentear gerentes das agências com ingressos para grandes shows, Assad revelou, em depoimento à Justiça, que conquistava a confiança dos bancos ao comprar títulos de capitalização e outros produtos bancários oferecidos pelos gerentes das contas.

Assad é apontado como o maior "noteiro" a atuar nos desvios apurados na Lava Jato. Suas empresas de fachada transformavam notas frias emitidas para grandes empreiteiras em dinheiro em espécie que, segundo ele, era encaminhado a operadores de propina e agentes públicos. Atualmente, mesmo após assinar um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF), continua preso na carceragem de Polícia Federal em Curitiba.

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Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, titular da Lava Jato no Rio de Janeiro, Assad disse que nunca pagou propina diretamente aos gerentes, mas que os agradava com "mimos". "Comprávamos seguros, fechávamos consórcios, oferecíamos para os gerentes ingressos de shows e eventos", disse Assad, que tinha acesso a entradas de concertos porque também atuava no setor de eventos.

Entre 2006 e 2014, cinco empresas de fachada ligadas a Assad se valeram de contas em 14 agências de seis bancos da capital paulista. Duas agências do Bradesco - uma na Avenida Brasil e outra na Eng. Luiz Carlos Berrini - concentram 66% dos valores movimentados pelas empresas de Assad, de R$ 1,2 bilhão. As empresas são a Legend, Rock Star, Soterra, SM terraplanagem e Power To Ten.

Com R$ 1 bilhão, entre créditos e débitos, em contas de agências do Bradesco, Itaú, Santander, Citibank e Banco do Brasil, a Legend Engenheiros lidera o ranking das empresas do operador com maior movimentação.

Investigações

A Receita Federal investigou a Legend. Segundo os auditores, a empresa nunca teve funcionários, e os endereços de seus registros eram residências que não comportavam sua atividade de aluguel de máquinas. "Não nos parece crível que esta empresa consiga realizar uma real prestação de serviços sem nunca ter tido em seus ativos as máquinas, equipamentos, veículos e caminhões para tal fim", diz a Receita.

Também na agência do Bradesco na Berrini, a SM Terraplanagem movimentou R$ 347,9 milhões. A empresa sofreu devassa da Receita e os auditores constataram a incapacidade da firma para prestar os serviços declarados. Um dos endereços em que está registrada, em Santana no Parnaíba (SP), diz a Receita, é a residência de uma senhora que diz alugar domicílio tributário a vários interessadas. A SM também movimentou valores em agências do Santander (R$ 13 milhões) e do Citibank (R$ 10,4 milhões).

Advogado de Assad, Pedro Bueno de Andrade disse que seu cliente precisa prestar todos os esclarecimentos à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O operador financeiro Adir Assad afirmou em acordo de delação premiada ter repassado, entre 2010 e 2011, de R$ 1,2 milhão a R$ 1,4 milhão em espécie para a Yuny Incorporadora - empresa que tem como sócios Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, filhos do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer.

Assad é apontado como o maior "noteiro" a atuar nos desvios apurados na Lava Jato e em pelo menos outras duas operações: a Monte Carlo e a Saqueador. Segundo o Ministério Público Federal, as empresas de fachada do operador firmavam contratos fictícios com grandes empresas. O valor dessas notas, descontado o porcentual cobrado por Assad, era transformado em dinheiro em espécie e devolvido à empresa ou a operadores de propina indicados por ela.

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O operador financeiro teve a prisão preventiva decretada quatro vezes desde 2015. Ele foi solto por duas vezes, mas novamente levado à prisão por decisão do juiz Sérgio Moro, em agosto de 2016. Assad foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

José Yunes, por sua vez, deixou o governo Temer após ter sido citado na delação de Cláudio Mello, da Odebrecht. O executivo disse que parte dos R$ 10 milhões solicitados em reunião no Palácio do Jaburu, da qual o ministro Eliseu Padilha e Temer participaram, teria sido entregue no escritório de Yunes, na capital paulista. O advogado também é investigado no inquérito sobre o chamado Decreto dos Portos. A hipótese da Polícia Federal é de que ele seria um dos intermediários para recebimentos ilícitos de Temer. Os dois negam irregularidades.

