Tópicos | Aidar

O ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, lamentou nesta quarta-feira a morte do antecessor, Juvenal Juvêncio, vítima de câncer de próstata. Os dois foram aliados políticos por muito tempo até romperem relações em 2014, quando Aidar ocupava o cargo de mandatário e demitiu o antigo colega do cargo da chefia das categorias de base do clube, decisão que promoveu um "racha" no Conselho Deliberativo.

Aidar soube do falecimento de Juvêncio pelo contato com a reportagem do Estado de S.Paulo na manhã desta quarta-feira. "O mundo é uma imensa fila e todos estão nela. Que Deus proteja sua alma", disse o ex-dirigente, que evitou dar mais declarações. Os dois trabalharam juntos em gestões na presidência do time do Morumbi. Aidar antecedeu o antigo aliado como mandatário nos anos 1980 e, depois, já em 2014, foi a vez de Juvêncio retribuir com a sucessão.

##RECOMENDA##

Em setembro de 2014 os dois romperam relações, em movimento que dividiu a política do São Paulo. Aidar acusou o antecessor de ser o culpado pela crise financeira do clube e acirrou a rivalidade interna no Conselho Deliberativo. O rompimento fez com que antigos aliados de Juvêncio deixassem a gestão de Aidar e passassem a ser opositores.

Os dois nunca mais voltaram a ser falar. Quando Aidar estava para renunciar ao cargo, decisão oficializada em outubro, Juvêncio já estava afastado da vida política do clube para tratar de problemas de saúde. O ex-presidente deixou de frequentar a reuniões do Conselho e não participou do pleito para escolha do sucessor do antigo rival, quando Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, foi eleito.

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, vai se reunir na terça-feira (13) com ex-membros da diretoria e comunicar que renuncia ao cargo. Acuado pela crise política e isolado pela saída de antigos aliados, o dirigente tomou a decisão durante o fim de semana e sai para evitar um processo de impeachment, que já tem sido articulado por opositores. A informação foi confirmada pela reportagem neste domingo.

Aidar convocou um encontro com antigos colegas de gestão na próxima terça-feira para oficializar a saída do cargo e entregar ao Conselho Deliberativo a carta de renúncia. O presidente do órgão, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vai passar a assumir a presidência do clube por 30 dias e, ao fim do prazo, terá de convocar novas eleições. O mandato do sucessor de Aidar vai até abril de 2017.

##RECOMENDA##

Os acontecimentos da última semana minaram a força política de Aidar e o isolaram no cargo. No sábado, o presidente recebeu o comunicado de que o grupo político liderado pelo seu antigo vice, Júlio Casares, havia retirado o apoio e passava a integrar a oposição. Na sexta, o presidente se reuniu com as suas filhas e repensou a decisão de continuar no comando diante de tantos conflitos.

A crise política no clube se acelerou na última semana com o rompimento entre o presidente e Ataíde Gil Guerreiro, ex-vice de futebol. Os dois brigaram na segunda-feira e na sequência, Guerreiro foi exonerado. A saída do dirigente responsável por cuidar do departamento de futebol motivou um princípio de demissão coletiva na diretoria e Aidar resolveu, então, solicitar a todos que entregassem seus cargos.

Na quinta-feira, Aidar convocou uma reunião com ex-presidentes do clube para conversar sobre as mudanças na gestão e pedir para que acompanhassem o trabalho de reestruturação de diretoria. Embora ainda estivesse confiante, o dirigente viu o e-mail do ex-aliado Ataíde Gil Guerreiro ser publicado na imprensa com acusações graves à gestão, como denúncias de irregularidades e desvio de dinheiro em transferências. No texto, Ataíde comenta que gravou uma conversa entre os dois para provar.

O dossiê preparado por Ataíde motivou a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo. No próximo dia 22, os membros devem ir ao Morumbi para ouvir a gravação da conversa e escutar o depoimento do ex-vice de futebol. A oposição também pretendia articular um impeachment, com a entrada de um ofício contra o presidente do São Paulo.

Aidar assumiu o cargo em abril de 2014, como antecessor de Juvenal Juvêncio. Foi a segunda passagem do dirigente pelo clube. A primeira foi entre 1984 e 1988, quando o São Paulo conquistou como principal título o Campeonato Brasileiro de 1986.

A diretoria do São Paulo está preocupadíssima com a arbitragem para o decisivo clássico desta quarta-feira, contra o Corinthians, pela Copa Libertadores, pois a escolha de Sandro Meira Ricci não traz boas lembranças para o torcedor tricolor. Nas 17 partidas que já apitou do clube, foram sete vitórias, três empates e sete derrotas. Para piorar, foram marcados quatro pênaltis a favor do adversário e nenhum para o time do Morumbi.

