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Policiais e bombeiros militares do estado de Pernambuco, saíram em carreata pelas ruas do Recife nesta quinta-feira (12). Liderados pelo deputado Joel Harpa (PP-PE) e algumas associações que organizaram o movimento, a categoria foi até o Palácio do Governo para cobrar algumas pautas como o reajuste salarial que não acontece desde 2017.

O parlamentar que encabeçou a carreata citou que o reajuste nem chega a ser um pedido de aumento, mas apenas uma correção da inflação: “Desde o ano de 2017 que o governo não sinaliza com nenhum reajuste salarial, fizemos um estudo e chegamos a 18,5% da reposição inflacionária, ou seja, na verdade essa categoria não está pedindo nem aumento salarial, apenas a reposição de acordo com a inflação, além também do fim das faixas salariais”.

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O deputado explicou que as faixas salariais são mecanismos que permitem que o posto de soldado, por exemplo, possa ter vários salários diferentes. Soldado faixa A, faixa B, faixa C… de acordo com a progressão a remuneração aumenta, porém, só militares da ativa conseguem progredir, o que é injusto na visão do deputado. Além das questões financeiras, a segurança da categoria também foi motivo da cobrança feita ao governo do estado.

“A gente espera que o governo tenha esse entendimento, possa fazer um sinal, nesse período de pandemia essa foram as categorias que não pararam, os policiais e bombeiros. Mesmo no período mais difícil eles garantiram o lockdown e muitos policiais perderam a vida para a covid”, afirmou. Joel aproveitou também para lembrar do militar Vandemberg Luis Rodrigues da Silva, de 37 anos morto na última semana em Arcoverde.

Representantes de outras categorias reforçaram o discurso do parlamentar. O presidente da Associação de Praças Policiais e Bombeiros Militares (ASPRA), José Roberto, também chamou a atenção para a questão da remuneração dos guardas patrimoniais que geralmente são ex-militares. Segundo ele, também é necessário reavaliar as condições desta categoria.

Hoje temos pouco mais de 3000 policiais e bombeiros militares trabalhando nos patrimônios públicos do estado, nas cadeias e presídios, esse pessoal está com salário aquém, hoje um guarda patrimonial o salário dele é de R$858. Você imagina um policial com experiência de trabalho em patrimônio público com esse salario”, questionou. 

Já o representante da União dos Militares (UMB) do Brasil, reforçou a importância da união das categorias no requerimento entregue ao governo: “As associações estão unidas junto com o deputado Joel da Harpa onde (sic) pautamos e organizamos em assembleia geral no mês passado as pautas de reivindicação para que possa ser levada hoje”, reforçou Wagner Dantas.

De acordo com o deputado que pediu sensibilidade a Paulo Câmara, a categoria agora deve voltar para obter uma resposta das questões reivindicadas no dia 2 de setembro. 

Desconto indevido do Funafin, mudanças no sistema de saúde, promoções requeridas, aquisição de kit de armamento para ativos e guarda patrimonial aquisição de kit de armamento para ativos e guarda patrimonial são outros temas reivindicados.

 

As associações representantes da Polícia Militar de Pernambuco, em reunião realizada na quarta-feira (8), decidiram criar um planejamento estratégico  para as reivindicações da categoria. Uma nova reunião está agendada para a próxima quarta-feira (14) e nela pode ser confirmada uma assembleia geral ou um ato de rua. Uma consequente greve não está descartada.

De acordo com o presidente da Associação de Praças de Pernambuco (ASPRA-PE), José Roberto Vieira, há uma insatisfação muito grande entre os profissionais e isso pode trazerr prejuízos para o Pacto pela Vida. “Greve não faz bem para ninguém, mas pelo que tenho visto nos quartéis, estou temendo por isso”, conta. “Mas isso é decisão da categoria”, conclui.

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Para o coordenador da Associação Pernambucana de Cabos e Soldados (ACS), Alberisson Carlos, não dá para pensar em manifestação antes do diálogo. “Nós estamos querendo criar um diálogo permanente com o governo. Não dá para pensar em fomentar uma greve sem passar por todas as etapas, sem tentar conversar”, explica.

Outra pessoa que participou da reunião foi o deputado estadual Joel da Harpa (PROS), um dos principais personagens da paralisação ocorrida em maior de 2014. Apesar de eleito, Joel só tomará posse no dia 1° de fevereiro e pretende levar as reivindicações dos militares para a câmara. “Não temos nada planejado ainda, mas depois do dia 20 deste mês queremos uma reunião com a categoria para passar nossas ideias”, ele diz. Joel, dessa vez, preferiu lavar as mãos com relação às manifestações: “Quem define se vai ter greve é a categoria”. 

Com a criação desse planejamento estratégico, as associações pretendem criar um discurso mais homogêneo, focado na seleção de reivindicações, a fim de evitar que eles entreguem ao governo o que chamam de “pacotão”, ou seja, uma grande quantidade de reivindicações sem relação. 

Entre os principais pontos reclamados pela categoria continuam questões salariais e o plano de cargos e salários. Apesar do governo sinalizar um aumento de efetivo e investimento em inteligência e equipamentos, os policiais ainda denunciam atraso em pagamentos de gratificações, excesso de trabalho e falta de treinamento e capacitação. Há uma expectativa que as demandas sejam mais facilmente atendidas pelo governo, após o resultado negativo do Pacto Pela Vida.

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