A delação de Assad, firmada com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Rio e São Paulo, já foi homologada pela Justiça Federal. Segundo o operador, um funcionário de suas empresas foi responsável por apresentar o representante da Yuny que propôs a assinatura do contrato fraudulento que deu origem aos valores em espécie. Assad não nomeou quem seriam as pessoas que o procuraram nem o destinatário dos valores.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou em março do ano passado que empresas ligadas à Yuny Incorporadora pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para empresas de Assad. As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros. A Legend e a SM, segundo o Ministério Público Federal, não possuíam condições para funcionar e eram emissoras de notas frias utilizadas para produzir dinheiro em espécie. Esses valores abasteciam o caixa 2 de empresas interessadas em pagar vantagens indevidas a agentes públicos e a partidos políticos, conforme a Procuradoria.

Do grupo Yuny, repassaram valores às empresas de Assad a Yuny GTIS Leopoldo, Yuny GTIS Abell, Yuny VCEP, Yuny Pirap Empreendimentos, Yuny Vila Romana, Yuny Apollo, Yuny Polaris Participações, Yuny Gemini, Yuny Halley Participações, Yuny Vila Carrão e Yuny GTIS Atillio Innocenti.

Defesas

Em nota, a Yuny Incorporadora disse que "tanto a empresa como seus representantes nunca tiveram nenhum relacionamento comercial ou pessoal" com Adir Assad. Afirmou ainda que, "para a implementação de seus empreendimentos, conta com a colaboração de dezenas de construtoras e mais de 3.000 fornecedores e outros prestadores de serviço terceirizados, a maior parte indicada pelos próprios contratados".

O advogado de Assad, Pedro Bueno de Andrade, disse que, na condição de colaborador, ele tem esclarecido às autoridades todos os fatos nos quais esteve envolvido. "Esclarecimentos sobre quaisquer fatos serão prestados por ele à Justiça."

Procurado, José Yunes não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A quebra de sigilo das empresas de Adir Assad, apontado como operador de propinas, revela que empresas dos filhos de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer, pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para firmas consideradas de fachada.

As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, todas ligadas a Yuny Incorporadora, aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros.

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A Legend e a SM, segundo investigações do Ministério Público Federal, não possuíam condições para funcionar e eram emissoras de notas frias utilizadas para produzir dinheiro em espécie que abastecia o caixa 2 de empresas interessadas em pagar vantagens indevidas a agentes públicos e partidos políticos.

Entre 27 de maio de 2010 e 24 de novembro de 2011, as empresas de empreendimentos imobiliários Yuny repassaram R$ 976 mil para a SM. Para a Legend foram outros R$ 235 mil no período de dezembro de 2008 até agosto de 2010. Do grupo Yuny, repassaram valores às empresas de Assad a Yuny GTIS Leopoldo, Yuny GTIS Abell, Yuny VCEP, Yuny Pirap Empreendimentos, Yuny Vila Romana, Yuny Apollo, Yuny Polaris Participações, Yuny Gemini, Yuny Halley Participações, Yuny Vila Carrão e Ynuy GTIS Atillio Innocenti.

José Yunes, pai de Marcos e Marcelo, deixou o governo após ter sido citado na delação de Claudio Mello Filho, da Odebrecht. O executivo disse que parte dos R$ 10 milhões solicitados em reunião no Palácio do Jaburu, da qual o ministro Eliseu Padilha e Temer participaram, teria sido entregue no escritório de Yunes, na capital paulista.

Depois da divulgação da delação, Yunes prestou depoimento espontâneo na Procuradoria-Geral da República e afirmou ter sido utilizado como "mula involuntária" por Padilha, este último o destinatário dos valores entregues pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, preso na Papuda.

