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Hoje, 4 de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Taekwondo. Atualmente, muitas pessoas querem fazer atividades físicas sem ao menos pesquisar os benefícios e as necessidades que precisam. Essa arte marcial pode ser confundida com outras artes. Dentre todas, ela geralmente não está entre as mais conhecidas como o jiu-jitsu, judô e aikido – pois essas atividades fazem o uso de quedas e projeções para se proteger e se estabelecer após cair. Ainda assim, ela faz parte que trabalha mãos e pés para o combate e aplicação das leis físicas nos golpes.

Confira a seguir, cinco benefícios da arte marcial para o corpo e mente, de acordo com o Mestre Maciel do Guarulhos Taekwondo:

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Melhora a coordenação motora; 

Trabalha mais a memória; 

Desenvolve a autoconfiança; 

Produz mais paciência; 

Aprende técnicas de defesa pessoal; 

Passa a ter mais flexibilidade e equilíbrio; 

Ajuda a tratar o trabalho em equipe; 

Aprimora o autocontrole e a coragem; 

Desenvolve o respeito ao próximo; 

Passa a ser mais disciplinado. 

 

"O grande combate é o combate consigo próprio". Com essas palavras, o professor Paulo Roberto Nunes, faixa preta, 5° DAN de Aikido, tentou explicar parte da filosofia latente na arte marcial japonesa que existe há quase 100 anos. O equilíbrio mental, como contou Paulo à equipe do LeiaJá, é mais importante até do que a aplicação das técnicas da modalidade.

No Aikido, inclusive, antigos ensinamentos defendidos pelo seu criador, Morihei Ueshiba, que faleceu em 1969, são mantidos. Um deles é a proibição de competições na modalidade. O professor Paulo explica que, dessa forma, o objetivo principal - a evolução mental do ser humano - fica preservado.

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"O combate técnico, a parte competitiva, não desenvolve fortemente isso. Quando a gente fala que as artes marciais são artes que devem ajudar no trabalho do autoconhecimento, é nesse sentido, aprender a vencer a si próprio e a se superar", conta Paulo.

E a superação define bem a história que conta como a modalidade surgiu. Morihei Ueshiba, praticante de diversas artes marciais e estudioso das filosofias asiáticas, foi desafiado para uma luta contra um oficial armado com um sabre. Apenas desviando das investidas, ele cansou seu opositor. Isso aconteceu em 1925, e em 1927 os ensinamentos do Aikido começaram a ser usados, depois que a história ganhou espaço. Mas só em 1948, o governo japonês permitiu o ensino do Aikido como uma arte marcial dedicada à promoção da justiça e da paz. A primeira apresentação pública só aconteceu nos anos 60. 

"Eu não estou ensinando técnicas marciais, estou ensinando a não violência", era um dos lemas de Morihei Ueshiba. Importante para a construção das filosofias de paz do Aikido também, foram os oito anos passados nas montanhas de Ayabe. O tempo foi decisivo para seu amadurecimento espiritual pessoal antes de criar uma nova arte marcial. Nesse período, ele estudou filosofia Xintoísta e dominava o conceito de Koto-Tama.

Talvez, para a maioria das pessoas, essa imersão filosófica em uma luta pode ser incomum. Até mesmo para os próprios praticantes que no primeiro contato se surpreendem.

"Aqui a gente aprende um pouco mais além da luta, a gente aprende mais sobre nós mesmos, aprende a vencer nosso cansaço, nossa dificuldade. Eu gosto bastante (da parte filosófica), isso me motiva a pesquisar mais sobre o assunto, a realmente entender um pouco mais de como a gente pode ir além", diz a aluna Raissa Alves, que admite que desde que começou a praticar o Aikido acredita ser uma pessoa melhor.

Mas toda parte filosófica não quer dizer que não haja um combate na prática do Aikido, como explica o professor Paulo. "O combate existe, não existe a competição. A gente orienta esse combate para tomar consciência das nossas fragilidades, das nossas dificuldades e com a ajuda da técnica aprender a vencer essas fragilidades. Isso significa também preparar o aluno para o caminho da vida, não simplesmente para uma noção limitada de combate ou competição". 

