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O célebre escritor israelense Amos Oz, um apaixonado defensor da paz e cuja autobiografia romanceada "Uma história de amor e trevas" se converteu em um sucesso mundial, morreu nesta sexta-feira aos 79 anos, anunciou sua filha.

Fania Oz-Salzberger indicou no Twitter que seu pai morreu em consequência de um câncer, e expressou sua gratidão a seus admiradores.

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O mais famoso escritor israelense, Amos Oz, chamou os extremistas judeus autores de uma onda de atos racistas contra cristãos e muçulmanos de "neonazistas hebreus", informa o site do jornal Haaretz. Citado pelo jornal, Oz considerou que o termo "preço a pagar", amplamente utilizado para descrever ataques contra palestinos e árabes israelenses por extremistas judeus, era um eufemismo.

"Há nomes gentis ​​para um monstro que deve ser chamado pelo que é: grupos neonazistas hebreus", afirmou na sexta-feira a convidados da festa de seu 75º aniversário, de acordo com o Haaretz. "Nossos grupos neonazistas se beneficiam do apoio de muitos nacionalistas e até legisladores racistas, assim como de rabinos que lhes fornecem, do meu ponto de vista, uma justificativa pseudo-religiosa", acrescentou Oz.

Novas pichações anti-cristãs e racistas foram encontradas na sexta-feira em Jerusalém, onde a polícia aumentou a vigilância dos locais religiosos sensíveis a possíveis ataques com a aproximação da visita do Papa à Terra Santa no final de maio. "O preço a pagar, o Rei David para os judeus, Jesus é um lixo", estava escrito na parede da Igreja Romana de São Jorge, perto de um bairro judeu ortodoxo de Jerusalém.

As palavras "Morte aos árabes" também foram pintadas em uma casa na Cidade Velha de Jerusalém e suásticas nazistas foram desenhadas nos muros de um apartamento em Jerusalém Ocidental, o lado israelense da Cidade Santa. Com o nome de "preço a pagar", colonos extremistas e ativistas de extrema-direita têm intensificado nos últimos meses os ataques contra palestinos, árabes israelenses ou o exército de Israel, em resposta às decisões do governo que eles consideram hostis a seus interesses ou atos atribuídos aos palestinos.

Lugares de culto cristão e muçulmano também são alvos quase diários. Embora a polícia tenha feito várias prisões, elas ainda não resultaram em nenhum processo.

O prêmio literário Franz Kafka 2013 será concedido a Amos Oz, escritor israelense mais importante da atualidade, autor de uma obra traduzida para 30 idiomas, anunciou nesta segunda-feira (27) a Sociedade Franz Kafka. No valor de 10.000 dólares, o prêmio será entregue a Amos Oz durante uma cerimônia na cidade de Praga, no final de outubro, por ocasião do Dia Nacional da República Tcheca.

Nascido em 4 de maio de 1939 em Jerusalém, de uma família de origem russa e polonesa, Amos Oz mudou seu sobrenome em 1954, de Klausner para Oz, uma palavra hebraica que significa "força, coragem". Entre seus livros mais conhecidos estão "Where the Jackals Howl" (1966), seu primeiro texto, "Meu Michael" (1973), "A Caixa Preta" (1988), "Conhecer uma mulher" (1991), "Pantera no Porão" (1997), "O mesmo mar" (2002) e, especialmente, o romance autobiográfico "Rimas da vida e da morte"(2003), reconhecido como uma obra-prima da literatura mundial.

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Vencedor do prestigiado Prêmio Goethe 2005, também recebeu em 1992 o Prêmio da Paz dos livreiros alemães, o Prêmio Israel de Literatura de 1998 e o prêmio Príncipe das Astúrias em 2007. Criado em 2001, o Prêmio Franz Kafka, única premiação literária internacional da República Tcheca, tem este nome em homenagem ao escritor tcheco de língua alemã e judeu Franz Kafka (1883-1824).

Entre os vencedores estão o americano Philip Roth (2001), a austríaca Elfriede Jelinek (2004), o britânico Harold Pinter (2005), o japonês Haruki Murakami (2006), o francês Yves Bonnefoy (2007), os escritores tchecos Ivan Klima (2002) e Arnost Lustig (2008) e o dramaturgo Vaclav Havel (2010), chefe de Estado entre 1989 e 2003.

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