Além da SM e Legend, as empresas de Assad - Rock Star, Power To Ten, Soterra e SP Terraplanagem - movimentaram cerca de R$ 1,3 bilhão provenientes de grandes companhias.

O empresário teve a prisão preventiva decretada quatro vezes desde 2015. Chegou a ser solto duas vezes, mas foi novamente levado à prisão por decisão do juiz Sergio Moro. Ele foi condenado na Lava Jato a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Assad negocia um acordo de colaboração com a Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Operação Lava Jato voltou a prender na manhã desta sexta-feira (19) o lobista Adir Assad, em São Paulo, em cumprimento a ordem do juiz federal Sérgio Moro. Adir Assad está a caminho de Curitiba, base da Lava Jato.

O magistrado ordenou na quinta-feira (18), que o lobista e doleiro fosse recolhido "à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial".

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Na noite de quinta o advogado Miguel Pereira Neto, que defende Adir Assad, anexou petição aos autos da Lava Jato em que informou que "em respeito às decisões judiciais", o lobista se comprometia a se apresentar à autoridade policial.

Investigado em diversas operações contra corrupção, Adir Assad foi alvo de três mandados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Na terça-feira, 16, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Assad, no âmbito da Operação Saqueador, e fixou sete medidas cautelares, entre elas entrega de passaporte e proibição de deixar o País. Na decisão de prender Adir Assad, o juiz Moro relata que a defesa do lobista informou que "o cliente retornou à sua residência".

"Aparentemente, a autoridade carcerária, ao cumprir o alvará de soltura decorrente do habeas corpus 366.806 proveniente do Superior Tribunal de Justiça e em relação à prisão preventiva decretada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, descuidou da ordem de prisão vigente existente contra o condenado e exarada por este Juízo", afirmou Moro.

"Assim, comunique-se, com urgência, a autoridade policial local para que proceda ao cumprimento do mandado de prisão do evento 244, recolhendo Adir Assad à prisão. Por ora, poderá Adir Assad permanecer recolhido à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial."

O lobista foi capturado preventivamente em 16 de março de 2015 e condenado pelos crimes de lavagem e de associação criminosa a 9 anos e dez meses de prisão. A sentença foi imposta em 21 de setembro de 2015.

Adir Assad foi colocado em prisão domiciliar no dia 16 de dezembro do ano passado, com tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Em 5 de agosto de 2016, Moro restabeleceu a prisão preventiva de Adir Assad, que, segundo esta investigação, teria recebido R$ 18 milhões do Consórcio Interpar, fornecedor da Petrobrás, para repasse a executivos da Diretoria de Serviços da estatal.

Na decisão de agosto, o juiz Moro o classificou como "um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido reiterada e sistematicamente em diversos esquemas criminosos, evidenciando risco à ordem pública".

Em junho deste ano, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão de Adir Assad na Operação Pripyat, que investiga corrupção e propina nas obras da Usina de Angra 3, e também na Operação Saqueador, que apura lavagem de dinheiro pela empresa Delta Construções S/A.

Adir Assad deixou a prisão domiciliar, decretada pela Lava Jato, no Paraná, e foi capturado preventivamente no Rio.

Adir Assad era conhecido pela promoção de shows e eventos no Brasil sendo responsável por trazer a banda U2 e as cantoras Amy Winehouse e Beyonce para exibições no País. Com uma vasta rede de empresas de fachada e laranjas, porém, ele acabou ganhando destaque nas páginas policiais a partir de março de 2015.

Em 10 de agosto, o empresário Samir Assad, irmão de Adir, foi preso e denunciado pela Operação Irmandade, desdobramento da Pripyat.

A Procuradoria da República acusa Samir por 223 crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa, por supostamente liderar, ao lado do irmão Adir, o núcleo financeiro operacional responsável por empresas de fachada que intermediavam o repasse de vantagens indevidas e geravam caixa 2 para pagamentos de propina em espécie pela construtora Andrade Gutierrez a diretores da Eletronuclear na construção da Usina de Angra III.