Professor Paulo, responsável por trazer o aikido para Pernambuco, fala inclusive da sua vida e de como ela foi alterada desde que conheceu a modalidade. “Mudou tudo, mudou minha maneira de estar presente no mundo, a minha maneira de me relacionar comigo próprio. Há muitos aspectos benéficos em todos os sentidos e principalmente você começa a superar pequenas situações como o medo de desistir, o medo da morte", garante.

Paulo Roberto Nunes, presidente da Associação Cultural Tenchi Internacional - Brasil, dá aulas semanais no Centro Cultural Georges Stobbaerts , localizado na rua Padre Anchieta, bairro da Madalena, zona norte do Recife. 

*Fotos: Rafael Bandeira/LeiajaImagens

Se você acredita que ninjas são lendas ou meros personagens da ficção, vai se surpreender. Capazes de surgir e desaparecer em segundos, furtivos, misteriosos, frios, calculistas, os 'shinobis', como eram chamados na época do Japão feudal, existem e estão entre nós. Mas claro, sem as figuras místicas que nos acostumamos a ver. A origem exata da arte do ninjutsu é desconhecida e existem várias versões sobre ela. O que se sabe é que o início foi uma época de muito conflito.

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Sensei Elvis Aleluia prática o ninjutsu há mais de cinco anos. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na história, os ninjas são tidos como “assassinos, mercenários” e acabaram virando algo, que segundo, o sensei Elvis Aleluia, da escola Shinden Kai Ninpo no Recife, é bem diferente da que foi ensinada a ele. A história traz ninjas como guerreiros que não “tinham a ética” dos samurais. 

“Primeiro a gente precisa fazer uma reparação histórica, a maioria dos ninjas morreram, a gente perde muito historicamente falando se a gente não tiver documentos, e isso a gente tem poucos. A nossa escola tem 2, 3 documentos antigos que datam de 600 anos atrás”, revela.

“Esses ninjas que predispuseram a fazer as coisas antiéticas, as coisas que os samurais não faziam, me soam muito como as favelas do Rio de Janeiro. 90% são de pessoas boas, mas aqueles 10% que são do tráfico demonizam toda a comunidade”, completa.

Sensei conta que usa arte como projeto social, bem diferente do que representam nas telonas. Foto: Rafael Bandeira/ LeiaJá Imagens

Segundo ele, antes dos filmes, mangás e desenhos, as histórias eram contadas pelos próprios samurais e por isso eram vistos desta forma deturpada. Anos depois, corroboradas com os filmes como “Ninjas Assassino” e “Kill Bill". “Parte desse imaginário  que o cinema cria tem um fundo de verdade. Não que o cara vá andar em cima da água, mas o cara tinha artifícios para boiar, para se evadir, não que fosse desaparecer, mas o ninja tinha essa expertise, essa ciência de onde se esconder, qual distração eu crio para fugir”, explica. 

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 Mas apesar de se afastar do que é a realidade, o sensei vê que os filmes são uma forma de difundir a arte e até conta que foi uma das suas influências na infância, assim como seu pai. “A  gente tem que tratar na tradição, tratar no tratamento técnico e trazer para a realidade”, continua. “Tem gente que chega aqui que quer invocar o Naruto”, brinca. 

O “shinobi” ainda revela que os tradicionais ninjas japoneses, apesar de temer o desaparecimento da arte, ainda existem, mas são totalmente fechados e ele ainda brinca que falar disso pode ser perigoso.

Existem instituições fechadas pelo fato de não querer que a arte se deturpe, não querer perder a essência da arte. Existem famílias hoje no Brasil que tem a tradição ninja, mas não ensinam a ninguém. Não vão passar para “gaijins”, para não orientais.

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A princípio, levar uma arte marcial para dentro de um presídio não parece ser boa ideia. Porém, o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, tem provado o contrário. Liderados pelo professor Deco Stallone, o Jiu-Jitsu virou uma ferramenta na ressocialização dos internos.

O que começou discreto, e muito criticado, acabou virando um torneio que chega na sua 3ª edição. A reportagem do LeiaJá marcou presença e acompanhou o 'Campeonato Interno PIG'.

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Ao falar da iniciativa, Deco lembra de um nome: Norberto, aluno seu que acabou sendo preso. Foi ele o responsável de levar o jiu-jitsu para dentro o presídio. "Hoje ele está na faculdade, dando aula, está participando de vários eventos. Com certeza, na vida dele, o jiu-jitsu trouxe perspectiva de vida. Não vai ser só para ele, para os outros que estão aqui também", afirmou.

O torneio contou com internos e também com alunos do professor Deco, que vieram de fora. Dentro, são cerca de 12 alunos que praticam a arte marcial duas vezes na semana. Tudo ocorreu como qualquer outra competição, sob o aval e o olhar atento do gerente do presídio, Charles Belarmino, que revelou à nossa equipe os benefícios que a modalidade trouxe para dentro do sistema prisional.

Confira:

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Movimentos leves, concentração e música relaxante no fundo. Pode não parecer, mas todas essas características se referem a uma arte marcial: o tai-chi-chuan. Com suas raízes ligadas à orientação taoista, a arte chinesa foi criada por volta do ano 1300 pelo monge Chang San Feng, que visualizando uma luta entre uma garça e uma cobra criou a prática, envolvendo movimentos milenares aliados a respiração.

Apesar de ser considerado uma arte marcial, no Brasil, a prática segue o caminho de outra vertente, a da meditação. O Tai-chi ainda pode ser uma ferramenta no tratamento de doenças, principalmente as que tem relação com movimentos do corpo. São cinco estilos, que envolvem desde luta a meditação: Chen, Yang, Wu/Hao, Wu e Sun. Cada nome tem relação com pessoas que criaram os movimentos conhecidos hoje como ‘forma’.  

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“Um corpo crescente de pesquisas cuidadosamente conduzidas está construindo um caso convincente para o tai chi como um complemento ao tratamento médico padrão para a prevenção e reabilitação de muitas condições comumente associadas à idade. Uma terapia adjunta usada em conjunto com tratamentos médicos primários, para tratar uma doença em si ou seus sintomas primários ou, de maneira mais geral, para melhorar o funcionamento e a qualidade de vida de um paciente”, revela uma pesquisa realizada na conceituada universidade de Harvard.

O LeiaJá foi até o clube Português, no Recife, para tentar entender melhor os benefícios de quem realiza a atividade. O mestre Júlio Kushida, que conheceu o Tai Chi há mais de 30 anos falou com nossa reportagem e esclareceu os motivos e os benefícios do Tai-Chi.

Confira:

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A chegada do Dia da Mulher, neste 8 de março, traz à tona muitas questões que devem estar constantemente em debate. Uma delas é a violência contra a mulher. Embora muitos avanços tenham sido alcançados com a Lei Maria da Penha, o Brasil ainda contabiliza 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que coloca o país no 5º lugar no ranking mundial desse tipo de crime. Segundo o Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. Essas quase 5 mil mortes representam 13 homicídios femininos diários em 2013.

Belém terá diversas programações dedicadas ao assunto durante o mês de março. Além de palestras e workshops, outros espaços investem em atividades dinâmicas, como aulões. Um exemplo é a Associação dos Dragões Negros (Asdran), especializada em artes marciais, que promoverá um seminário aberto e gratuito de defesa pessoal, direcionado principalmente para as mulheres.

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O seminário será nesta quarta-feira (08), a partir das 19h30, no Colégio Triunfo, localizado na travessa Barão do Triunfo entre Pedro Miranda e Marquês de Herval, no bairro da Pedreira. De acordo com o mestre Custódio Fampa, responsável pela Asdran, o seminário faz parte de uma campanha pela não violência contra as mulheres: “Temos acompanhado o aumento dos casos de violência tanto sexual, quanto doméstica, sem conta que muitas mulheres não denunciam. No seminário vamos ensinar técnicas de soco, chute, joelhada e mobilização, orientando as mulheres a denunciarem e os homens, a respeitarem”.

Serviço

Seminário de Defesa Pessoal da Associação dos Dragões Negros (Asdran)

Data: 08/03/17 (quarta-feira)

Hora: 19h30 às 21h

Local: Colégio Triunfo, travessa Barão do Triunfo entre Pedro Miranda e Marquês de Herval, nº 1820.

Mais informações: 98217-0671 / 98128-8650

Entrada gratuita

Por Iaci Gomes, especialmente para o LeiaJá.

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