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Os maracatus de baque virado de Olinda têm compromisso certo para a segunda-feira que antecede o Carnaval: a Noite Para os Tambores Silenciosos de Olinda. O tradicional evento, que mistura festa e religiosidade, celebraria sua 20ª edição nesta segunda (8), porém, em virtude da pandemia do novo coronavírus, e consequente cancelamento do ciclo carnavalesco no estado de Pernambuco, a celebração ficou impedida de acontecer. Para que o dia não passe em branco, os tambores tomarão lugar em ambiente virtual, através de lives. 

Realizada pela Associação dos Maracatus de Olinda (AMO), a Noite Para os Tambores Silenciosos chega a seu 20º ano de existência em meio a uma pandemia global. Impossibilitada de promover o tradicional evento, a organização levou para o ambiente virtual a celebração. “Vamos ter o ato religioso da Noite acontecendo em cada nação realizando na sua casa, reverenciando aos Eguns, e pedindo saúde e proteção que ajudem-nos a superar essa não realização do tradicional Carnaval de Pernambuco  presencial”, diz uma postagem na página da associação. 

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Para marcar a data, o babalorixá Ivanildo de Oxóssi, mestre do Maracatu Estrela de Olinda, realizará uma cerimônia em homenagem ao evento em seu terreiro. O ritual será gravado e exibido posteriormente nas redes sociais da AMO. O Maracatu Nação Badia também homenageia os Tambores Silenciosos em uma live nesta segunda (8), às 20h. Idealizada pela desfilante Haia Marak (@haiamarak), a live reverencia o evento com participação de alguns batuqueiros do Badia e do babalorixá Wellington de Yemanjá. 

"Segura o baque, não deixa arriar", assim cantava a nação Raízes de Pai Adão neste sábado (1º), no 7º Encontro de Maracatus de Olinda. Quase um grito de guerra e de resistência representando bem o propósito deste evento que celebra o Dia Estadual do Maracatu.

Maracatu Nação recebe título de Patrimônio Cultural

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Nove nações concentraram-se no Largo do Amparo e desfilaram pela Cidade Alta, ecoando suas toadas e batidas de seus tambores, num movimento de fortalecimento e valorização da cultura negra. O Encontro é uma realização da Associação de Maracatus de Olinda (AMO) e da Nação Camaleão, com apoio da Prefeitura de Olinda. Kátia Paz, uma das diretoras da AMO e do Camaleão, frisou a importância deste movimento e, sobretudo, desta data (instituída através do projeto 560/1997 e Lei 11.506/97). "Para os maracatus nação este momento é muito forte. O Estado todo deveria tocar seus tambores hoje". A diretora lembrou, também, de outro evento importante para os maracatus realizado pela AMO, a Noite dos Tambores Silenciosos de Olinda que antecede os festejos carnavalescos da cidade. 

Apesar do tempo fechado e dos insistentes 'chuviscos', o público compareceu para ver as nações desfilarem os seus 'baques' com Reis, Rainhas e calungas (a boneca que vai à frente nos desfiles). O Maracatu Leão Coroado, um dos mais antigos em atividade, encantou os presentes com seu batuque cadenciado. O Mestre Afonso, que comanda a nação, afirmou que além da data comemorativa as nações aproveitaram este dia para celebrar ainda o título de patrimônio cultural que o IPHAN conferiu a esta tradição popular no final do ano passado. Ele também lembrou o antigo mestre do Leão, Luiz de França, homenageado no 1º de agosto (dia de seu aniversário) e uma importante referência da história do maracatu. Mestre Afonso garantiu que o movimento de resistência é forte e persistente: "A gente tem que aparecer de qualquer forma", brincou. 

Um pequeno problema fez com que a Nação de Luanda se apresentasse apenas com sua corte. Os batuqueiros não conseguiram chegar a Olinda e os demais integrantes dançaram ao som dos outros maracatus. Nos Quatro Cantos, a apoteose do Encontro, cada nação fazia sua evolução. A turista paulista, Patrícia Lima, estava encantada ao ver o maracatu pela primeira vez ao vivo. "A gente sabe que existe, mas não tem noção como é. É cultura pura, viva". Ja Roberto Prado, morador do Sítio Histórico, já está habituado a ver os desfiles passarem pela sua porta há sete anos. "Esse maracatu é original, isso é cultura popular", disse Roberto dando a garantia de que o evento é muito bem vindo ao calendário de festas da cidade. 

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