O vai e vem de Adir Assad ganhou mais um capítulo. O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, ordenou nesta quinta-feira, 18, capturar novamente o lobista e doleiro e recolhê-lo "à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial".

Investigado em diversas operações contra corrupção, Adir Assad foi alvo de três mandados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat - desdobramento da Lava Jato no Estado fluminense.

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Na terça-feira, 16, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Assad, no âmbito da Operação Saqueador, e fixou sete medidas cautelares, entre elas, entrega de passaporte e proibição de deixar o País.

Na decisão que manda prender Adir Assad, o juiz Moro relata que a defesa do lobista informou que "o cliente retornou à sua residência".

"Aparentemente, a autoridade carcerária, ao cumprir o alvará de soltura decorrente do habeas corpus 366.806 proveniente do Superior Tribunal de Justiça e em relação à prisão preventiva decretada pela 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, descuidou da ordem de prisão vigente existente contra o condenado e exarada por este Juízo", afirmou Moro.

"Assim, comunique-se, com urgência, a autoridade policial local para que proceda ao cumprimento do mandado de prisão do evento 244, recolhendo Adir Assad à prisão. Por ora, poderá Adir Assad permanecer recolhido à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial."

Na Lava Jato, no Paraná, o lobista foi capturado preventivamente em 16 de março de 2015 e condenado pelos crimes de lavagem e de associação criminosa a 9 anos e dez meses de prisão. A sentença foi imposta em 21 de setembro de 2015.

Adir Assad foi colocado em prisão domiciliar no dia 16 de dezembro do ano passado, com tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Em 5 de agosto de 2016, Moro restabeleceu a prisão preventiva de Adir Assad, que, segundo esta investigação, teria recebido R$ 18 milhões do Consórcio Interpar, fornecedor da Petrobras, para repasse a executivos da Diretoria de Serviços da estatal.

Na decisão de 5 de agosto em que restabeleceu a prisão preventiva de Adir Assad, o juiz Moro o classificou como "um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido reiterada e sistematicamente em diversos esquemas criminosos, evidenciando risco à ordem pública".

Em junho deste ano, a 7.ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão de Adir Assad na Operação Pripyat, que investiga corrupção e propina nas obras da Usina de Angra 3, e também na Operação Saqueador, que apura lavagem de dinheiro pela empresa Delta Construções S/A.

Adir Assad deixou a prisão domiciliar, decretada pela Lava Jato, no Paraná, e foi capturado preventivamente no Rio.

Em 10 de agosto, o empresário Samir Assad, irmão de Adir, foi preso e denunciado pela Operação Irmandade, desdobramento da Pripyat.

A Procuradoria da República acusa Samir por 223 crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa, por supostamente liderar, ao lado do irmão Adir, o núcleo financeiro operacional responsável por empresas de fachada que intermediavam o repasse de vantagens indevidas e geravam caixa 2 para pagamentos de propina em espécie pela construtora Andrade Gutierrez a diretores da Eletronuclear na construção da Usina de Angra III.

Defesa

O advogado Miguel Pereira Neto, que defende Adir Assad, afirmou: "O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça entenderam pela suficiência da domiciliar e das demais cautelares, inexistindo qualquer elemento concreto posterior a contemporaneidade de 2008 a 2011. A partir do momento em que ele pode retornar para a domiciliar, retornam as condições de cumprimento da prisão domiciliar. Vamos adotar as medidas cabíveis novamente. Essa alternância de prende e solta de fatos que tratam da mesma época fere a segurança jurídica e no fundo inova numa decisão do Supremo."

O lobista Adir Assad - pivô do escândalo da construtora Delta, em 2012 - permaneceu calado durante seu interrogatório nesta terça-feira, 17, aos delegados da Polícia Federal. Assad foi um dos presos na Operação Que País é Esse, décima fase da Lava Jato, deflagrada um dia antes, que teve como alvo central o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque.

