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Os americanos vacinados contra a covid-19 podem dizer adeus a um dos símbolos da pandemia: para eles, as autoridades de saúde suspenderam nesta quinta-feira (13) a recomendação de usar máscaras - um "grande dia", segundo Joe Biden.

"Se você está totalmente vacinado, não precisa mais usar máscara!", declarou o presidente, comemorando a notícia em um breve discurso televisionado no gramado da Casa Branca.

“Acho que este é um grande passo, um grande dia”, acrescentou, pedindo a todos os que ainda não foram vacinados que o façam sem demora.

Cerca de 35% da população dos Estados Unidos, mais de 177 milhões de pessoas, estão totalmente imunizadas contra a Covid-19, tendo sido inoculadas com uma única dose da vacina Johnson & Johnson ou as duas da Pfizer ou da Moderna.

“Qualquer pessoa que esteja totalmente vacinada pode participar de atividades internas e externas, pequenas ou grandes, sem usar máscara ou [respeitar] a distância física", declarou Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a principal agência federal de saúde pública do país.

“Se você estiver totalmente vacinado, pode começar a fazer as coisas que tinha parado por causa da pandemia”, acrescentou em um comunicado.

“Esperamos muito pelo momento em que poderíamos alcançar uma aparência de normalidade”, disse ela, não esquecendo as mais de 580 mil mortes que a pandemia causou no país.

- Adolescentes vacinados -

O novo guia do CDC, no entanto, mantém a recomendação de que os vacinados continuem usando máscaras nos transportes públicos (aviões, ônibus, trens), aeroportos e estações ferroviárias.

"É ótimo", disse Desmond, 67 anos, após o anúncio, exibindo sua máscara em volta do pescoço nas ruas de Washington. "Estamos à frente do resto do mundo", disse ele.

Outros mostraram alguma relutância. "Vou continuar a usar máscara dentro de casa", disse à AFP Mubarak Dahir, 57 anos, vacinado desde o início de abril. "Acho que é prematuro e perigoso pensar que já estamos livres".

As autoridades sanitárias destacaram, no entanto, que a sua decisão se baseou nos dados científicos mais recentes: estudos têm demonstrado que as vacinas são eficazes não só contra os casos sintomáticos, mas também contra a própria possibilidade de infecção, bem como contra as variantes em circulação, disse Walensky.

Ela também destacou o fato de que as poucas pessoas que foram infectadas pela covid-19, apesar de terem sido vacinadas, acabaram sendo menos contagiosas.

O número de casos caiu drasticamente: a média móvel de infecções durante sete dias caiu para cerca de 36.000 casos por dia, enquanto a média móvel de óbitos está em seu nível mais baixo desde o início de abril de 2020.

“Se você tiver sintomas, deve colocar a máscara de volta e fazer o teste imediatamente”, pediu Walensky, que também alertou que se a situação de saúde piorar, essas novas recomendações podem ser revistas.

Mas especialistas argumentam que esse cenário tem poucas chances de reaparecer devido ao ritmo da campanha de vacinação: mais de 250 mil inoculações foram feitas em 114 dias, desde o início da gestão de Biden.

Até esta semana, apenas maiores de 16 anos poderiam ser imunizados contra covid-19 nos Estados Unidos.

Mas, a partir desta quinta-feira, adolescentes entre 12 e 15 anos, cerca de 17 milhões de pessoas, podem receber a vacina Pfizer / BioNtech.

- Um ano de máscaras -

As autoridades norte-americanas, que começaram a aconselhar o uso de máscaras para evitar a disseminação da covid-19 no início de abril de 2020, já haviam começado a relaxar gradativamente suas recomendações nas últimas semanas.

Até o momento, era aconselhado que os vacinados não usassem a máscara ao ar livre (exceto em multidões) e em ambientes fechados se estivessem com outros imunizados.

Também podiam se encontrar sem máscaras com pessoas não vacinadas, mas de apenas um domicílio por vez e se não apresentassem fatores de risco para covid-19.

Em outros lugares, a euforia sentida nos Estados Unidos parece distante.

O coronavírus continua a ter consequências, por exemplo no mundo dos esportes.

A UEFA anunciou nesta quinta-feira que a final da Liga dos Campeões será disputada no Porto e não mais em Istambul com base na situação de saúde.