"Fico preocupado com a escolha dele. O retrospecto é ruim em relação ao São Paulo. Em 17 partidas, tivemos dez jogadores expulsos e o Corinthians só teve um. Estamos preocupados com a arbitragem e espero que ele não confirme essa estatística desastrosa", afirmou Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo.

##RECOMENDA##

O fator que chama a atenção é que o juiz brasileiro da Copa do Mundo não costuma poupar os cartões vermelhos nos duelos tricolores. Tanto que nesses confrontos que apitou foram 10 expulsos do São Paulo contra seis do adversário, sendo que desde dezembro de 2009, seis são-paulinos foram para o chuveiro mais cedo e nenhum jogador do adversário tomou vermelho.

A primeira partida entre Corinthians e São Paulo pela Libertadores foi apitada por Ricardo Marques Ribeiro, que ignorou um empurrão de Emerson no lateral-direito Bruno na jogada que culminou no segundo gol do Corinthians na partida. Vale lembrar que o time do Morumbi costuma pedir arbitragem internacional nas partidas entre brasileiros na Libertadores.

"Eu estive na sede da Conmebol e questionei o presidente da entidade sobre o motivo de não colocar árbitros estrangeiros nas partidas que têm rivalidade local. Ele falou que antes era por motivo de custo, mas que existe a intenção de mudar isso nas próximas competições", continuou Aidar, temeroso da arbitragem de Sandro Meira Ricci.

Confira a lista dos jogos do São Paulo apitados por Sandro Meira Ricci:

20/10/2013 - Campeonato Brasileiro - Fonte Nova

Bahia 0 x 1 São Paulo

Expulsões: Denilson, 33min/1º tempo; Maicon, 31min/2º tempo

1/9/2013 - Campeonato Brasileiro - Maracanã

Botafogo 0 x 0 São Paulo

2/6/2013 - Campeonato Brasileiro - Independência

Atlético-MG 0 x 0 São Paulo

Expulsões: Denilson, 16/2

12/9/2012 - Campeonato Brasileiro - Independência

Atlético-MG 1 x 0 São Paulo

Expulsões: Douglas, 27/1

21/8/2012 - Copa Sul-Americana - Morumbi

São Paulo 2 x 0 Bahia

20/5/2012 - Campeonato Brasileiro - Engenhão

Botafogo 4 x 2 São Paulo

Herrera (pênalti), 22/2

16/10/2011 - Campeonato Brasileiro - Serra Dourada

Atlético-GO 3 x 0 São Paulo

Anselmo (pênalti), 25/2

25/9/2011 - Campeonato Brasileiro - Engenhão

Botafogo 2 x 2 São Paulo

Loco Abreu (pênalti), 39/1

10/8/2011 - Copa Sul-Americana - Presidente Vargas

Ceará 2 x 1 São Paulo

Expulsões: Denilson, 1/2

8/6/2011 - Campeonato Brasileiro - Arena do Jacaré

Atlético-MG 0 x 1 São Paulo

17/10/2010 - Campeonato Brasileiro - Morumbi

São Paulo 4 x 3 Santos

Expulsões: Richarlyson, 12/2

Neymar (pênalti), 26/2

16/5/2010 - Campeonato Brasileiro - Morumbi

São Paulo 1 x 2 Botafogo

6/12/2009 - Campeonato Brasileiro - Morumbi

São Paulo 4 x 0 Sport

Expulsões: Renato Silva, 40/1

Expulsões Rival: Moacir, 32/1; Cesar, 29/2

22/11/2009 - Campeonato Brasileiro - Engenhão

Botafogo 3 x 2 São Paulo

Expulsões: Richarlyson, 26/2

Expulsões Rival: Juninho, 39/2; Jobson, 44/2; Rodrigo Dantas, 45/2

28/10/2009 - Campeonato Brasileiro - Morumbi

São Paulo 1 x 0 Internacional

16/8/2009 - Campeonato Brasileiro - Ilha do Retiro

Sport 1 x 2 São Paulo

Expulsões: Miranda, 25/2; Renato Silva, 38/2

Expulsões Rival: Wilson, 36/2

10/5/2009 - Campeonato Brasileiro - Maracanã

Fluminense 1 x 0 São Paulo

Depois de Muricy Ramalho pedir publicamente a contratação de Diego Lugano, o São Paulo voltou atrás e agora se mexe para tentar trazer o zagueiro de volta. O presidente Carlos Miguel Aidar autorizou o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro a entrar em contato com o uruguaio.