A PF quis saber se Assad fez parte da engrenagem usada para desviar e lavar o dinheiro da propina paga por empreiteiras do cartel nas obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. A obra de R$ 2,2 bilhões teria sido alvo de desvios de pelo menos R$ 84,6 milhões, afirma a força-tarefa do Ministério Público Federal.

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Denúncia criminal contra Duque, Assad e outros 25 envolvidos, oferecida à Justiça Federal na segunda-feira, 16, esclarece o caminho do dinheiro da propina que passou pelo lobista antes de chegar ao ex-diretor de Serviços - também preso na segunda-feira - e seu ex-braço direito Pedro Barusco (que era gerente de Engenharia).

Um mapa desenhado pelos procuradores da Lava Jato mostra que do total desviado das obras da Repar via Consórcio Interpar (Mendes Jr, MPE e SOG), R$ 36,4 milhões passaram por cinco empresas de fachada controladas pelo lobista (Rock Star, Power, Soterra, Legend e SM).

"Adir Assad controlava uma complexa estrutura de empresas", afirmou o procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato. As empresas citadas na Lava Jato são parte da lavanderia criada pelo lobista e que foi usada no escândalo envolvendo a construtora Delta e o bicheiro Carlos Cachoeira.

O destino final do dinheiro desviado da Repar era a cota da propina para Duque e Barusco - indicados pelo PT aos cargos que ocupavam para operar uma arrecadação de 2% nos contratos da estatal.

O mapa da Lava Jato mostra que a propina ia da estrutura de lavagem criada por Adir para os dois agentes públicos de duas forma: em espécie entregues diretamente ao ex-diretor e ex-gerente da estatal, ou via contas no exterior que os dois mantinham (contas Dole Tech e Rhea), passando antes por uma conta de outro lobista, Mário Góes (Maranelle).

"Assad ou retornava os recursos em espécie permitindo que os recursos, à partir daí, fossem usados para pagar propina sem que ficasse rastro do dinheiro ou ele providenciava os pagamentos diretamente no exterior", explicou o procurador, em entrevista na segunda-feira.

Ontem, Assad permaneceu calado ao ser questionado pela PF se ele era sócio das cinco empresas de fechada. Os delegados ouvira ainda Sônia Branco, Dário Teixeira Alves Júnior. O lobista foi questionado se havia depositado dinheiro em conta no exterior de Mário Góes para repasse a Duque e Barusco e sobre sua relação com o delator Augusto Mendonça e outros investigados. Ele permaneceu calado.

Apenas negou conhecer ou ter falado com Mendonça, da Setal Óleo e Gás (SOG), que confessou ter pago propina na Diretoria de Serviços e na de Abastecimento, via estruturas criadas por quatro operadores alvos da Lava Jato: Assad, Góes, Alberto Youssef e João Vaccari Neto - tesoureiro do PT.

O advogado Miguel Pereira, que defende Adir Assad, rechaçou enfaticamente as suspeitas contra seu cliente. Pereira não admite a comparação dos investigadores que atribuem a Assad o papel de operador de propina. "Assad é um engenheiro civil de formação, sempre trabalhou em obras, efetivamente trabalha em obras", declarou Miguel Pereira.

Assad é apontado pela PF como operador de propinas da empreiteira Delta, alvo de outro escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, em 2012.

Miguel Pereira disse que "existem elementos para buscar a revogação dessa prisão preventiva". "A situação (de Assad) não preenche nenhum requisito para a prisão preventiva", pondera o advogado.

A Justiça Federal decretou o sequestro de R$ 40 milhões nas contas do lobista Adir Assad e de seis empresas ligadas a ele, usadas para movimentar propina, segundo a Operação Lava Jato. Foi decretado ainda o bloqueio em contas de três pessoas que eram usadas como 'laranjas' por Assad.

O lobista foi preso na manhã desta segunda-feira, 16, na décima fase da Lava Jato batizada de Operação 'Que País É Esse?'. O alvo principal é o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, que também foi preso preventivamente.

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O advogado Miguel Pereira, que defende Adir Assad, rechaçou enfaticamente as suspeitas da Polícia Federal contra seu cliente. Pereira não admite a comparação dos investigadores que atribuem a Assad o papel que foi protagonizado por Marcos Valério, operador do mensalão. "Assad não é Marcos Valério, é um engenheiro civil de formação, sempre trabalhou em obras, efetivamente trabalha em obras", declarou Miguel Pereira.

Assad é apontado pela PF como operador de propinas da empreiteira Delta, alvo de outro escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, em 2012.

O advogado disse que vai tomar ciência do que consta formalmente contra Assad nos autos da Operação Lava Jato e definir a estratégia para tentar derrubar a ordem de prisão preventiva.

"Os autos correm em segredo, ainda vamos ter acesso a eles. O ideal é que o processo corra de acordo com toda a segurança jurídica e o respeito ao devido processo legal."

Miguel Pereira disse que "existem elementos para buscar a revogação dessa prisão preventiva".

"A situação (de Assad) não preenche nenhum requisito para a prisão preventiva", pondera o advogado. "Ele não é Marcos Valério, não é lobista, não é doleiro. É engenheiro e também trabalha na área de shows."

O empresário e lobista Adir Assad, preso nesta segunda feira, 16, pela Polícia Federal na Operação 'Que País é Esse?', é apontado como o 'Marcos Valério do esquema Delta', a empreiteira que se associou ao contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo a PF, Assad agia como operador dos esquemas da Delta para repasse de propinas a políticos, o que lhe valeu a comparação com o operador do mensalão - Marcos Valério foi acusado de fazer repasses de dinheiro ilícito a políticos.

Na Operação Lava Jato, dois delatores - os executivos Júlio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça - afirmaram terem pago propinas de até R$ 60 milhões ao ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e ao PT. Eles indicaram ainda a conta 'Marinelo' mantida por Duque no exterior, na qual depositaram US$ 1 milhão. Revelaram, ainda, que o esquema envolvendo a diretoria controlada pelos petistas na estatal petrolífera movimentava dinheiro via empresas de fachada ligadas à construtora Delta e ao lobista Adir Assad.

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Assad tem um longo histórico de ligações com empresas de fachada geralmente usadas para financiamento de campanhas com recursos desviados de obras públicas. A empreiteira Delta foi alvo das investigações que resultaram na prisão de Carlinhos Cachoeira.

Agora na mira da Operação 'Que País é Esse?', na qual também foi capturado o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, o lobista Assad aparece como sócio majoritário ou gestor de dezenas de companhias que só existem no papel, segundo os investigadores.

Em setembro de 2013, a PF deflagrou a Operação Saqueador. Na ocasião, a PF informou que a Delta e seu controlador, o empresário Fernando Cavendish, transferiram R$ 300 milhões para 19 empresas de fachada entre 2007 e 2012. O dinheiro era sacado em espécie, nos bancos, por pessoas que tinham procurações das empresas fictícias.

Na Operação Saqueador, 100 policiais federais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão no Rio, São Paulo e Goiás. Amparada na quebra do sigilo bancário de cerca de 100 pessoas físicas e jurídicas, autorizada em 2012 pela CPI do Cachoeira, a Polícia Federal constatou que Assad aparece como laranja de quase uma dezena de empresas de fachada, por meio das quais fazia emissão de notas frias de serviços e locação de máquinas e equipamentos para a empreiteira.

O sistema, segundo os federais, permitia que recursos desviados de obras públicas retornassem ao caixa da empreiteira e, depois, eram usados para duas finalidades: corromper servidores para ganhar licitações e financiar campanhas eleitorais por meio de caixa 2.

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