E em Tóquio, a ameaça do vírus ainda paira sobre a organização das Olimpíadas.

Um sindicato de médicos de hospitais japoneses considera "impossível" o evento ser realizado em um momento no qual o país deve enfrentar uma quarta onda da pandemia.

Os planos para algumas equipes treinarem no Japão antes do início dos Jogos foram cancelados.

Uma nova lei entrou em vigor no Japão para prevenir a disseminação dos efeitos do fumo passivo e proibir o fumo em ambientes fechados e em locais públicos.

A lei revisada de promoção da saúde tem o objetivo de reduzir os riscos à saúde da inalação de fumaça do fumo passivo. Os lugares onde será proibido fumar incluem escolas, hospitais e escritórios dos governos locais e nacional.

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A lei permite que esses estabelecimentos designem áreas a céu aberto para fumantes em seus arredores. A partir de abril do ano que vem também será proibido fumar em restaurantes e em empresas.

Da Ansa

O anúncio recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a contaminação do ar exterior é cancerígena pode fazer esquecer que o inimigo dos pulmões para milhões de pessoas está dentro de casa. "A contaminação do ar interior é o quarto fator de risco mais importante" para a redução da expectativa de vida, à frente da má alimentação, da hipertensão e do tabagismo, explicou Ross Anderson, professor de epidemiologia e saúde pública da Universidade de Londres.

A contaminação externa provocada por finas partículas liberadas pela indústria, pelo tráfego de veículos ou pela calefação aparece apenas na nona posição deste ranking de fatores de morte precoce e incapacidade, correspondente a 2010 em escala mundial no âmbito do projeto "Global burden of disease" (GBD, sob a égide da OMS).

"A contaminação interior é causada principalmente pelo uso doméstico de combustíveis sólidos", como lenha e carvão, lembrou Anderson em uma conferência organizada na semana passada pela União Internacional contra a Tuberculose e as Doenças Respiratórias.

Cerca de 3 bilhões de pessoas, sobretudo nos países pobres, utilizam "combustíveis sólidos" para cozinhar com fornos rudimentares ou fogo aberto, lembrou a União, uma organização fundada em 1920 para lutar contra a tuberculose. Esses fornos rudimentares emitem partículas finas de monóxido de carbono - gás muito tóxico para o homem - e outros contaminantes em níveis "até cem vezes superiores aos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", segundo a União.

Cozinhas ecológicas - A OMS avalia que anualmente dois milhões de pessoas morrem devido a sistemas deficientes de calefação ou cocção. Deles, a metade contraiu alguma doença pulmonar obstrutiva crônica (MPOC), que afeta as mulheres, em particular.

Os estudos apontam três tipos de doenças respiratórias "altamente relacionadas" com a exposição à fumaça produzida pela combustão de lenha ou carvão: infecções agudas das vias respiratórias em crianças, broncopneumonias crônicas obstrutivas e câncer de pulmão nas mulheres expostas à fumaça do carvão.

Calcula-se que cerca da metade das mortes de crianças com menos de cinco anos por infecções respiratórias agudas se deva à contaminação do ar interior.

"Estamos todos vinculados pelo ar que nos rodeia. Devemos considerar a contaminação do ar ambiente como um sério problema de saúde em nível mundial e exigir dos governos que criem uma legislação adaptada, em particular para proteger as crianças", disse a diretora científica da União, Paula Fujiwara.

Mas não há receita mágica para resolver o problema do ar interior contaminado por lenha ou carvão, afirmou o professor Anderson. "Não é como os cigarros que podem ser proibidos, já que as pessoas precisam cozinhar. O processo será gradual para desenvolver técnicas mais eficazes para cozinhar e melhorar o habitat e a ventilação interna", explicou.

A Aliança Global para as Cozinhas Ecológicas (Global alliance for Clean Cookstoves), co-fundada pela OMS, pretende equipar 100 milhões de lares até 2020 com equipamentos de cozinha "limpos". Essa organização, que conta com financiamento público-privado, não propõe uma solução única de "cozinha ecológica" aos países pobres, mas várias tecnologias apropriadas às culturas das diferentes regiões do planeta.

Nos países ricos, onde a contaminação das moradias se deve, principalmente, aos cigarros e em menor medida à umidade, as soluções são imediatas, como "se livrar dos fumantes", propôs Anderson.

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