Como rescindiu com o West Bromwich, da Inglaterra, Lugano só precisaria acertar salários, mas é aí que o clube enxerga problemas. Ele recebia quase R$ 1 milhão por mês, e o São Paulo não está disposto a pagar nem metade disso. A dúvida é saber se ele aceitaria uma redução tão drástica.

##RECOMENDA##

Além do salário, os dirigentes acreditam que sua performance física e técnica não será a mesma de sua primeira passagem e temem que o negócio vire um fiasco. O próprio jogador sempre foi reticente com seu retorno com medo de apagar a primeira passagem vencedora no clube.

O ex-presidente Juvenal Juvêncio partilhava da mesma opinião do sucessor e nunca se interessou por um retorno, mas o problema é que agora Lugano está sem clube e a torcida tem pressionado fortemente para o clube ao menos buscar o diálogo. Com a entrada de Muricy na parada, Aidar se viu sem alternativas e levou o assunto adiante.

É certo que o São Paulo por ora navega sozinho se Lugano resolver voltar ao Brasil. O uruguaio afirmou a amigos que não se vê em outro clube no País. Dessa forma, a preocupação maior é com ofertas da Europa e do Oriente Médio. Como seu desempenho no continente europeu foi ruim, as chances maiores são de interessados do mundo árabe.

Eleito presidente apoiado pelo grupo de Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar possivelmente será um dos presidentes de situação com maior abertura às ideias da oposição. Ao menos no discurso, o novo homem forte do clube tem pontuado a necessidade de uma série de alterações em pontos que o antecessor via como vitrines para que o clube volte a brigar por títulos e se modernize.

A primeira delas é a administração do CT de Cotia, destinado às categorias de base. Aidar já manifestou o desejo de transformar o local numa unidade autônoma de negócios para aumentar o lucro do clube com a negociação de jovens e aumentar a produção de talentos para o time principal. Ele pretende debruçar-se sobre o tema para entender sua forma de funcionamento e corrigir a deficiente transição da base para o profissional. "O ideal seria formar o time inteiro na base, mas se não der vamos contratar", disse o presidente, que também quer resgatar a equipe de aspirantes.

##RECOMENDA##

Já no elenco principal o único a ter cadeira cativa com o novo chefe é Muricy Ramalho. Aidar entende que é necessário arejar o ambiente da Barra Funda e estuda cuidadosamente o que fazer com jogadores e membros da comissão técnica. Milton Cruz, intocável na época de Juvenal, não goza do mesmo prestígio com Aidar. Gustavo Vieira de Oliveira, gerente executivo, ganhou muitos pontos e deve ficar. O novo presidente gostou bastante das referências recebidas e possivelmente não mexerá nesse ponto. Aidar também quer dividir o futebol em quatro pastas: profissional, base, relações internacionais e comercial.

Descentralização deve ser uma palavra bastante ouvida de agora em diante. O perfil do novo comandante do São Paulo é oposto ao do antecessor, totalmente personalista na administração. Aidar já encomendou estudos sobre modelos de gestão com quatro das maiores consultorias do país e pretende adotar um deles. A ideia é delegar cargos e agilizar as tomadas de decisão em todos os departamentos.

"Tenho ideia de constituir uma diretoria comercial, uma de feminina que será ocupada pela Mara Casares. Só posso adiantar um nome que é o do Roberto Natel para vice-presidente geral. O restante, estou conversando", afirmou Aidar. Ataíde Gil Guerreiro deve ser o vice de futebol, mas o presidente quer que essa função tenha caráter mais executivo.

ELENCO - Aidar admite que o elenco profissional ainda não é o dos seus sonhos, mas vê um bom caminho traçado. O presidente, no entanto, espera reforçar o plantel e ainda não está totalmente confiante com o futuro de Alexandre Pato no Morumbi. Apesar de não negar a qualidade técnica do jogador, ele tem receio sobre a inconstância do atacante. Se agradar, manterá o plano de comprá-lo do Corinthians como foi revelado pela reportagem na semana passada.

O presidente vê necessidade de um zagueiro para atuar ao lado de Rodrigo Caio e pelo menos uma sombra para Ganso e Luis Fabiano. Não à toa o clube tenta comprar Lucas Pratto, do Vélez, após a participação dos argentinos na Libertadores.

"Uma vantagem que temos sobre todos os demais clubes é que o jogador gosta de vir para o São Paulo. O São Paulo paga em dia, não atrasa nada. Os alojamentos parecem hotéis cinco estrelas. Trata do jogador e da sua família, ajuda numa internação, cuida do dente do atleta, dá auxílio na locação do imóvel, cuida para o jogador não gastar seu dinheiro de forma errada...ninguém mais faz isso", diz.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando